sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capítulo 17 - Riku, Mudou de Ideia? - 2ª Parte

Dia anterior
 
    Depois de ver Yuuki se despedindo de Fubuki e dos outros, Riku o seguiu.
    Yuuki andou em sentido norte da escola, sem perceber nada. Riku sempre se escondia quando Yuuki olhava para trás e, assim, seguiu o garoto até a casa de sua família.
    Assim que Yuuki entrou, Riku foi para algum ponto do lado de fora da casa que pudesse vê-lo. De lá, ele viu Yuuki cumprimentando sua mãe e subindo ao quarto. Yuuki parecia muito triste, sempre com lágrimas quase saindo de seus olhos.
    Quando ele chegou ao seu quarto, Riku já estava na janela o observando. Riku se sentiu mal vendo Yuuki chorar a tarde toda. Yuuki chorava, chorava e chorava. Parecia muito triste, e sempre falando pra si mesmo: “Por quê?”, “Não podia ter acontecido isso!”, “Eu sou um idiota.”, “É minha culpa!”.
    Yuuki desceu apenas para almoçar e, ao lado da mãe, parecia mais feliz. Mas quando voltou para o quarto a tristeza voltou. E, triste, ficou até o anoitecer.
    Riku sofria muito só de ver o garoto chorar, e sabia por que, pois, antes de atacar Fubuki, ele ouvira a conversa. Mas, por outro lado, Riku estava lá para descobrir se Yuuki era mesmo do bem, como falava Fubuki. E ele já sabia a resposta.
    - Meu Deus, por que aconteceu isso com ela? – Yuuki chorava – Justo ela!
    - Isso não vai te ajudar em nada – Riku resolveu aparecer na janela.
    - Hã?
    Yuuki ficou surpreso, já parando de chorar.
    - Riku, por que você…
    - Eu queria confirmar se você era confiável.
    - Então ficou claro?
    - Acho que sim.
    Riku se sentou na cama de Yuuki, bem ao lado dele. Parecia um pouco desconfortável, um pouco tímido.
    - Você se culpando apenas sofrerá mais.
    - Sofrerei mais?
    - Eu… eu perdi meus pais há algumas semanas… – Riku segurava o choro – Os perdi, e não posso fazer nada. Eu sei o que você está sentindo, e também me culpo. Eu não pude defendê-los, não pude lutar, não pude fazer nada!!
    Riku chorava e, pela primeira vez, não evitava a tristeza.
    - Yuuki, eu tento esquecer, mas não é fácil! Eu sei exatamente o que você sente, então te darei um conselho: esqueça.
    - Mas como você disse, não é fácil – respondeu Yuuki, enxugando uma lágrima.
    - Eu sei. Mas tente, e verá que a sua dor não será tão ruim. Se você ficar pensando na sua falecida irmã, não conseguirá viver.
    - Você deveria dizer isso a você mesmo.
    - Hã? - Riku foi pêgo de surpresa.
    - Riku, percebo que você é solitário, que não gosta de amigos e, pelo que me parece, é por causa do sofrimento.
    - Não é isso.
    - Hum?
    - Eu me divirto caçando os maus vampiros. Gosto muito do que faço e honro meu clã. Além disso, ajudo a humanidade – ele sorriu.
    - Mas então por quê?…
    - Não confio em mais ninguém – Riku desviou o olhar.
    - Por quê?
    - O assassino da minha família era um grande amigo dos meus pais. Mas depois… - sua voz falhou.
    Yuuki ficou com pena do garoto.
    - Entendo – falou. – Mas pode confiar em nós. Somos diferentes.
    Riku ficou em silêncio, pensativo. Depois se levantou, foi para a janela e disse:
    - Até mais.
    E se foi, pulando pelos telhados das casas, na linda noite de lua cheia e céu estrelado.
    Yuuki ficou no seu quarto, satisfeito com a conversa, apenas observando o garoto indo embora.
    Ele finalmente entenderia?


