quarta-feira, 27 de março de 2013
Capítulo 13 - Confronto no Estacionamento - Parte Única
Chegamos ao estacionamento do Shopping Center, que ficava no subsolo do prédio. Meu pai estacionou o carro, saímos e entramos no elevador. Fomos para o térreo.
- Nossa! – falei de queixo caído assim que a porta do elevador abriu. – Nunca vi nada igual.
Era verdade. Nem aquele supermercado era maior que isso. O shopping era bem maior, e ainda era o primeiro dos cinco andares!
Saímos do elevador.
Andamos pelo corredor, passando por diversas lojas, todas com algo muito bonito nas vitrines. Subimos ao segundo andar pela escada rolante, até chegarmos num lugar que tinha uma planta do shopping na parede.
- Vamos comprar as pipocas e refrigerantes aqui – falou meu pai, apontando num lugar do mapa, no terceiro andar. – Querida, você compra os ingressos?
- Claro.
- E eu, pai? – perguntei. – Fico com a minha mãe ou vou com você?
- Venha comigo, assim você me ajuda com o lanche.
Então, enquanto minha mãe ficava na enorme fila dos ingressos, já no terceiro andar, eu e meu pai comprávamos as pipocas, refrigerante e chocolates.
Pensei em minha mãe. Ela finalmente iria comer besteiras sem reclamar, aliás, temos que comer de tudo um pouco. E, afinal, era uma ocasião muito especial.
Estávamos na fila da pipoca, quando, de repente, senti um arrepio estranho – quer dizer, não mais estranho para mim.
Olhei para o meu pai, que olhou para mim. Não falamos nada, mas foi como se disséssemos: “Você sentiu isso, pai?”, “Claro filho. Parece que teremos companhia”.
Dei uma olhada discreta em nossa volta, mas nada de suspeito.
Fiquei preparado para tudo, já tirando o meu anel dourado do dedo e o colocando no bolso.
Compramos a pipoca e fomos até Sanae, que já era a terceira da fila dos ingressos. Depois de também comprarmos os ingressos, fomos para a sala do cinema, onde o filme estava prestes a começar.
Nos acomodamos na quinta fileira de cadeiras, um lugar perfeito.
Depois de rir muito, infelizmente o filme acabou.
Saímos do cinema quase onze da noite.
- Gostaram do filme? – perguntou meu pai, enquanto saímos da sala do cinema.
- Eu achei ótimo! – respondeu minha mãe.
- Eu também – completei. – Nos divertimos muito.
Eu estava realmente muito feliz. Sempre quando meu pai vinha nos visitar eu ficava feliz. Quando estávamos os três juntos sempre nos divertimos muito, sempre com algo diferente. Por exemplo: no último mês fomos a um parque de diversões; no mês anterior a esse fomos ao parque-aquático; no anterior aos dois fomos para a praia; no anterior aos três anteriores fomos a um museu seguido de uma sorveteria; e no outro… bom, se eu mencionar todos ficarei a minha vida inteira aqui falando.
Fizemos algumas compras: roupas, sapatos, objetos…
Ficamos conversando no McDonalds do shopping e comendo hambúrgueres. Foi um máximo!
Mas tudo tem um fim.
Já era quase meia-noite quando voltamos para casa.
Pegamos o elevador e descemos ao estacionamento, no subsolo. Minha mãe havia esquecido sua bolsa na lanchonete, então voltou para buscá-la. Eu e meu pai rumamos em direção ao carro dele, quando ouvimos um barulho. Parecia batida.
- O que foi isso? – perguntei, assustado.
- Será que…
Meu pai nem precisou completar a sua frase para termos certeza: um vampiro apareceu na nossa frente.
Ele era alto, branco e tinha enormes cabelos lisos, porém bagunçados. Era muito feio, e seus olhos vermelhos eram enormes.
- Droga! – exclamou meu pai.
- Háháháhá – gargalhou o vampiro, abrindo sua boca e mostrando seus olhos vermelhos. O indivíduo era um pouco peludo, e percebi suas grossas veias em diversas partes do seu corpo.
- O que você quer? – perguntou Tony.
O vampiro estava um pouco distante, a uns vinte metros de nós, em cima de um carro, mas mesmo assim era assustador.
- Adivinha – falou o indivíduo. – Seu sangue!
Meu pai sacou sua corrente prata e bronze – agora uma espada – e se preparou.
- Você veio ao lugar errado! – ele estava muito sério.
- Você acha? – o vampiro parecia nem ligar para a lendária Ko-Kyuketsuki.
Também peguei meu anel, que se transformou na espada vermelho-dourada.
- Você ainda não me respondeu! – gritou meu pai. – O que você quer?
- Eu já falei – o vampiro ria ironicamente. – Seu sangue!
Sangue? Isso até poderia ser normal. Mas não seria normal um vampiro procurar em dois caçadores, seria? A não ser se ele quisesse algo a mais. Mas o quê?
- Pai – falei –, deixe-me lutar com ele.
- Mas Fubuki…
- Confie em mim – o interrompi. – Quero provar que posso ser um bom caçador.
Eu estava confiante. Era meu primeiro vampiro, e eu não queria decepcionar.
Mas me surpreendi quando o vampiro correu em minha direção e já estava ao meu lado.
- Hã?
“PLAFTCH!”, ele me acertou com um soco no rosto. Fui parar voando numa das colunas do estacionamento, onde eu bati com força. Com o impacto, fez-se uma pequena rachadura.
- Não é possível! – meu pai estava surpreso – Nunca vi um vampiro assim. Ele é tão rápido!
