segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Capítulo 28 - Um Presente do Meu Pai - 1ª Parte

    Acordei muito exausto e com o corpo todo dolorido.
    Me levantei, vesti meu uniforme e fui tomar o café da manhã. Minha mãe e Kaori estavam acordadas:
    - Bom dia – falei às duas.
    - Bom dia – responderam.
    Depois fui para a escola, onde me encontrei com Natsuno, Riku, Yuuki e Joe no campus. Depois entramos, e fomos para nossas salas. Sentei na minha cadeira e fiquei esperando Shimizu. Nada de ela chegar. O professor entrou e fechou a porta, e eu fiquei decepcionado.
    - Parece que ela não vem – comentou Natsuno.
    Assenti, muito cabisbaixo.
    Mas por que ela faltou?

    Cheguei em casa e fui direto para a cozinha ansioso:
    - Onde está o meu tio? – perguntei à minha mãe.
    - Continua procurando uma casa, mas agora lá pro centro – minha mãe lavava a louça, conversando com Kaori, que secava.
    - O almoço já está pronto – avisou minha nova tia.
    Agradeci pelo aviso.
    Me troquei em meu quarto e desci para almoçar.
    Depois decidi ir ao parque.

    Estava completamente deserto.
    Sem garotos jogando bola, sem crianças nos diferentes brinquedos e nem sinal da Zoe. Mesmo assim sentei-me no banco de sempre. Tentei não pensar em Shimizu, mas não consegui. Muitos filmes passaram pela minha cabeça sem eu controlar. A primeira vez que a vi, quando ela me mostrou minha sala quando eu estava perdido na escola. Quando a salvei daqueles valentões e quando decidi convidá-la para ir ao cinema comigo. Mas o mais marcante foi o meu pedido de namoro... De onde eu tirara toda aquela coragem?
    De repente, Zoe apareceu nos meus pensamentos, e a primeira lembrança que veio foi a gente se beijando. Aquele foi um momento inesquecível, e enquanto a beijava eu me sentia muito bem. Foi aí que percebi que o que eu sentia por ela estava aumentando, e isso me deixava com medo…
    Eu estaria mesmo me apaixonando pelas duas?
    Decidi ir embora.
    Mas antes de seguir meu caminho, decidi ir até o rio onde eu treinara ontem, que ficava na floresta, não muito perto da minha casa. Provavelmente eu não treinaria hoje, pois Michael foi ao centro e chegaria exausto com certeza.
    Entrei na floresta pela lateral de uma rua, pulando a cerca de arame que separava a calçada das árvores.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Capítulo 27 - O Primeiro Passo - Parte Única

    Meu tio tinha razão: eu estava de pé, porém na parte funda do rio.
    O que estaria acontecendo comigo?
    De repente afundei. Mas agora as águas não pareciam tão pesadas como antes, então nadei até a parte rasa do rio. Meu tio ainda estava surpreso na margem, e eu, finalmente, conseguia ficar de pé.
    - Bom trabalho – disse ele, afinal.
    - E agora? – perguntei, ansioso – O que tenho que fazer?
    Meu tio sentou-se numa rocha no gramado perto da margem e tirou um livro de dentro da sua mochila. Depois respondeu:
    - Apenas ficar aí até… - olhou no relógio - seis horas da tarde – imediatamente me espantei.  
   - E que horas são agora? – perguntei, pois meu relógio não funcionava mais, devido ao afogamento.
    - Exatamente… uma e vinte e oito – essa resposta acabou comigo. Mas a única coisa que tive a fazer foi aceitar
    Meu tio começou a ler, enquanto eu lutava para conseguir continuar de pé ali no rio.
    O tempo foi passando e o sol quente ia secando minhas roupas. Mas isso não era importante. Eu pensava na imagem que vira quando estava no fundo do rio.
    O anjo.
    A garota era muito bonita e disse que era meu anjo da guarda. Mas por que aparecera ali? Seria uma caçadora também? Não, impossível. Era, claramente, uma espécie de alma. Com certeza uma miragem. Mas e se não fosse?
    Infelizmente eu não tinha a resposta para as minhas perguntas.
    Voltei a me concentrar em ficar de pé.