    Bom, acho que finalmente Riku descobriu o valor da amizade. E quem diria que seu primeiro amigo é um vampiro! Mas um vampiro do bem, é claro. No final das contas ficamos todos felizes. Quer saber o que vai acontecer agora? Então descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”.
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Capítulo 17 - Riku, Mudou de Ideia? - 1ª Parte


    - Shimizu, quer ir ao cinema… comigo?
    - Claro!!! – ela respondeu.
    Isso era o que ela queria, e eu descobri a tempo.
    Shimizu…
    Como não descobri antes? Shimizu gosta de mim e, ir ao cinema, pode ser um bom passo para o nosso relacionamento. E ela sabia disso faz tempo, mas queria que eu a convidasse, pois acho que ela percebeu que eu a amo também.
    - Então está combinado? – perguntei.
    - Quando podemos ir? – ela estava com muita vergonha, e todas as amigas dela nos observando. Eu também não me sentia a vontade, pois sou, nesses assuntos, muito tímido. Olhei para Natsuno e percebi que ele estava satisfeito. Joe, Yuuki e Kai estavam reunidos com o grupo dos garotos do futebol, todos distraídos. E Riku… Bom, parecia que Riku tinha desistido de atacar Yuuki, pois seu olhar mudou muito.
    Ele finalmente entendeu?
    - Fubuki?
    - Ah, desculpe-me, Shimizu, tava distraído – fiquei vermelho. – O que você disse mesmo?
    - Eu perguntei se podemos ir no sábado à tarde.
    - Feito. Onde e à que horas nos encontramos?
    - Às cinco, aqui mesmo na escola, pois não sei onde é sua casa e você não sabe onde é a minha. Ok?
    - Tá. Então… até mais.
    - Até.
    Então, assim que me despedi da Shimizu, Masao me chamou:
    - Ei, Fubuki, pára de namoro e vem aqui!
    Namoro?
    Todos da sala que ouviram aquilo riram de mim; Shimizu e eu ficamos vermelhos. Olhei para ela e ela sorriu. Isso me acalmou.
    Fui para onde estavam.
    Chegando até eles, Masao disse que treinaríamos todas as quintas e sextas com o nosso novo treinador de Educação Física depois das aulas.
    Depois chegou o professor na sala e voltamos aos estudos.
    Passou o tempo e, por mais incrível que pareça, eu estava conseguindo aprender as coisas que os professores passavam na lousa. Não entendi o porquê, mas acho que é pelo fato de estar muito feliz.
    Três aulas se foram e bateu o sinal: hora do intervalo.
    Descemos.
    Depois que pegamos o lanche e nos sentamos numa mesa, Natsuno começou a me falar uma coisa:
    - Fubuki, como você faltou nos três primeiros dias de aula, não viu o Shin.
    - Shin? – perguntei. – Quem é?
    - Shin também é um Caçador de Vampiros – respondeu Riku, se aproximando da nossa mesa (o que me surpreendeu muito).
    - Riku? – estranhei. Olhei para meus amigos e percebi que Yuuki não estava surpreso. Pelo contrário, ele parecia… satisfeito.
    - Você o conhece, Riku? – perguntou Natsuno; ele fez que sim com a cabeça.
     - Aliás, ele é de um clã especial, certo?
    - Clã especial? – perguntou Joe.
    - Eu te explico… - disse Natsuno.
    Ele falou sobre clãs especiais, que são determinados a caçar vampiros, da organização Ko-Ketsu e dos vampiros. No final Joe disse apenas:
    - Legal!
    - Mas o quê que tem esse Shin? – perguntei.
    - Nada – respondeu Natsuno. – Ele é um mala. Eu só queria te avisar isso, Fubuki: fica esperto com ele, pois esse Shin é um traíra.
    - Pode deixar – falei.
    Olhei para Riku, e ele desviou o olhar.
    - Riku, mudou de ideia?
    Ele não respondeu.
    Riku apenas voltou para sua mesa.

