quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Capítulo 43 - O Segundo Jogo - 2ª Parte

    Entrei no jogo, onde consegui me destacar. Recebi muitos passes e percebi que todos confiavam em mim, o que me deu mais ânimo para jogar. Primeiro, dei um passe que deixou Riku frente ao goleiro. Ele chutou por cobertura, fazendo 4 a 0. Depois marquei um gol, onde driblei três marcadores e ainda driblei o goleiro.
    Fiquei muito feliz, pois em dois jogos pude marcar dois gols!
    Ainda marquei mais um, de longe. Chutei no cantinho rasteiro, um chute impossível de ser defendido pelo goleiro.
    Acabou o jogo.
    6 a 0.
    Todos comemoraram, mas só depois que descobrimos - da boca de Moshio - que esse time que acabamos de enfrentar tinha levado uma goleada de 11 a 0 no jogo anterior.
    Quando perguntei por Masao, o treinador informou que ele fora levado ao hospital. Todos ficamos preocupados, mas não podíamos fazer nada. Nos despedimos e cada um foi para a sua casa, onde a maioria dos jogadores titulares sentia dores nas pernas devido às faltas duras que sofreram do time adversário.

    Depois de tomar um banho gelado, fui almoçar e depois decidi ir ao parque do meu bairro.
    Encontrei Zoe lá.
    - Oi Zoe, como vai? - a cumprimentei enquanto me sentava ao seu lado.
    - Estou bem - ela sorriu. - Percebi que você anda treinando muito.
    - É - confirmei. - Gosto muito de lutar.
    Na quadra havia algumas crianças jogando bola, mas não faziam muito barulho. Para falar a verdade, aquele lugar era ótimo, onde o ar puro predominava e a tranquilidade tomava conta.
    - Por que você gosta tanto de lutar? - perguntou a garota.
    - Não sei. Gosto de adrenalina.
    - É só isso? - mesmo sendo uma pergunta inocente, quase tive uma parada cardíaca, e percebi que a Zoe percebeu isso. - O que foi? - estranhou ela.
    - Ér… nada - gaguejei.
    Ela ficou me observando, o que me deixou meio sem jeito, envergonhado. Quando virei meu rosto para ela, Zoe desviou o olhar para a quadra.
    - Percebi que há muitas coisas que você ainda não tem coragem de me contar - falou ela, em tom meio triste.
    - É impressão sua - tentei disfarçar.
    - Não é não - nossos olhos se encontraram, onde fiquei fascinado por sua beleza. Eu a via toda semana, mas ainda não me acostumara com aquilo.
    - Você é tão linda - falei.
    - O quê? - ela franziu o cenho, ironizando; suas bochechas ficaram um pouco vermelhas.
    Logo percebi que pensei alto; fiquei completamente vermelho. Zoe riu, me deixando ainda mais sem graça.
    - Fubuki, você não é o único que tem segredos - disse Zoe, quebrando a "tensão".
    - O que quer dizer? - estranhei.
    Ela novamente olhou para mim.
    - Tem uma coisa que preciso te contar, e finalmente criei coragem.
    Essas palavras me deixaram curioso, e com medo também. O que será que ela tinha que me contar? Pensei em tantos absurdos...
    Fiquei em silêncio, esperando.
    Ela olhou para a quadra, falando:
    - Meu medo é de você não me aceitar mais como amigo.
    Aquilo me deixou ainda mais com medo.
    - Zoe, você está me assustando.
    Ela parecia muito preocupada. Seja lá o que queria falar, tinha muito medo.
    - Eu confio muito em você - ela falou –, mas ainda assim é arriscado.
    - O que é arriscado? - eu estava confuso.
    - Sua reação. Nem imagino qual vai ser.
    Eu tremia muito por dentro. Aquilo não me deixava mais apenas com medo, mas sim apavorado.
    - Fala, Zoe - pedi, inseguro.
    - Primeiro me promete uma coisa.
    - O quê?
    - Que você sempre será o meu amigo.
    Essa frase tocou meu coração. Zoe estava certa. De toda forma éramos amigos. Nada poderia evitar isso, então por que eu estava com medo?
    - Prometo - falei, afinal.
    Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. A enxuguei, falando:
    - Pode falar, estou preparado.
    - Será?
    - Pode ter certeza - a abracei muito forte.
    Senti seu coração batendo muito forte, e sabia que era algo sério mesmo. Zoe fungou o nariz, e disse lentamente:
    - Fubuki, eu não sou normal - me espantei na hora.
    - Então quer dizer que...?
    - Tenho poderes. Poderes especiais - aquilo me deixou de queixo caído. - Eu sou um… Místico.