    Já havia se passado muito tempo, quando meu tio decidiu parar de ler. Então ele tirou um sanduíche da sua mochila e começou a comer. Eu tentei não pensar naquele lanche, mas minha barriga protestou com um longo e barulhento ronco.
    - Ai – choraminguei; meu tio ignorou. – Ei, tio Michael, que horas são agora?
    Ele olhou no seu relógio e respondeu:
    - Duas e meia.
    - Ainda? – resmunguei. Mas meu tio voltou a comer, enquanto eu ainda ficava me segurando de pé naquele rio, morto de fome.

    Mais algum tempo havia se passado, quando meu tio comentou:
    - Faz tempo que não chove, né Fubuki?
    - É – concordei, exausto.
    De repente, um barulho ensurdecedor de trovão veio do céu.
    - Ah, não – reclamei. Meu tio tirou um guarda-chuva de sua mochila e o abriu. Assim que abriu começaram a cair gostas, e percebi que o tempo havia mudado muito. As gotas geladas caíam, aparentemente, só naquela parte da floresta, onde estava eu e meu tio. Minhas roupas secas se molhavam novamente, e decidi perguntar ao Michael:
    - Que horas são?
    - Três e quarenta e seis – respondeu ele.
    - Como o tempo passa devagar – falei a mim mesmo.
    A chuva começava.

    Já havia parado de chover, quando vários pombos voavam por cima de mim. E, coincidentemente ou não, um defecou na minha cabeça, me deixando irritado:
    - Tinha que acontecer isso?
    - Faz parte – ironizou meu tio, rindo da minha cara.
    Michael pegou um jornal de dentro de sua mochila e começou a ler.
    - Que horas são agora?
    - Quatro e doze – essa resposta me deixou ainda mais impaciente.
    Meu tio tirou, também, uma rede de sua mochila, e a montou entre duas árvores, e disse, bocejando:
    - Vou tirar uma soneca.
    - O que mais você tem dentro dessa mochila? – perguntei, impressionado com a quantidade de coisas que meu tio trouxera.
    - Só mais algumas coisas – respondeu ele, deitando na rede. Essa resposta foi a ultima coisa que ele falou antes de dormir. Aproveitei que meu tio estava apagado e decidi agachar, pelo menos para descansar um pouco, mas logo me assustei:
    - Posso estar dormindo, mas ainda sim estou de olho em você, Fubuki – falou ele.
    "Que frase mais estranha!", pensei.
    Apenas resmunguei e continuei de pé.
    Minha barriga novamente roncou, e eu estava exausto. Porém, percebi que eu não precisava me esforçar tanto para continuar de pé. Parecia que eu estava numa superfície qualquer, sem precisar ter cuidado para não cair.
    Bocejei, com sono.

    O sol se pôs e o céu começou a anoitecer.
    - EI, TIO!! – gritei bem alto, acordando Michael; este, graças ao susto, caiu da rede, depois gritou:
    - Por que me assustou desse jeito?!
    - Acho que já está na hora de irmos – respondi.
    Ele olhou para seu relógio e disse:
    - É, você tem razão.
    - Que horas são? – perguntei.
    - Seis e vinte – agora era eu quem estava furioso.
    - E por que você não colocou um despertador para acordar na hora certa?! – gritei.
    - Esqueci – disse ele, rindo, sem jeito.
    Respirei fundo, muito bravo.
    - Pode sair daí, Fubuki – disse meu tio. – Terminamos seu treino por hoje.
    Suspirei.
    Em seguida saí da água e, quando cheguei à margem, eu percebi que estava muito mais leve. Até me surpreendi.
    - Incrível – disse a mim mesmo, surpreso. Comecei a dar alguns pulos, e vi que eu estava mesmo mais leve e ágil.
    - O que achou do resultado? – perguntou meu tio, satisfeito.
    - Ótimo – respondi, muito feliz. – Qual será o passo de amanhã?
    - Muita calma, garoto. Você está entusiasmado demais.
    E, de certa forma, meu tio tinha razão. O resultado daquele treino foi impressionante e finalmente eu havia percebido a intenção de ter que me equilibrar naquele rio pesado.
    - Vamos ou não? – perguntou Michael, desarmando a rede.
    - Vamos – respondi; então fomos para casa, e minha barriga roncou. – Que fome!

