terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Capítulo 42 - Conhecendo o Mundo Paralelo: O Museu & Suas Histórias - Parte Única

    Eu fiquei muito surpreso. Nunca imaginei que o pai do Hiroshima, que era do clã Takeda (agora extinto) fosse um Caçador Lendário.
    - Essa coroa é dada ao Caçador Lendário quando ele assume o poder. Hiro ainda não tinha seu poder total, mais já assumira seu cargo. Comandou o mundo por alguns anos, até… ser morto. Ninguém sabe quem o matou, muito menos como. Eu apenas o encontrei desacordado, sem ferimento algum - estranhei. - Foi a pior dor que senti em toda minha vida. Meu melhor amigo... - uma lágrima escorreu no rosto do meu pai.
     - E isso foi a quanto tempo? - perguntei.
    - Mais ou menos 16 anos. Ele havia acabado de se casar, e sua esposa estava grávida. Hiro pediu para eu cuidar dela e de seu filho que estava por vir, mas não pude.
    Fiquei pasmo. Nem precisei perguntar para Tony explicar o porquê de não ter conseguido.
    - O Palácio da Terra não era dos mais fortes, ainda mais com a morte de Hiro. Nem uma semana se passou desde a sua morte quando vários clãs do mal o invadiram, destruindo a todos. Não sobrou ninguém, apenas cadáveres.
    Aquilo mexeu muito comigo. Natsuno falara que, geralmente, clãs médios ou grandes eram enormes. Como o clã Takeda fora extinto dessa forma?
    - Porém - meu pai continuou -, o único corpo que não fora achado era exatamente o da esposa de Hiro. Ela estava desaparecida, e não sabíamos por onde procurar. Foi aí que conclui que ela estava no mundo humano. Levantei uma hipótese de que ela fugira do Mundo Paralelo, e assim que tivesse a criança, o deixaria em algum orfanato do Japão. Claro que isso seria difícil de acontecer, mas era a única coisa que tínhamos em mente.
    - Daí você deixou alguns membros da organização observando as crianças de todos os orfanatos do país - adivinhei.
    - Isso. Levou anos e anos, até que finalmente o achamos. Era, de fato, Hiroshima, como nos foi apresentado. Logo percebi que o nome dele era muito parecido com o do pai, então descobri que sua mãe, além de tê-lo deixado no orfanato, disse seu nome a algum funcionário de lá.
    - E vocês nunca acharam a pobre mulher? - indaguei.
    - Achamos, sim. Na mesma época. Mas ela mudara muito. Tinha enlouquecido. Colocamo-la numa clínica psiquiátrica, mas... - sua voz novamente falhou.
    - Entendo - foi o que consegui dizer.
    - Acharam ela. Mataram ela e todos os funcionários da clínica. Não foi vampiros, isso eu tenho certeza.
    - Mas por que a matariam?
    - Provavelmente tinham medo de ela ter um filho muito poderoso. Mais um, aliás. Sabiam do Hiroshima, mas não onde estava. Tinham medo de que o mesmo virasse o herdeiro de seu pai.
    - Pai, mas ela não tinha o poder da Terra, tinha ?
    - Tinha. Ela, mesmo antes de se casar com Hiro, já era do clã Takeda. Eles eram primos - finalmente eu entendi.
    - Que absurdo - falei. - Matarem pessoas inocentes apenas para evitar a paz no mundo.
    Eu realmente estava irritado com aquilo. Muitos morreram por próprios caçadores, que mataram os inocentes apenas por medo de uma pessoa boa, no caso um Caçador Lendário. Aquilo era ridículo!
    - Assim que achamos Hiroshima - continuou meu pai -, o treinamos duramente, e eu me aproximei muito dele. Eu jurei que o manteria vivo, como havia prometido à Hiro. Coloquei-o para treinar até com monges, para ele conseguir se ocultar de vampiros.
    - Assim os inimigos não saberiam que ele era um caçador - conclui.
    - Exatamente. Anos se passaram, e Hiroshima estava muito forte. Ele tinha seu trio, mas o mesmo foi morto por vampiros. Daí ele passou a participar de missões que não envolviam exterminar vampiros, como a do caso do cientista desaparecido.
    - É, você falou.
    - Até que ele faleceu…
    Decidi mudar de assunto:
    - Qual é o próximo objeto?
    Caminhamos ao sexto. Não sei se eu estava enxergando bem, mas aquilo era... uma pedra?
    - De qual lugar é essa pedra? - perguntei, já imaginando que ele diria que era de alguma montanha mágica ou algo do tipo.
    - Da lua do Mundo Paralelo - imediatamente fiquei surpreso (eu já estava acostumado a ficar assim. Quando se trata de Mundo Paralelo, qualquer coisa surpreendia, e isso, de certo modo, me dava mais ânimo para caçar). - Fubuki, há muitas coisas que você vai descobrir ainda - falou meu pai.
    - Acho que percebi - brinquei; Tony riu.
    Daí ele me mostrou mais objetos, até que finalmente chegamos ao final do corredor. Entramos na porta, e me vi novamente no pátio principal. Eu nem havia percebido que o corredor tinha forma de C.
    Depois entramos na porta por onde eu vira os caçadores saindo apressados minutos atrás.
    - Essa é a saída de emergência.
    Estávamos numa sala muito pequena, com apenas um buraco na parede. Meu pai entrou nele e desapareceu. Fiz o mesmo.
    Era uma espécie de tobogã, muito longo, por sinal. Era até divertido, mas eu tinha medo de onde sairia. Depois de alguns segundos deslizando ali, finalmente cai em cima de um colchão, que logo vi que era do mesmo material que era feito o colchão de treinamento que meu tio Michael me dera dias atrás.
    Meu pai estava em pé, parado. E quando viu que eu já estava ali, me disse:
    - Agora vou lhe mostrar o meu lugar favorito dessa cidade inteira - imediatamente fiquei curioso.