    Depois disso, o resto do dia foi normal.
    (Na próxima parte deste mesmo capítulo a história se passará em 3ª pessoa)

sábado, 4 de maio de 2013

Capítulo 16 - Amigos Para Sempre - Parte Única


    Retrospectiva do último capítulo:
    Na Segunda-Feira foi tudo normal, a não ser o fato de eu perceber que Yuuki andara chorando. Não só eu, mas Natsuno e Joe também. Yuuki queria ficar sozinho, então nós entendíamos e o deixamos.
    Outra coisa estranha foi o fato de a Shimizu me perguntar se eu tinha algo a mais a dizer para ela depois que disse que estive preocupado. Não entendi, porque eu não tinha nada – ou tinha, mas era muito tolo para não lembrar.
    Sem falar no Riku, que estava disposto a matar Yuuki. Mas tenho quase certeza de que Yuuki possa ser do bem, então o protegerei.
    Além disso, meu pai ligou para me avisar uma coisa: eu deveria deixar o Caso Koyoshima de lado, pois sou alvo de vampiros. Não pude fazer nada a não ser aceitar.
    Já na Terça-Feira percebi que Shimizu ainda me olhava como se esperasse alguma coisa de mim. Mas eu não sabia o que era, então isso, de alguma forma, a irritava.
    Yuuki continuava triste, com seus olhos vermelhos de choro. O que será que aconteceu?
    E Riku, é claro, sempre de olho em nós dois. Por um lado ele queria atacar Yuuki, por outro ele esperava que eu o defendesse.
    Bom, isso já é o suficiente para você ficar por dentro de tudo.
   
    Agora voltemos para a atualidade.