    Chegando em casa, senti um cheiro ótimo de comida.
    Fui para a cozinha muito rápido, onde estava minha mãe e Kaori aprontando o jantar.
    - Estou faminto! – disse eu.
    - Ainda vai demorar um pouco para sair a comida – lamentou Kaori, o que foi como um golpe para mim.
    - Enquanto isso você poderia tomar um banho – sugeriu minha mãe, percebendo que eu estava sujo, suado e fedendo muito.
    - É pra já – concordei, correndo para o banheiro.
    Chegando lá, uma decepção: meu tio estava no banho.
    - Primeiro os mais velhos – disse ele, de dentro do banheiro.
    Resmunguei.

    Já era nove e meia da noite, quando eu já estava na cama. Foi um dia muito cansativo, onde me declarei para Shimizu e tive um treino duro na floresta com meu tio Michael. Com certeza um dia inesquecível, mas ainda faltava a resposta da garota. Eu não entendia o porquê de ela me evitar daquele jeito. Parecia que algo a impedia de ficar comigo. Shimizu estaria gostando de outro? Não. Eu posso ser idiota, mas percebia a forma como ela me olhava. Eu estava confiante sobre aquele assunto, porém sentia que Shimizu estava insegura. Mas por quê?
    Dormi.

    Tive um pesadelo.
    Eu andava sozinho pela floresta sombria, onde não enxergava quase nada, apenas escuridão e mais escuridão. Eu não entendia por que estava ali, mas pressentia que algo iria acontecer. Até que ouvi um barulho. Olhei para a direção de onde saíra, mas nada. Continuei andando.
    - Fubuki – disse uma voz, vindo de algum lugar.
    Imediatamente parei, muito assustado.
    - Quem está aí? – perguntei, procurando meu anel-espada; mas ele não estava em meu dedo.
    Estranhei.
    - Queremos você – disse a voz; apesar de não tê-la ouvido muito, percebi que a conhecia de algum lugar. – Venha até nós!
    - Cale a boca! – gritei.
    Eu estava muito assustado e atento para o perigo. Estava de noite, e eu não tinha minha espada Takohyusei por perto.
    A pessoa deu gargalhadas horripilantes.
    Então percebi que vinha de cima, e olhei para o alto de uma árvore.
    De repente, de cima, um vampiro me atacou, me espantando tanto que até cai da cama quando acordei.
    - AAAAHHHH!!!!!! – gritei, soando muito.
    Vi que era apenas um pesadelo, então me aliviei com um profundo suspiro. Eu nunca mais tivera pesadelos, mas parecia que eles queriam voltar… E aquele vampiro eu reconheci: era o diretor da minha escola! Mas como?
    - Fubuki, você está bem? – perguntou meu tio Michael, entrando no meu quarto.
    - Foi apenas um pesadelo – respondi, me levantando, ainda com o meu coração a mil.
    - Háháháháhá – riu ele, gozando da minha cara. Fiquei muito constrangido e sem jeito.
    - Tio, dá o fora! – ordenei – Vou dormir.
    - Está bem - disse ele. – Qualquer coisa pode me chamar – ironizou.
    Ignorei e deitei, tentando dormir.
    Mas não foi difícil, porque eu ainda estava muito cansado.

    Pesadelo de novo! Pensei que nunca mais os teria. Mas o que ele quer dizer? Com certeza é algum tipo de aviso ou mensagem. Será que os vampiros estão tramando algo? Não perca o próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Capítulo 26 - Uma Declaração & Uma Superação - 3ª Parte

    - Pensei que você não ia chegar logo! – falou meu tio, assim que entrei em casa.
    - Aqui estou – disse eu, sorrindo. – Vamos começar com os treinos?
    - Logicamente – meu tio pegou sua mochila e colocou em suas costas.
    Minha barriga roncou:
    - Mas primeiro vou almoçar – disse eu, colocando minha mão sobre meu estômago.
    - Não! – protestou ele.
    - Mas por quê?
    - O treino será muito duro. Se você comer agora… é bem capaz de você morrer – essas palavras me estremeceram por completo. – E aí, vamos ou não?