    Zoe é um Místico?? Com certeza foi uma grande surpresa, mas como não percebi antes? Como lidarei com isso? Como será a nossa amizade daqui pra frente? Veja nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
     Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

Capítulo 43 - O Primeiro Jogo - 1ª Parte

    Acordei muito disposto.
    Era sexta-feira, o dia do jogo. O segundo do campeonato, por sinal. Tínhamos que vencer de qualquer jeito.
    Depois de me arrumar, fui para a escola. Lá encontrei o mesmo pessoal de sempre: o Natsuno, o Yuuki, o Riku, o Joe, o Kai e, infelizmente, o Shin.
    Eu não gostava do jeito que ele me olhava. Parecia que ele me provocava, pedindo para eu explodir de fúria a qualquer momento. Mas durante meus treinos com o meu tio Michael, melhorei meu intelectual. Aprendi a não ligar para besteiras, até mesmo se tratando do Shin.
    - Estou muito animado - falou Natsuno, já na sala.
    - Quem não está? - brinquei.
    - Ele - respondeu Yuuki, apontando para o Kai.
    Senti uma certa tristeza.
    Kai estava no time graças a mim.
    No dia em que os garotos da sala estavam montando o time, eles precisavam de mais um. Claro que não era obrigatório, mas seria bom nos treinos coletivos. O único que não tinha grupo era o Kai. Ninguém queria aceitá-lo, mas eu convenci a deixarem ele a entrar. Consegui, mas hoje não sei se foi uma boa ideia.
    O garoto solitário tinha alguns amigos nerds, mas que ele só via no intervalo. Eu queria que ele entrasse no time para, pelo menos, fazer alguns amigos, mas não deu certo. Não que ele seja antissocial, mas acontece que ele é meio atrapalhado, e desde que entrou no time, nem relou na bola.
    Voltei à realidade quando Natsuno me deu um cutuque, apontando para uma coisa que eu não gostei de ver:
    - Oi, gatinha - disse Shin com um sorriso sarcástico. O único problema era que ele estava falando com a Shimizu, que estava sentada no seu lugar.
    A garota ignorou ele, que insistiu:
    - Tudo bem com você? - ele estava muito próximo dela, que tentava evitá-lo.
    - Dá licença, por favor - pediu ela; ele não o fez.
    - Por que não quer falar comigo? - seu sorriso sarcástico me enfurecia.
    Estava claro que ela não o queria por perto, por isso eu caminhei para tirá-lo de lá. Mas antes que eu pudesse chegar até os dois, o professor entrou na sala, mandando todos os alunos irem aos seus respectivos lugares.
    Suspirei.
    - Parece que ele quer roubar sua namorada - comentou Natsuno, num sussurro.
    - Nunca vou deixar - afirmei; Natsuno sorriu.
   