    Depois da quarta aula, chegou a quinta.
    Depois da quinta, a sexta.
    Depois da sexta, a hora de ir embora. Mas antes tinham as inscrições.
    Todos descemos para o ginásio da escola, que ficava ao fundo do colégio, no bosque, onde havia o teatro, o campo de futebol e as quadras. O lugar era enorme e muito bonito, com jardins florescidos, grandes árvores e uma fonte d'água.
    Eu nunca havia percebido o quanto a escola era enorme.
    Havia, ao leste, uma enorme grade que separava o bosque da rua. Esta não era movimentada. Já no extremo oeste, o que separava era um muro, pois a rua da esquerda era uma movimentada avenida.
    Entramos no ginásio (que ficava ao nordeste do bosque), e já havia uma fila enorme para assinar a lista.
    - Lá vamos nós – falou Masao.
    Todos fomos para a fila, mas eu percebi que Yuuki não estava conosco. A sala inteira estava lá, menos ele.
    - Onde será que Yuuki está? – perguntou Natsuno.
    - Ultimamente ele anda muito estranho – falou Joe.
    - Vamos procurá-lo – sugeri.
    - Mas não foi você quem disse que deveríamos deixá-lo sozinho, Fubuki? – advertiu Natsuno.
    - Mas se não acharmos ele, Yuuki ficará fora do campeonato – repliquei.
    Então os dois assentiram e avisamos ao Masao que iríamos procurar Yuuki.
    Saímos do ginásio e fomos procurá-lo no enorme bosque, cheio de árvores.
    - O que ele deve estar fazendo? – perguntou Joe.
    - Ele anda chorando muito – disse eu. – Aconteceu alguma coisa que Yuuki não quer nos contar.
    - Olha ele ali! – avistou Natsuno apontando para Yuuki que estava encostado a uma árvore, já distante do ginásio. O garoto estava sentado no belo gramado olhando para o nada.
    Fomos até ele e, quando Yuuki percebeu a nossa presença, ele imediatamente enxugou suas lágrimas.
    - O que vocês querem? – ele perguntou.
    - Yuuki – falou Natsuno –, nos conte o que está havendo agora!
    Yuuki desviou o olhar para a linda fonte d'água, que ficava no centro de uma praça.
    - Não está havendo nada.
    - É, e eu nasci ontem!
    Natsuno, Joe e eu nos sentamos ao lado de Yuuki.
    - Yuuki – falei – pode contar com a gente. Somos seus amigos.
    - Mesmo eu sendo um vampiro?
    Isso me surpreendeu.
    Como ele pôde ser tão direto assim? Será que era isso que o abalava?
    Natsuno não mostrou nenhuma expressão, mas Joe estava assustado.
    - Como assim vampiro? – perguntou o grandalhão.
    - Depois te explico – o acalmei.
    Joe não fez perguntas, percebendo a situação de Yuuki.
    - Você não é mal – falei.
    Yuuki olhou para mim, como se eu estivesse louco.
    - Não sou mal? O que quer dizer?
    - Você, Yuuki – falou Natsuno –, é nosso amigo, mesmo sendo vampiro ou não.
    Yuuki voltou a olhar para a fonte.
    - Mas não é isso que te deixa assim – adivinhei.
    - Não – ele confirmou.
    - Então o que é? – perguntou Joe.
    - Pessoal – ele disse – é sério, preciso ficar sozinho.
    Continuamos sentados.
    Yuuki olhou para nós, e Natsuno falou muito sério:
    - Não sairemos daqui até você nos contar o que está havendo!
    Olhei para ele, com muita admiração. Não sabia que Natsuno era assim tão amigável. Ele me surpreendeu.
    Mas ainda assim Yuuki hesitava. Natsuno ficou furioso e gritou:
    - O que aconteceu, PORRA?!
    Yuuki se levantou mais furioso ainda e respondeu, gritando:
    - POR UM DESCUIDO MEU A MINHA IRMÃ MORREU, CARALHO!! ESTÁ SATISFEITO AGORA?!! - essa afirmação deixou Natsuno, Joe e eu de boca aberta. Yuuki realmente estava muito furioso, como eu nunca havia visto antes. E a sua história era triste também. Natsuno se sentiu arrependido pelo que disse, e Yuuki não conseguia conter o choro. Ele suava, de raiva e de culpa. Se sentou, tremendo. - Hoje  completa um ano - disse ele, mais calmo, sem conter as lágrimas -, eu buscava a minha irmã na pré-escola todos os dias porque a minha mãe trabalhava muito para nos sustentar. Ela confiava em mim... mas eu a decepcionei - Yuuki claramente se culpava do ocorrido. - Yuuko tinha só cinco anos de idade... Ela era muito nova... O farol havia acabado de abrir, mas não havia carros por perto. Corremos para atravessar, mas a sua mão escapou... o caminhão apareceu do nada... - Yuuki não precisava completar para sabermos o final.
    Ele olhou para nós, e seus olhos estavam muito vermelhos. Yuuki chorava muito. De alguma forma eu sabia como ele se sentia. Como poderia acontecer uma coisa dessas? Com certeza era muito difícil. Yuuki perdera a irmã num acidente, e não se perdoava.
    Por dentro eu sentia uma tristeza muito grande. Natsuno e Joe também sentiam isso, mas com certeza era muito mais difícil para Yuuki. Perder alguém próximo é a pior coisa que há nesse mundo. E eu pensando que a solidão era a pior.
    - Sinto muito – foi o que consegui dizer.
    Yuuki chorava muito, e Natsuno, Joe e eu não podíamos fazer nada.