    O dia estava ensolarado, e o clima estava ótimo. Um calor que reinava Tóquio por vários dias, mas sem deixar o ar ficar seco. Eu, particularmente, gostava muito daquela época e torcia muito para demorar a chover.
    Claro que, antes que saíssemos, troquei de roupa.
    Meu tio e eu já estávamos caminhando pela floresta, quando decidi perguntar:
    - Por onde começaremos?
    - Chegamos! – foi a resposta dele. Estávamos perto de um riacho, onde as lindas águas do rio se movimentavam lentamente. No decorrer do mesmo, percebi que havia um morro, de onde vinha a água. Ou seja, era uma cachoeira. – Esse aqui é o Rio das Águas Pesadas - apresentou meu tio. - Fubuki, o primeiro passo é você entrar na água.
    Estranhei.
    - Entrar na água? Mas o quê que tem a ver?
    - Quero que você fique em pé dentro do rio por alguns minutos – inseriu ele. – Parece que não, mas a água é rasa. Tente fazer isso.
    - Se eu soubesse que teria que entrar na água eu traria a minha sunga – resmunguei.
    - Sem reclamações – pediu ele; não tive nada a fazer a não ser aceitar.
    Tirei meus chinelos. Em seguida coloquei o pé direito no rio, depois o esquerdo.
    - Aaahhh!!! – gritei, assim que entrei; eu cai na água, que estava muuuuuito gelada.
    - Levante-se, Fubuki! – ordenou meu tio.
    Tentei ficar de pé, mas novamente cai. Então fiquei agachado.
    - É muito difícil – expliquei.
    - E você pensou que o nosso treinamento seria fácil? – replicou ele.
    Mesmo agachado eu, novamente, caí na água. Aquele rio não era comum, pois suas águas pareciam mais pesadas, mais vivas.
    Me esforcei ao máximo e, agachado, consegui dar um passo para o centro do rio. Mas quando fui levantar de novo, caí mais uma vez.
    - Meu Deus – reclamou meu tio, para si próprio. – Haja paciência…
    Mesmo eu me esforçando, o máximo que conseguia era ficar agachado e parado. Para mim já era um bom começo, mas o objetivo era ficar de pé. Novamente tentei levantar, mas sem sucesso. Parecia que as águas me puxavam - literalmente.
    - Pra quê você quer ficar mais forte? – indagou meu tio.
    Imediatamente eu respondi:
    - Quero alcançar Natsuno e Riku. Preciso ficar mais fortes que eles, mas para isso preciso treinar muito.
    - E por que você acha que foi escolhido como o herói centenário do seu clã?
    - Para protegê-lo!
    - Mas qual clã precisaria de um herói centenário tão fraco assim como você? – provocou meu tio.
    - Eu não sou fraco! – gritei; daí consegui me levantar, e fiquei de pé. Meu tio e eu ficamos surpresos – Consegui! – comemorei; mas, graças à minha felicidade, me distrai e caí de mau jeito no rio. Imediatamente a água me cobriu por completo e começou a me levar, e percebi que eu estava indo para uma parte funda do rio! Assim que caí bebi muita água, então comecei a me afogar e desapareci debaixo d’água.
    - Fubuki! – gritou meu tio, desesperado.
    Mas eu não conseguia responder e, aos poucos, estava perdendo meus sentidos. Eu não podia me levantar e fiquei em completo desespero debaixo d’água, tentando nadar. Seria meu fim??
    De repente, uma imagem apareceu na minha frente. Parecia uma alma de uma garota. E ela tinha asas!
    Me assustei.
    Porém, sua presença me acalmou. Sua pele era bronzeada e macia. Seus cabelos cacheados e lindos. Eram loiros. Ela estava com seus olhos fechados, mas ainda assim perguntei:
    - Quem é você?
    A garota – que parecia um anjo – abriu seus olhos, e vi um brilho intenso verde neles. Olhou diretamente para mim, e respondeu, com sua voz em ecos:
    - Seu anjo da guarda – novamente fechei meus olhos, acreditando que aquilo tudo era apenas um sonho.
    Minhas forças estavam desaparecendo, e começaram a aparecer imagens na minha cabeça. De quando eu cheguei na cidade, vendo minha casa pela primeira vez. Meu primeiro dia de aula, onde conheci Shimizu e Natsuno, e também o parque, onde vi Riku com seu rosto sem expressão – que depois descobri que era tristeza – e conheci a linda Zoe. No começo eu me sentia sozinho, mas, com o passar do tempo, fui fazendo grandes amigos, até perceber que eu estava feliz. Mas eu ia morrer…
    “Fubuki, sai daí, por favor!”, era a voz de Shimizu, que soava ao meu ouvido.
    - Shimizu? - perguntei, abrindo meus olhos. Mas a única coisa que vi foi água.
    “Cara, não acredito que você vai morrer desse jeito!”, agora era a voz de Natsuno.
    “É assim que você deseja deixar de ser um aprendiz?”, dessa vez era Riku quem falava.
    - Natsuno? Riku?
    “Fubuki, não morra!”, era a vez de Zoe.
    - Zoe…
    “Honre o nosso clã”, disse a voz do meu pai. “Fubuki Kido, esse é o seu nome!”.
    - Pai…
    “Você é um herói centenário!”, era a voz de Natsuno e Riku ao mesmo tempo.
    - Herói centenário… - repeti.
    “Mas qual clã precisaria de um herói centenário tão fraco assim como você?”, era meu tio Michael, me provocando.
    - Eu não sou fraco!! – gritei; imediatamente senti uma energia percorrer meu sangue, e algo me deu forças. Apesar da água muito gelada, eu me sentia quente, como se estivesse pegando fogo – HÁÁÁÁÁ!!!! – gritei, conseguindo me controlar na água. Num salto incrível, percebi que eu estava indo em direção à superfície. Aquele rio era muito fundo, mas parecia que algo me dava impulso.
    Saí do rio num pulo.
    Enquanto estava no ar, meu tio me olhava surpreso, e pousei no rio. Fiquei de pé, conseguindo me equilibrar. Meu tio estava na margem, de boca aberta.
    - Consegui! – comemorei novamente, mas agora com cuidado para não cair. A água estava até os meus joelhos, quando meu tio falou:
    - Fubuki, você está em pé…
    - É, eu sei – respondi, muito feliz – Finalmente consegui, tio.
    Mas Michael estava mais surpreso que o normal.
    - O que foi? – estranhei.
    - Você está em pé… mas está na parte funda do rio!
    Agora o espanto tomara conta de mim. O que estava acontecendo comigo?