    Caminhamos sentido leste pelas ruas até chegarmos numa zona onde não havia tantas casas como no resto da cidade. Ali era a zona rural, cheia de hortas e trabalhadores de campos. Eu via muito verde e, apesar de não gostar de lugares muito calmos, eu senti vontade de morar ali. As belas árvores tomavam conta da região, com folhas verdes muito vivas, assim como os gramados que cercavam as poucas casas que haviam ali. Vi um lago onde pessoas se banhavam, se divertindo muito com grandes sorrisos. Fiquei feliz só de ver aquilo.
    Continuamos caminhando até chegarmos nos limites da cidade. Havia muitos morros, mas uma montanha se destacava ali. Era a única por perto. Nela havia uma enorme escada embutida, e foi em direção a ela que andamos.
    - Teremos que subir isso aí? - perguntei ao meu pai.
    - Lógico - respondeu ele; resmunguei, enquanto subíamos.
    A escada era enorme e, quando olhei para baixo, senti calafrios. Subimos mais, mais e mais, até chegarmos no final dela. Estávamos numa espécie de intervalo entre escadas. Havia mais degraus a se subir, mas também havia dois caminhos que levavam ao fundo da montanha.
    - O da direita leva ao Império da Terra - disse meu pai. - O da esquerda também - ele riu, mas eu não vi graça.
    - Qual seguiremos? - indaguei, ironizando.
    - Nenhum. Vamos subir mais um pouco.
    Subimos vários degraus, até chegarmos finalmente ao topo da montanha. Meu pai se virou para a cidade, e falou:
    - Veja como é linda a vista daqui de cima.
    Olhei para baixo, a enorme cidade. Realmente era muito bonita. Dali de cima podia se ver qualquer ponto, inclusive seus limites, onde havia muitas árvores e grandes morros. Dali eu pude ver o BFM e a organização Ko-Ketsu. Mas percebi também que eu não conhecera nem metade da cidade, apenas um pedaço da zona leste.
    Ele se virou e disse, apontando para uma espécie de templo:
    - Esse é o templo que fica a tumba de Onikira - me estremeci só de ouvir o nome. - Mas não viemos para isso, eu só queria te mostrar essa linda paisagem. A cidade de Firen.
    Novamente me virei para a paisagem. Realmente eu nunca tinha visto nada igual. O sol ainda estava no céu, dando a perceber que ainda era umas três da tarde. Poucas nuvens, e um céu azul, que se destacava muito perto do verde dos morros do fim do horizonte. Tudo misturado à bela cidade, que não tinha poluição nem nada do tipo.
     - O único problema é que, para vê-la, precisamos subir essas escadas todas - brinquei.
    - Mas vale a pena - concordei.
    Depois de apreciarmos mais um pouco a vista, descemos aquela escada inteira e caminhamos até o beco de quando entramos. Voltamos ao mundo humano pelo portal e saímos da caverna do subsolo da cachoeira. Quando chegamos em casa, minha mão perguntou:
    - Onde estavam?
    - Treinando - menti, sorrindo.
    Ela estava almoçando com Kaori, e meu tio apareceu, cumprimentando meu pai. Já ia dar quatro da tarde, então desisti de ir ao parque do meu bairro. Passei o resto do dia em casa, e tudo foi normal, até a hora de dormir.
    Por fim, eu estava satisfeito por ter conhecido o Mundo Paralelo, e vi que muitas surpresas ainda estão por vir.
    Me senti bem.

    Finalmente conheci o Mundo Paralelo! Muitas histórias e surpresas, onde meu pai me mostrou coisas que eu nem sonhava ver. Conheci também o pai do Natsuno e da Shimizu! Enfim, adorei esse dia. O que mais virá pela frente? Quais descobertas aparecerão? Não perca os próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

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