    - Já passou, Yuuki – falou Natsuno, afinal. – Isso é passado, e temos que viver o presente.
    - Não consigo – disse Yuuki. - Eu a amava muito.
    - Você não se perdoa – adivinhei. Yuuki olhou para mim, e percebi que eu estava certo. Então falei: - Yuuki, a tristeza só tem uma cura.
    Os três olhavam para mim atenciosamente, e Yuuki já parava de chorar.
    - Essa cura é a amizade.
    Peguei sua mão e a apertei. Joe e Natsuno também fizeram a mesma coisa.
    - Obrigado, pessoal – agradeceu Yuuki.
    - Amigos? – perguntei aos três.
    - Amigos – falou Natsuno.
    - Amigos – falou Joe.
    - Amigos – falou Yuuki.
    Então nós quatro falamos:
    - Amigos para sempre!
    Aquele momento com certeza ficaria na minha memória para sempre. A amizade é uma das melhores coisas que há nesse mundo e me salvou da solidão quando cheguei na cidade. E eu tentava salvar Yuuki com ela, e parecia que estava dando certo.
    - Ora, ora, ora, parece que estão felizes – disse alguém; imediatamente olhamos para ver quem era, e a pessoa era Riku.
    - Riku? – estranhou Natsuno.
    - Acertou – disse ele, com seu rosto sem expressão.
    - O que você quer? – perguntou Joe.
    - Como Yuuki é um vampiro – disse eu – Riku quer exterminá-lo.
    Yuuki se mostrou assustado e Joe estranhou:
    - Como assim?
    - Depois eu te explico, grandão – falou Natsuno, sério.
    Riku mostrou seu anel cinza, e o objeto se transformou numa espada, muito parecida com a minha, só que um pouco maior.
     A lâmina de metal da espada era prateada, cujo fio era duplo, e o cabo era cinza. Uma espada muito bonita, brilhante e, de alguma forma, eu sentia que ela era poderosa.
    - Então essa é a sua Takohyusei? – perguntou Natsuno ao Riku.
    Natsuno também mostrou seu anel, mas roxo. O mesmo virou uma espada, do mesmo tamanho que a de Riku, mas de cor diferente.
    A espada de Natsuno era toda roxa, tanto o cabo, quanto a lâmina, que era muito brilhante devido ao metal. Os detalhes do cabo eram dourados, lembrando raios, e possuía um tipo de gravura representando algo.
    Cheguei a uma conclusão: todo caçador tinha uma espada Takohyusei – ou pelo menos eu acho.
    - Isso é comigo – falei à Natsuno.
    Mostrei meu anel dourado, que se transformou na minha espada de lâmina dourada e de cabo vermelho. Tinha fio duplo na lâmina, igual à espada de Riku e Natsuno, só que a minha – por mais incrível que pareça – estava aumentando o tamanho, ficando do mesmo que as espadas dos dois.
    - O que é isso? – perguntou Joe.
    Nossas espadas começaram a brilhar, produzindo alguma energia boa que, de algum modo, se ligavam.
    Yuuki, Joe e eu estávamos impressionados, pois nunca havíamos visto algo do tipo.
    - Bom, Riku – disse eu, assim que as espadas pararam de brilhar –, eu disse que ia proteger Yuuki.
    - Isso não quer dizer nada para mim.
    - É, e por que não?
    - Porque eu o matarei junto de você.
    - É o que veremos!
    Com as nossas espadas corremos um em direção ao outro.
    - HÁÁÁÁÁÁÁÁÁ…
    Quando chegamos perto, quando ficamos frente a frente, pulamos, desviando cada um para a lateral de uma árvore. Pegamos impulso e acertei Riku com um soco na cara, mas ele também me acertou. Estávamos no ar, cada um com a sua espada e com um golpe no outro, então demos um chute: eu acertando o peito dele, e ele o meu, assim, com o impacto, nos distanciando voando pelos ares. Eu me agarrei numa árvore, e Riku em outra. Subimos nos galhos.
    - Incrível! – disse Yuuki.
    - Eles são muito rápidos – falou Joe.
    Eu também estava muito surpreso com a minha agilidade, mas Natsuno não se mostrava nem um pouco impressionado, pois ele provavelmente já era acostumado.
    - Você luta bem, Fubuki – disse Riku.
    - Você também, Riku – disse eu.
    - Bom, então agora vou mostrar toda a minha força.
    - Vai em frente, então.
    Mas, de repente, apareceu Kai:
    - Onde vocês estavam? – ele perguntou.
    Ele olhou para mim e para Riku, então estranhou.
    Nossas espadas voltaram a ser anéis, então desci da árvore.
    - Parece que você se salvou – falou Riku a mim, ainda no galho.
    - Eu? – ironizei – Ainda não terminamos nossa luta, Riku.
    - Quem sabe um dia – então ele se foi, pulando para o gramado e rumando ao ginásio.
    A espada de Natsuno também voltou a ser um anel roxo, enquanto Kai olhava para nós como se fôssemos loucos.
    - O que está acontecendo? – ele perguntou.
    Natsuno, Joe, Yuuki e eu nos entreolhamos.
    - Alguém vai me responder ou não? – perguntou Kai.
    - Eu respondo – falei. – Quer dizer, depois eu explico.
    - Por que depois? – ele estava curioso.
    - Acho que porque temos que assinar a lista – lembrou Natsuno.
    - Ah, é – concordou Kai, coçando a cabeça.
    Então nós cinco voltamos para o ginásio, sempre com Kai olhando para nós com certa desconfiança.