    Me declarei para Shimizu! Nossa, meu coração acelerou muito. E também estou num duro treino, onde finalmente consegui me equilibrar no Rio das Águas Pesadas. Mas fiquei em pé na superfície, mesmo na parte funda! O que está acontecendo? Será algum tipo de feitiço? Descubra nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

Herói Centenário

    A cada cem anos, um clã escolhe seu herói centenário, sendo este considerado o caçador mais forte do mesmo. Este herói é escolhido logo após seu nascimento e, durante seu crescimento, é treinado duramente por outros membros de seu clã, para quando já adulto se tornar o líder.
    Cada herói centenário recebe uma espada especial, chamada Takohyusei. Esta espada é passada de geração para geração, e quando é dada ao herói, ainda está no nível 1. Cada vez que seu dono fica mais forte, a espada vai evoluindo. Ela fica evoluída até a morte do herói, então volta ao nível 1 novamente, para ser dada ao próximo que for escolhido, no século seguinte.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Capítulo 26 - Uma Declaração & Uma Superação - 2ª Parte

    As aulas foram passando lentamente e eu não conseguia me concentrar em nada. Eu estava angustiado, e a toda hora olhava para Shimizu. Ela sempre me olhava também, mas quando nossos olhares se encontravam, virávamos nossos rostos. Percebi que ela parecia muito surpresa, e indecisa também. Eu, por outro lado, estava confiante. De algum modo sabia que a Shimizu sentia o mesmo que eu sentia por ela. Mas a vergonha estava muito forte entra nós.
    Natsuno percebia esses nossos olhares, o que me deixava sem jeito. E ele, para completar, ria da minha cara!
    Finalmente terminou a primeira aula e depois, a segunda.
    Agora restara a terceira antes do intervalo.
    O professor chegou na sala e encheu a lousa de lição. Mas eu não estava com cabeça para isso, por isso não copiei nada no meu caderno. Eu ficava pensando o tempo todo na nossa segunda conversa, em como seria. E essa conversa, apesar de eu estar confiante, me deixava com calafrios. Seria meio que uma decisão na minha vida. Seria o começo para um futuro feliz?
    Finalmente a hora do intervalo.
    Me levantei.
   Só que quando percebi, Shimizu já havia saído da sala. Apressei meus passos tentando alcançá-la, e desci ao refeitório, sem esperar Natsuno e os outros. Aos poucos o lugar ia enchendo, e eu não via Shimizu. Andei pelo lugar inteiro, até encontrar as duas amigas dela:
    - Vocês sabem onde está a Shimizu? – perguntei.
    - Não – responderam as duas juntas.
    Continuei vagando pelo refeitório, mas nada. Então fui até a mesa onde estava Natsuno, Riku, Yuuki e Joe.
    - Não encontro Shimizu em lugar algum – falei.
    - Você gosta mesmo dela, né? – perguntou Yuuki.
    - Muito – afirmei, sentando numa das cadeiras. – A pedi em namoro hoje.
    - E o que ela respondeu? – perguntou Natsuno, surpreso.
    - Ela não respondeu ainda – respondi. – Por isso estou procurando Shimizu, para que possamos conversar.
    - Então acho que o único lugar onde ela pode estar é o banheiro feminino – disse Yuuki.
    - Deve ser mesmo – concordei. – Mas por que ela está me evitando?
    - Nem tente entender – riu Joe. – As mulheres são muito complicadas.
    - O grandão tem razão – falou Natsuno.
    Lanchamos, até bater o sinal.