O vampiro estava em frente ao meu pai, o olhou mas o ignorou. Veio em minha direção na mesma velocidade de antes, eu ainda me levantando. Quando ele tentou me atingir com outro soco, eu desviei num pulo para o lado, enquanto o soco rachava mais ainda a coluna. Parei atrás do indivíduo, que se virou rapidamente. Ele me deu uma rasteira e caí.
- Você é muito fraco, aprendiz de caçador! – ele riu com seus dentes afiados.
- Ah é? – com a minha espada eu o ataquei, mas ele desviou. Mesmo assim fiz um corte em sua perna, que começou a sangrar.
Levantei-me rapidamente. Ele veio em minha direção com um ataque, mas eu desviei e lhe dei um chute. Em seguida dei-lhe vários socos na cara e na barriga, fazendo-o ficar sem alternativa a não ser recuar – até eu estava surpreso com a minha agilidade.
Enquanto eu o batia, seu nariz sangrava e ele gritava de dor, até que deu um salto-mortal para trás. Corri em sua direção, muito rápido, e quando cheguei perto dele, o vampiro tentou me acertar com um chute, mas pulei para o lado, peguei impulso na lateral de um carro e acertei-lhe uma voadora na cara. Ele caiu no chão, muito ferido com os meus ataques.
- Quem é fraco mesmo? – ironizei, olhando para ele. Me estremeci vendo a horrível criatura, que estava mais feia ainda com a sua cara enchada e seu nariz sangrando. Mas não perdi tempo e enfiei minha espada em seu peito.
Era o fim dele.
Enquanto o vampiro gritava de dor, ele se transformava em pó, deixando apenas rastros de sangue no chão.
Olhei para o meu pai e vi que ele estava muito surpreso.
Ele se aproximou de nós com o frasco de vidro cristalino vermelho. Eu tirei minha espada do monte de areia, e meu pai colocou todo o pó no vidro. Minha espada ensanguentada tornou a virar um anel dourado limpo e brilhante.
- Filho, você será um ótimo caçador de vampiros – falou meu pai, com tom de orgulho na voz. – Com quem aprendeu a lutar tão bem assim?
- Com o tio Michael.
- Admito que você me surpreendeu.
- Pai, eu não disse que ia te provar que seria um bom caçador?
- Isso eu já sabia – meu pai guardou o pote de vidro num dos bolsos internos da jaqueta. – Fubuki, mas esse vampiro não era um vampiro comum.
Estranhei.
Nenhum vampiro era comum, mas o que meu pai queria dizer com isso?
- Como assim, pai?
- A velocidade dele. Os vampiros não são tão rápidos assim. Havia algo diferente nele. A aparência também mostrava isso. Aqueles pêlos e veias grossas...
- E o que será que ele queria?
Essa era a outra questão.
- Não sei – ele respondeu; andamos até o carro. – Normalmente os vampiros nem sonham ver um caçador por perto.
Seria por isso que o professor de História e os dois valentões faltaram à aula ontem? Porque depois que o diretor da minha escola me atacou, ele morreu por meu pai.
Mas e aquele motoqueiro? Ele disse, antes de fugir: “Isso é apenas o começo”. Então isso significava que os vampiros me atacariam? Porque esse último vampiro ignorou meu pai para me atacar. Bom, mais do que nunca tenho que me prevenir, ou então virarei comida de morcego.
- Vocês ainda não tiraram o carro? – perguntou minha mãe, entrando no estacionamento.
Ela estava um pouco distante, então meu pai disse a mim:
- Rápido, Fubuki, entra no carro!
- Mas por quê? – eu estranhei.
- Se olhe no espelho.
Fiz o que ele mandou. Então percebi que havia uma marca muito feia de um soco no meu rosto, resultado do ataque daquele vampiro. Minha mãe não entenderia.
Entrei no carro.
Ela se aproximou, com a bolsa que fora buscar:
- Vamos ou não?
Chegamos em casa às meia-noite e meia.
Meu pai guardou o carro na garagem, enquanto eu e minha mãe entrávamos em casa – eu, logicamente, sempre escondendo a parte ferida do meu rosto.
Meu pai chegou. Subimos para nossos quartos.
Enquanto eu vestia minha roupa de dormir, pensava naquele vampiro. Eu tinha uma leve impressão que era um teste ou algo do tipo. Mas por quê? Meu pai disse que ele não era um vampiro comum. Mas como eu o derrotei tão fácil? Bom, essas perguntas ficam para outro dia, porque agora eu estou esgotado. Apesar de eu ter derrotado aquele indivíduo facilmente, gastei todas as minhas energias.
Hoje foi um dia longo. Descobri que Natsuno e Riku também são caçadores de vampiros e matei um vampiro. Mas, apesar de eu estar feliz com os meus pais por perto, faltava alguém. Não um alguém, mas dois “alguéns”! Shimizu e Zoe. Quando estou distante das duas sinto um vazio no coração. Eu estava apaixonado por uma e quase por outra. Mas não tenho nada a fazer a não ser torcer para vê-las o mais rápido possível.
Deitei na minha cama e simplesmente dormi. Sem pesadelos nem nada. Dormi tranquilamente. Apenas torcendo para não entrar nenhuma sombra no meu quarto. Fora isso, estava tudo normal.
Hoje eu enfrentei um novo desafio. Mas, e dali em diante, o que será da minha vida? O domingo seria normal, ou eu encontraria mais um inimigo? Descubra no próximo capítulo de “O Caçador de Vampiros”
Você não pode perder!
Acompanhem ^^
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Parabéns pela iniciativa. Tá muito bacana o blog.
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