    Depois de assinarmos a lista do campeonato, deu a hora de ir embora.
    Despedi-me, no campus, de Natsuno, Yuuki, Kai e Joe.
    Quando eu estava indo embora, Shimizu me chamou:
    - Fubuki!
    - Hã? – me virei.
    Ela chegou perto de mim:
    - O que você quer, Shimizu? – perguntei.
    Ela estava vermelha.
    - Eu… só… queria me despedir de você. É isso.
    Senti que ela queria me dizer alguma coisa, mas perdera a coragem.
    - Só isso mesmo? – estranhei.
    - Só.
    - Ah.
    - E você?
    - Eu o quê?
    - Nada – percebi que a Shimizu estava, de certo modo, desapontada. Eu só não entendia o porquê. Shimizu queria que eu dissesse alguma coisa, mas o quê?
    - Então… tchau – falei afinal.
    - Tchau – ela me deu um beijo no rosto. Ficamos vermelhos. – Até amanhã, Fubuki.
    - Até – e fui.

    No caminho para casa, fiquei pensando em Shimizu.
    O que ela queria afinal? Shimizu anda muito estranha desde ontem, quando me disse: “E se tiver algo a mais para me falar, não perca tempo.” Perder tempo de quê? Eu não tinha nada a falar, ou tinha?
    Fiquei o dia inteiro pensando nisso. O que ela queria dizer com aquilo? Shimizu, de algum modo, tinha certeza que eu queria lhe falar alguma coisa. Mas só tinha um problema: eu não sabia o que era!
    Mudei meus pensamentos para Yuuki.
    Sinto muita pena dele, pois Yuuki perdeu a irmã num acidente de carro, e tudo graças à um pequeno descuido dele! Isso era o motivo de seus choros. Além disso, confirmei que ele é um vampiro do bem, inclusive comecei uma luta com o Riku. Pena que não acabamos, pois estava muito emocionante.
    E a Zoe? Nunca mais a vi. Quer dizer, já fazia dois dias que não a vejo, desde que ela e sua mãe visitaram minha casa no domingo. Zoe é uma menina muito linda, e me ama. Mas só tem um “porém”: eu estou apaixonado pela Shimizu.
    - Ah! É isso! – gritei, já na minha cama, preparado para dormir.
    Finalmente eu descobri – ou melhor, lembrei – o que eu deveria falar para Shimizu. Como fui tão burro para não prestar atenção nas palavras dela? Shimizu queria me dizer isso o tempo todo e eu pagando uma de tolo. Mas finalmente já sei o que é! E tenho certeza que ficaremos felizes, Shimizu e… eu.

    Quarta-Feira.
    Depois de acordar, escovar os dentes, me arrumar e tomar café, fui para a escola.
    Eu estava muito empolgado.
    Como sempre, encontrei Yuuki, Natsuno e Joe no campus do colégio Matsumoto. Percebi que Yuuki estava mais aliviado desde ontem.
    - Está melhor? - perguntei, enquanto estrávamos na escola.
    - Sim - ele sorriu. Não um sorriso tão alegre, mas pelo menos era um sorriso.
    Já na sala, cumprimentei as mesmas pessoas de sempre, inclusive… Shimizu.
    Ela olhou para mim, como se já tivesse desistido do que eu queria falar, mas me aproximei dela e:
    - Shimizu.
    - Oi, Fubuki – ela sorriu.
    - Agora eu entendi tudo.
    Ela ficou vermelha e desviou o olhar.
    - Entendeu?
    - Sim, entendi – peguei a mão dela; todas as amigas da Shimizu estavam olhando para nós atenciosamente curiosas e, no fundo da sala, perto do grupo dos garotos, Natsuno também nos observava. – Shimizu, quer ir ao cinema… comigo?
    Ela estava parecendo um pimentão.
    Shimizu olhou para mim, sorriu, e respondeu:
    - Pensei que você não ia me perguntar isso.
    Caímos nos risos.
    - Então isso é um “sim”? – perguntei.
    - Claro!!!
    Fiquei feliz.

   
    Descobri por que Yuuki andava chorando! Sinto muita pena dele, pois faz um ano que sua irmã morreu, e tudo por causa de um pequeno descuido dele. Descobri também o que a Shimizu queria, então perguntei a ela o que ela queria que eu perguntasse. O que vai acontecer a partir de agora? Me darei bem nessa situação do amor? Descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”.
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^