    Todos subiam, mas eu fiquei sentado por mais algum tempo, pensando na vida. Cada vez que eu lembrava o lindo rosto de Shimizu eu sentia algo diferente em mim. Mas também vinha, à minha cabeça, Zoe. Como ela reagiria se soubesse que eu estava namorando? Com certeza seria um choque. É muito ruim fazer alguém sofrer, principalmente quando quem está sofrendo é a Zoe, sem dúvidas a minha melhor amiga. Isso me deixava culpado, mas era a minha felicidade que estava em jogo. Eu não podia largar tudo por ela. Aliás, Zoe ainda é muito nova. Tem uma vida inteira pela frente para encontrar a sua alma gêmea que, por sinal, não sou eu. Mas mesmo assim essa história me abalava muito nesse ponto.
    Me levantei e também subi para a sala.
    Lá vi Shimizu, que apenas me olhou com certa tristeza nos olhos.
    Estranhei.
    Fui para o meu lugar, onde fui recebido com Natsuno me zoando:
    - Olha o sonhador aí – Yuuki e Joe riram.
    - Quem não sonha não consegue o que quer – brinquei.
    - Concordo – disse Joe.
    - Mas você estava sonhando só com a Shimizu? – perguntou Yuuki, percebendo que a garota não era motivo de todos os meus pensamentos.
    - O que quer dizer? – indaguei.
    - Nada não.
    Percebi que Yuuki era mais esperto do que eu pensava, e isso, de certo modo, até que era bom.
    A professora de matemática chegou na sala e passou uma prova. Aparentemente a prova era difícil, mas de alguma forma eu era ótimo em matemática. Não sei explicar o porquê, mas eu conseguia entender perfeitamente.
    Terminei a prova – e acho que até tirei uma nota ótima – e a aula acabou. Depois veio a penúltima e, por fim, a última aula.
    Os minutos iam passando, e eu ficava prestando a atenção no relógio. Eu sentia que Shimizu novamente iria me evitar, então, por isso, não a deixaria escapar de mim. Como Joe disse, as mulheres são muito complicadas. E a Shimizu era mulher. Eu não conseguia entender o porquê de ela me evitar, pois sentia que ela também gostava de mim. Mas e se eu estivesse errado? E se ela não sentisse absolutamente nada por mim, ou apenas uma pequena atração? “Bom, isso eu tenho que tirar a limpo, e será hoje!”, pensei.
    Bateu o sinal.
    Shimizu foi a primeira a sair da sala, e eu não perdi tempo e fui atrás. Eu já estava no corredor, onde a vi descendo as escadas. A segui muito depressa, esbarrando em muita gente. Eu estava alcançando-a, mas Shimizu, percebendo que eu estava indo atrás dela, apressou seus passos. Ela saiu da escola e, chegando ao campus, rapidamente entrou no carro que sempre a buscava.
    - Shimizu! – gritei; mas o carro já havia partido. Fiquei lá, parado na calçada, rindo à toa, ainda sem acreditar no que havia acontecido.
    - Você ainda tem bastante tempo para se resolver com ela – disse Natsuno, colocando a mão sobre meu ombro.
    - É – concordei –, tenho bastante tempo ainda.
    Depois Riku, Yuuki e Joe chegaram até nós, e Riku disse:
    - Fubuki e Natsuno, tenho planos fortes para a semana que vem.
    - Planos fortes? – estranhou Natsuno.
    - Depois eu explico – disse ele, dando meia volta e caminhando rumo à sua casa; Natsuno e eu nos entreolhamos.
    - Deve ser legal ser caçador – comentou Joe.
    - Você não sabe o quanto – ironizei, pensando no dia em que perdi meu encontro com a Shimizu, graças àqueles vampiros.
    Nos despedimos e cada um foi para a sua casa.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Capítulo 26 - Uma Declaração & Uma Superação - 1ª Parte