    As aulas passaram muito rápido, daí quando bateu o sinal de saída, o time da minha sala desceu ao ginásio da escola, para nos trocar no vestiário e irmos ao campo para a partida.
    No campo havia arquibancadas, onde alguns alunos da escola preferiram ficar na escola para assistir ao nosso jogo.
    Estávamos nos vestiários, todos vestidos, apenas alguns ainda estava colocando suas chuteiras. O treinador apareceu, durão como sempre:
    - Hoje eu quero ver o melhor de vocês! Não podemos nem sequer empatar o jogo. O time adversário é muito agressivo, por isso quero que vocês cavem o máximo de faltas possíveis perto da grande área.
    Cavar significa chamar uma falta. Exemplo: um jogador fazer de tudo para seu adversário cometer uma falta contra si.
    - Entendido - falou alguns garotos em uníssono.
    - Repetirei o mesmo time do jogo anterior - ele olhou para Masao. - Quero que você jogue com o time. Você é muito bom em dar passes, então faça o possível para deixar seus companheiros na cara do gol.
    - Ok - sorriu Masao.
    O treinador olhou para Natsuno e Riku:
    - Vocês dois jogam bem no ataque, mas se trabalhassem mais juntos, com certeza sairá mais gols.
    - Sim, senhor! - gritou Natsuno, com uma postura igual a de um soldado do exército; os outros riram da brincadeira.
    Por fim, Moshio Takahara olhou para mim:
    - E você será a nossa arma secreta do segundo tempo - meu coração disparou. - Quando entrar, quero ver muita raça e determinação. E dribles também - sorri, muito grato pelas palavras. Só dizendo aquilo, o treinado me deixou muito confiante quanto ao jogo, e isso era um bom sinal.
    Depois de falar algumas estratégias, fomos ao campo, onde o time adversário já se aquecia. Eles não eram grandes como os jogadores do 3°A, mas só olhando suas feições dava para perceber que eles eram muito maliciosos e malandros, pelo menos a maioria.
    Após alguns minutos, o jogo começou.
    Foi um jogo muito corrido, onde nosso time atacava enquanto o outro cometia muitas faltas. Sempre era Masao quem cobrava, lançando bolas aéreas para a área do inimigo, e foi assim que saiu o primeiro gol. Foi Kasai quem fez o gol, o que me deixou mais feliz que o normal.
    Kasai, antes do campeonato começar, era reserva do time da nossa sala. Mas graças ao primeiro coletivo que tivemos - onde o time titular enfrentava o time reserva - ele se destacou. Agora ele era o responsável pela vitória parcial.
    O jogo ia rolando, até que Ozoki foi atingido pela perna de um dos jogadores do time adversário, tendo que sair do jogo. O treinador colocou Kubisha (irmão gêmeo do goleiro Koboshi) em seu lugar, fazendo o time ficar um pouco mais lento, porém melhorando na troca de passes. No primeiro tempo, o adversário deu apenas um chute ao gol, onde o goleiro defendeu tranquilamente.
    Ainda por cima, no último minuto, Natsuno recebeu na grande área, fintou um dos zagueiros e chutou forte no canto. 2 a 0.
    O árbitro apitou final da primeira etapa, e todos se reuniram no banco de reservas.
    Depois de substituir o meio-campo Kasai por Kubo e o zagueiro Nakata por Mike, o segundo tempo começou.
    O jogo era do mesmo ritmo, sempre com o nosso time ofensivo e muito veloz, até que Masao sofreu uma falta muito dura na entrada da área. Ele ficou no chão gemendo de dor, mas logo conseguiu se levantar.
    Riku bateu a falta com perfeição e fez o terceiro gol.
    O jogo recomeçou, com o time adversário ainda mais agressivo. Todos os jogadores inimigos estavam furiosos e descontavam no nosso time. Aos poucos meus companheiros iam sofrendo, onde apenas Riku, Natsuno e Yuuki conseguiam se salvar devido às suas agilidades anormais. Mas os adversários continuavam violentos, até que o treinador foi obrigado a tirar o lateral direito Akira para a entrada de Inoha, depois ele tirou Natsuno para entrar o Sasaki.
     Percebi que Masao mancava ligeiramente, por isso fiquei preocupado. Até que, quando ele pegou na bola, recebeu um carrinho muito forte, onde ficou caído gritando de dor com a mão na perna direita. O jogador que cometera a falta foi expulso, enquanto a equipe médica entrava no campo para ajudar o camisa 10.
    Colocaram-no numa maca, deixando todo o time preocupado.
    Os médicos o tiraram do campo e iniciaram uma análise. Corri até eles, e falei ao Masao:
    - Você ficará bem.
    - Espero que sim - ele sorriu com certo esforço; Masao era meio arrogante, mas eu sabia que ele era gente boa.
    - Fubuki - chamou Takahara, do banco de reservas; fui até ele. - Você já sabe o que fazer - fiz que sim; finalmente eu entraria no jogo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Capítulo 42 - Conhecendo o Mundo Paralelo: O Museu & Suas Histórias - Parte Única

