sexta-feira, 22 de março de 2013

Capítulo 12 - O Aviso de Um Novo Rival - 1ª Parte


        - Eu também sou membro de um clã especial – ele explicou. – Resumindo: também sou um caçador de vampiros.
    Agora sim. Isso explica tudo. Que alívio.
    Calma aí! Alívio? O que estou pensando? Na verdade eu estava surpreso! Natsuno também ser um caçador…
    - Então isso explica você ter chegado atrasado naquele dia – falei.
    - Exato. Mas como percebeu?
    - Sei lá, apenas desconfiei.
    - De qualquer forma está certo.
    - E também sobre seu pai ser policial.
    - Exato.
    - E sobre a… - não queria falar isso, mas não tinha jeito. – Sobre a sua mãe.
    Vi sua expressão facial mudar para tristeza. Com certeza a mãe de Natsuno foi morta por vampiros, pois ele era um caçador, junto de seu pai e sua família.
    - Fubuki, por que você não me disse sobre isso antes? – ele perguntou.
    - Bem, nem eu mesmo sabia. E como você soube sobre mim?
    - Eu já tinha minhas suspeitas desde a primeira vez que te vi. Você não sentiu nada de diferente?
    Pensando bem ele estava falando a verdade. Na primeira vez que o vi senti um arrepio diferente, além de perceber um tom amarelado em seus olhos.
    - Depois – ele continuou – meu pai me falou sobre ter um caçador na minha escola, e imaginei que fosse você.
    - Então você acertou – brinquei.
    - Não falho nessas coisas – ele sorriu.
    - Me diga uma coisa, Natsuno – falei. – Se você não falha nessas coisas, não percebeu algo estranho nos valentões da escola?
    Ele pensou um pouco, mas senti que sua resposta já estava na ponta da língua:
    - Em dois, apenas.
    - E nos olhos do… Yuuki?
    Novamente ele mudou de expressão. Yuuki era um grande amigo de Natsuno, isso o deixaria mal.
    - Percebi – ele respondeu, com tom de tristeza na voz. – Mas sinto que Yuuki é diferente, sabe? Ele pode ser um vampiro, mas um vampiro do bem. O conheço desde o ano passado.
    - Mas meu pai disse que isso não existe – repliquei, também triste. – Os vampiros se alimentam de sangue humano.
    - Mas tem exceção para tudo.
    Poderia ser verdade. Sempre há uma luz no fim do túnel, e eu torcia para essa luz ser o bem em Yuuki. Apesar de não falar muito com ele, sinto que já somos grandes amigos.
    O que estou dizendo?! E se ele realmente for um vampiro? Não posso ser seu amigo, pois ele poderia querer… bem, você já deve imaginar.
    - Acho que Riku também é um caçador – disse Natsuno.
    - Um caçador?
    Fazia sentido, pois vi algo amarelado em seus olhos também.
    - E o terceiro valentão – ele falou.
    Hiroshima.
    Esse era o terceiro valentão. O mesmo que meu pai atropelou ontem. O mesmo que estava investigando sobre um cientista desaparecido.
    Expliquei tudo à Natsuno.
    No final ele estava surpreso:
    - Um cientista? Nunca ouvi nada sobre ele. Nem na organização Ko-Ketsu.
    - Natsuno, há quanto tempo você é um caçador? – indaguei.
    - Ainda sou um aprendiz – ele respondeu. – Entrei para a organização há apenas alguns meses. Bom Fubuki, já vou indo.
    - Está bem.
    - Ah, e sobre aquele motoqueiro…?
    - Eu o segui, mas ele fugiu. Também era um vampiro.
    - Entendi.
    Nos despedimos, e quando ele estava indo pela floresta, ainda falou:
    - Não se preocupe com a Shimizu, faltar é normal.
    Voltei para casa, pensando em onde Natsuno morava.
    Quando cheguei na sala, me deparei com o meu pai.
    - Parece que já tem um parceiro – ele brincou.
    - Parceiro? Como assim?
    - Aquele garoto, seu amigo. Ouvi a conversa de vocês.
    Senti que meu pai já sabia que Natsuno era um caçador, desde quando o viu na escola. Mas como ele ouvira nossa conversa? Estava escondido?
    - Pai, você já o conhecia? – perguntei.
    - Ele não, mas seu pai faz parte da organização.
    - Ah…
    Minha mãe tinha acabado de fazer a comida, então eu e meu pai fomos à cozinha.
    Nós três almoçamos.
    Depois meu pai falou que iríamos ao cinema da cidade hoje à noite. Perguntei que filme, e ele respondeu que era comédia.
    Gostei da ideia. Nada como um bom filme para se distrair. Só espero que não aconteça nada até lá.

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