    Apesar da ótima experiência que tive ontem a noite, acordei muito estressado.
    Motivo?
    Shimizu.
    Desde o dia em que faltei ao nosso encontro – pois fui atacado por vampiros – Shimizu não queria mais olhar na minha cara. E ela, de certo modo, tinha razão. Mas havia também o meu lado da história.
    Claramente eu estava apaixonado por ela, e sentia que ela também gostava de mim, então queria resolver esse problema o mais rápido possível. Então decidi fazer uma coisa que nunca tivera coragem na minha vida antes. Mas você só saberá na hora.
   
    Eu já estava no campus da escola, onde me encontrei com Natsuno, Yuuki, Joe e, surpreendentemente, Riku. Ele se aproximou de nós, como se já fizesse parte do “grupo” há muito tempo.
    O único que estranhou foi Joe.
    Já na sala, coloquei minha mochila na cadeira onde me sentava sempre e fiquei no final do corredor esperando por Shimizu. Muitos alunos entravam em suas salas, e nada de Shimizu chegar. Até pensei que ela havia faltado, mas finalmente ela apareceu com as amigas. Não perdi tempo e fui até ela:
    - Shimizu – tentei chamar a sua atenção; ela me ignorou. Mas eu não desisti – Me ouve, por favor. Quero me desculpar com você.
    Sem parar de andar, ela abriu a boca:
    - Por ter faltado ao nosso encontro? Péssima hora para se arrepender!
    - Olha nos meus olhos, pelo menos – pedi, seguindo-a; mas Shimizu continuava andando sem nem sequer olhar na minha cara.
    - Shimizu – insisti.
    - Fubuki, por que não me deixa em paz? – ela perguntou, com frieza.
    - Porque eu te amo – imediatamente meu coração disparou e, finalmente, Shimizu parou. Percebi que ela e as amigas estavam completamente surpresas, e eu, claramente, suava frio. As pessoas que estavam por perto imediatamente pararam e ficaram olhando para mim, mas continuei: - Shimizu, desde a primeira vez que te vi você não sai da minha cabeça… Sempre quando te vejo meu coração dispara. Nem sei distinguir a sensação que tenho perto de você! Não sei bem ao certo o que em você mais me atraiu, só sei que estou apaixonado por você – Shimizu olhou diretamente nos meus olhos, e senti um friozinho na barriga. De onde eu tirara toda aquela coragem? – Entenda, por favor, que sem você eu não vivo.
    - Mas então por que você fez aquilo? – ela perguntou.
    - Não posso dizer por enquanto – respondi, desviando o olhar –, mas ouça, Shimizu, eu necessito de você. Não fui ao nosso encontro, mas aqui estou, pedindo desculpas. Shimizu, você quer ser a minha namorada?
    Essa pergunta foi como um golpe nela. Shimizu estava em completo choque, e eu não sabia o que se passava em sua cabeça. Qual seria a sua resposta? Ela aceitaria ser minha namorada, ou me ignoraria? As pessoas que estavam por perto estavam ansiosas também, todas querendo saber da resposta. Mas eis que algo a impede de responder:
    - Entrando para a sala, AGORA!! – gritou a inspetora da escola, a Kobi (uma velha muito feia e rabugenta)
    - Ér… - gaguejou Shimizu – Depois conversamos – daí ela, as amigas e eu entramos na sala. Fui ao meu lugar, ainda muito surpreso com o que acabara de acontecer, e Natsuno perguntou:
    - Cara, você está suado. O que aconteceu?
    - Depois explico – respondi, muito satisfeito com a minha atitude e ansioso para a hora do intervalo, para saber a resposta da Shimizu.