    Eu fiquei muito surpreso. Nunca imaginei que o pai do Hiroshima, que era do clã Takeda (agora extinto) fosse um Caçador Lendário.
    - Essa coroa é dada ao Caçador Lendário quando ele assume o poder. Hiro ainda não tinha seu poder total, mais já assumira seu cargo. Comandou o mundo por alguns anos, até… ser morto. Ninguém sabe quem o matou, muito menos como. Eu apenas o encontrei desacordado, sem ferimento algum - estranhei. - Foi a pior dor que senti em toda minha vida. Meu melhor amigo... - uma lágrima escorreu no rosto do meu pai.
     - E isso foi a quanto tempo? - perguntei.
    - Mais ou menos 16 anos. Ele havia acabado de se casar, e sua esposa estava grávida. Hiro pediu para eu cuidar dela e de seu filho que estava por vir, mas não pude.
    Fiquei pasmo. Nem precisei perguntar para Tony explicar o porquê de não ter conseguido.
    - O Palácio da Terra não era dos mais fortes, ainda mais com a morte de Hiro. Nem uma semana se passou desde a sua morte quando vários clãs do mal o invadiram, destruindo a todos. Não sobrou ninguém, apenas cadáveres.
    Aquilo mexeu muito comigo. Natsuno falara que, geralmente, clãs médios ou grandes eram enormes. Como o clã Takeda fora extinto dessa forma?
    - Porém - meu pai continuou -, o único corpo que não fora achado era exatamente o da esposa de Hiro. Ela estava desaparecida, e não sabíamos por onde procurar. Foi aí que conclui que ela estava no mundo humano. Levantei uma hipótese de que ela fugira do Mundo Paralelo, e assim que tivesse a criança, o deixaria em algum orfanato do Japão. Claro que isso seria difícil de acontecer, mas era a única coisa que tínhamos em mente.
    - Daí você deixou alguns membros da organização observando as crianças de todos os orfanatos do país - adivinhei.
    - Isso. Levou anos e anos, até que finalmente o achamos. Era, de fato, Hiroshima, como nos foi apresentado. Logo percebi que o nome dele era muito parecido com o do pai, então descobri que sua mãe, além de tê-lo deixado no orfanato, disse seu nome a algum funcionário de lá.
    - E vocês nunca acharam a pobre mulher? - indaguei.
    - Achamos, sim. Na mesma época. Mas ela mudara muito. Tinha enlouquecido. Colocamo-la numa clínica psiquiátrica, mas... - sua voz novamente falhou.
    - Entendo - foi o que consegui dizer.
    - Acharam ela. Mataram ela e todos os funcionários da clínica. Não foi vampiros, isso eu tenho certeza.
    - Mas por que a matariam?
    - Provavelmente tinham medo de ela ter um filho muito poderoso. Mais um, aliás. Sabiam do Hiroshima, mas não onde estava. Tinham medo de que o mesmo virasse o herdeiro de seu pai.
    - Pai, mas ela não tinha o poder da Terra, tinha ?
    - Tinha. Ela, mesmo antes de se casar com Hiro, já era do clã Takeda. Eles eram primos - finalmente eu entendi.
    - Que absurdo - falei. - Matarem pessoas inocentes apenas para evitar a paz no mundo.
    Eu realmente estava irritado com aquilo. Muitos morreram por próprios caçadores, que mataram os inocentes apenas por medo de uma pessoa boa, no caso um Caçador Lendário. Aquilo era ridículo!
    - Assim que achamos Hiroshima - continuou meu pai -, o treinamos duramente, e eu me aproximei muito dele. Eu jurei que o manteria vivo, como havia prometido à Hiro. Coloquei-o para treinar até com monges, para ele conseguir se ocultar de vampiros.
    - Assim os inimigos não saberiam que ele era um caçador - conclui.
    - Exatamente. Anos se passaram, e Hiroshima estava muito forte. Ele tinha seu trio, mas o mesmo foi morto por vampiros. Daí ele passou a participar de missões que não envolviam exterminar vampiros, como a do caso do cientista desaparecido.
    - É, você falou.
    - Até que ele faleceu…
    Decidi mudar de assunto:
    - Qual é o próximo objeto?
    Caminhamos ao sexto. Não sei se eu estava enxergando bem, mas aquilo era... uma pedra?
    - De qual lugar é essa pedra? - perguntei, já imaginando que ele diria que era de alguma montanha mágica ou algo do tipo.
    - Da lua do Mundo Paralelo - imediatamente fiquei surpreso (eu já estava acostumado a ficar assim. Quando se trata de Mundo Paralelo, qualquer coisa surpreendia, e isso, de certo modo, me dava mais ânimo para caçar). - Fubuki, há muitas coisas que você vai descobrir ainda - falou meu pai.
    - Acho que percebi - brinquei; Tony riu.
    Daí ele me mostrou mais objetos, até que finalmente chegamos ao final do corredor. Entramos na porta, e me vi novamente no pátio principal. Eu nem havia percebido que o corredor tinha forma de C.
    Depois entramos na porta por onde eu vira os caçadores saindo apressados minutos atrás.
    - Essa é a saída de emergência.
    Estávamos numa sala muito pequena, com apenas um buraco na parede. Meu pai entrou nele e desapareceu. Fiz o mesmo.
    Era uma espécie de tobogã, muito longo, por sinal. Era até divertido, mas eu tinha medo de onde sairia. Depois de alguns segundos deslizando ali, finalmente cai em cima de um colchão, que logo vi que era do mesmo material que era feito o colchão de treinamento que meu tio Michael me dera dias atrás.
    Meu pai estava em pé, parado. E quando viu que eu já estava ali, me disse:
    - Agora vou lhe mostrar o meu lugar favorito dessa cidade inteira - imediatamente fiquei curioso.

