quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Capítulo 4 - Eu me Chamo Zoe - 3ª Parte


    Já eram quase nove e meia da noite, e eu já estava no meu quarto novamente. Entrei no banheiro e escovei os dentes. Voltei ao quarto e fechei a janela, depois deitei na minha cama.
    Torci para não ter mais nenhum pesadelo, e assim aconteceu, certo?
    Errado.
    Caí no sono.

    Nós estávamos num piquenique no gramado do parque perto da minha casa: eu, meu pai e minha mãe. Estávamos felizes comendo bolos, sanduíches e bebendo suco. Tudo estava normal, correndo perfeitamente bem, quando, de repente, fiquei mudo.
    Não conseguia falar mais nada, enquanto meu pai e minha mãe se divertiam. Parecia que eles me ignoravam, não percebiam que eu estava ali, quando minha mãe comentou:
    - Como é bom viver sem filhos, né querido?
    - É ótimo – respondeu meu pai. - Sem preocupações, chateações, sem ninguém para atrapalhar nossas vidas – ele deu uma risada, minha mãe também.
    Eu senti um aperto no coração. Não acreditava no que estava ouvindo, nem ao menos conseguia falar. Eu era “invisível”?!
    Começaram a escorrer lágrimas dos meus olhos. Muitas lágrimas.
    Algum tipo de energia percorria pelo meu sangue. O sentimento de tristeza aumentava dentro de mim, um sentimento muito forte, me fazendo perder o controle e pegar uma espada preta de lâmina vermelha.
    De onde saiu aquela espada estranha?
    Ignorei.
    Eu estava com tanto ódio que a apertei com toda minha força, gritei e ataquei meus pais. Quando a espada já estava à apenas alguns centímetros do corpo deles, eu gritei para o “eu do sonho”: NÃÃÃÃÃOOOOO!!!!!!!!!

    O desespero foi tanto que eu até caí da cama. Minha mãe veio correndo até meu quarto, assustada:
    - O que foi filho?
    Eu estava em choque. Não conseguia responder, não conseguia falar, apenas chorar.
    Como eu pude fazer aquilo? Como eu pude fazer aquilo com os meus pais?! Não conseguia parar de chorar, enquanto minha mãe tentava me acalmar:
    - Calma, Fubuki, foi apenas um pesadelo.
    Ela me puxou, me ajudando a voltar para minha cama, eu ainda chorando, abalado.
    - Quer que eu fique aqui com você esta noite, filho? – ela perguntou muito preocupada.
    - Não, mãe, obrigado – eu já conseguia falar (o que me aliviou muito); eu estava parando de chorar aos poucos. Perguntei: - Mãe, você me ama?
    - Claro! – ela me deu um abraço muito forte. – De onde você tirou isso?
    - Só perguntei – falei, ainda abalado com o sonho.
    Eu vi que ela estava curiosa em me perguntar qual pesadelo eu tivera, mas decidiu me deixar sozinho, saindo do meu quarto dizendo:
    - Qualquer coisa pode me chamar – e se foi.
    Eu finalmente tinha conseguido parar de chorar, mas com um aperto enorme no peito. Estava mais solitário que nunca, mais triste que nunca…
    Pensava ainda no sonho.
    O que aquele sonho queria me mostrar? O que ele realmente significava para mim? Era um aviso ou algo do tipo?
    Meus pais me rejeitarem daquele jeito…
    Olhei para o teto, e vi marcas de queimaduras; estranhei na hora.
    De repente senti uma dor de cabeça infernal!
    Eu não conseguia me mexer. Algo me sufocava. Parecia que o mundo estava acabando. Tentei gritar, mas não saiu nada. O que estava acontecendo comigo?! Eu não conseguia resistir. Não conseguia controlar a dor. “Meu cérebro vai explodir?”, me perguntava.
    Senti que estava perdendo os sentidos, a consciência. Meu coração estava parando – ou pelo menos eu sentia isso. Um vento gelado passou por mim, me deixando arrepiado e ainda mais desesperado, o que era impossível!
    Minha vista estava muito embaçada, e eu estava quase desmaiando, quando olhei em volta do quarto, pois sentia uma presença horrível. Foi quando, uma fração de segundo antes de eu ficar inconsciente, vi a janela do meu quarto aberta, uma sombra saindo…
    Desabei.
   
    Isso já está ficando muito estranho! Outro pesadelo. Mas além dele, vi marcas de queimadura no teto e uma sombra saindo do meu quarto. O que será ela? Algum aviso ou algo do tipo? Descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”.
    Você não pode perder!

    Até breve.