    Caminhamos sentido leste pelas ruas até chegarmos numa zona onde não havia tantas casas como no resto da cidade. Ali era a zona rural, cheia de hortas e trabalhadores de campos. Eu via muito verde e, apesar de não gostar de lugares muito calmos, eu senti vontade de morar ali. As belas árvores tomavam conta da região, com folhas verdes muito vivas, assim como os gramados que cercavam as poucas casas que haviam ali. Vi um lago onde pessoas se banhavam, se divertindo muito com grandes sorrisos. Fiquei feliz só de ver aquilo.
    Continuamos caminhando até chegarmos nos limites da cidade. Havia muitos morros, mas uma montanha se destacava ali. Era a única por perto. Nela havia uma enorme escada embutida, e foi em direção a ela que andamos.
    - Teremos que subir isso aí? - perguntei ao meu pai.
    - Lógico - respondeu ele; resmunguei, enquanto subíamos.
    A escada era enorme e, quando olhei para baixo, senti calafrios. Subimos mais, mais e mais, até chegarmos no final dela. Estávamos numa espécie de intervalo entre escadas. Havia mais degraus a se subir, mas também havia dois caminhos que levavam ao fundo da montanha.
    - O da direita leva ao Império da Terra - disse meu pai. - O da esquerda também - ele riu, mas eu não vi graça.
    - Qual seguiremos? - indaguei, ironizando.
    - Nenhum. Vamos subir mais um pouco.
    Subimos vários degraus, até chegarmos finalmente ao topo da montanha. Meu pai se virou para a cidade, e falou:
    - Veja como é linda a vista daqui de cima.
    Olhei para baixo, a enorme cidade. Realmente era muito bonita. Dali de cima podia se ver qualquer ponto, inclusive seus limites, onde havia muitas árvores e grandes morros. Dali eu pude ver o BFM e a organização Ko-Ketsu. Mas percebi também que eu não conhecera nem metade da cidade, apenas um pedaço da zona leste.
    Ele se virou e disse, apontando para uma espécie de templo:
    - Esse é o templo que fica a tumba de Onikira - me estremeci só de ouvir o nome. - Mas não viemos para isso, eu só queria te mostrar essa linda paisagem. A cidade de Firen.
    Novamente me virei para a paisagem. Realmente eu nunca tinha visto nada igual. O sol ainda estava no céu, dando a perceber que ainda era umas três da tarde. Poucas nuvens, e um céu azul, que se destacava muito perto do verde dos morros do fim do horizonte. Tudo misturado à bela cidade, que não tinha poluição nem nada do tipo.
     - O único problema é que, para vê-la, precisamos subir essas escadas todas - brinquei.
    - Mas vale a pena - concordei.
    Depois de apreciarmos mais um pouco a vista, descemos aquela escada inteira e caminhamos até o beco de quando entramos. Voltamos ao mundo humano pelo portal e saímos da caverna do subsolo da cachoeira. Quando chegamos em casa, minha mão perguntou:
    - Onde estavam?
    - Treinando - menti, sorrindo.
    Ela estava almoçando com Kaori, e meu tio apareceu, cumprimentando meu pai. Já ia dar quatro da tarde, então desisti de ir ao parque do meu bairro. Passei o resto do dia em casa, e tudo foi normal, até a hora de dormir.
    Por fim, eu estava satisfeito por ter conhecido o Mundo Paralelo, e vi que muitas surpresas ainda estão por vir.
    Me senti bem.

    Finalmente conheci o Mundo Paralelo! Muitas histórias e surpresas, onde meu pai me mostrou coisas que eu nem sonhava ver. Conheci também o pai do Natsuno e da Shimizu! Enfim, adorei esse dia. O que mais virá pela frente? Quais descobertas aparecerão? Não perca os próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^