segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Capítulo 36 - Missão Matsumoto! A Infiltração Complicada - Parte Única

    Fiz minha rotina de sempre e fui para a escola. Aliás, era segunda-feira, dia de aula.
    No campus, encontrei Natsuno, Riku, Joe e Yuuki. Nos cumprimentamos.
    Já na sala, vi Shimizu. Ela nem sequer olhou na minha cara de tão desapontada que estava. Eu também nem tive coragem de ir falar com ela. Minha mãe sempre diz que é bom dar tempo ao tempo, e essa era a minha decisão final, pelo menos por enquanto.
    Nos acomodamos nas cadeiras e Natsuno me perguntou:
    - E aí, qual é a missão?
    - Que missão? – interveio Yuuki.
    - É muito secreta e simples – respondi. – Quero descobrir onde Shimizu mora.
    - Ah, só isso? – riu Joe – Basta seguí-la na hora de ir embora.
    Todos olhamos para ele, que corou:
    - O que foi?
    - Você acha que somos rápidos o suficiente para seguirmos o carro que leva ela sempre?! – advertiu Natsuno.
    - É mesmo, desculpa – Joe deu uma risadinha, meio sem jeito.
    O professor chegou na sala, mas ainda assim falei:
    - Natsuno, você já fez isso antes, lembra?
    - Lembro sim. Foi quando descobri seu endereço.
    - Isso! – falei tão alto que todos da sala me olharam, inclusive o professor e a Shimizu; fiquei sem jeito.
    - Mas Fubuki – cochichou Natsuno –, não foi tão fácil assim. Na verdade, foi muito trabalhoso. Quase que me pegam.
    - Mas não pegaram – lembrei.
    - E quando vocês pretendem fazer isso? – indagou Yuuki.
    Olhei para Natsuno, que me olhou de volta.
    - Hoje a noite – disse ele –, é quando não há mais aulas, mas a escola estará com suas portas abertas, pois é também a hora que os funcionários fazem a faxina e outros veem se está tudo em ordem - assenti.
    - Então está fechado – falei baixo, sorrindo. – Hoje às sete horas nos encontramos no campus – ele sorriu também.
    - Boa sorte pra vocês – falou Yuuki.
    - Obrigado – agradeci.
    - E tomem cuidado com a senhorita Kobi – lembrou Joe; todos rimos.

    O céu estava escurecendo, e ia dar sete da noite quando cheguei ao campus. E lá estava Natsuno, me esperando. Me surpreendi quando vi que ele também veio completamente de preto. Depois de ver minha roupa, ele disse:
    - Parece que somos espiões – rimos. – Fubuki, pra quê essa faixa vermelha na testa? – me perguntou, vendo minha bandana.
    - Era do meu pai – respondi. – Me dará sorte.
    Olhei para o enorme prédio da escola Matsumoto, que tinha suas luzes todas acesas na noite escura.
    - Como entraremos? – perguntei, pois o portão principal estava fechado.
    - Pelos fundos.

    Contornamos a lateral direita da escola, onde a rua era muito mais vazia que qualquer outra ali nas redondezas. Havia algumas casas, mas ninguém na rua, apenas alguns carros estacionados. Ali era um bairro onde as pessoas só ficavam em casa, e isso era um ponto positivo na nossa missão.
    Chegamos num muro enorme com uma cerca de linhas finas em cima. O pior era que havia diversas placas dizendo para não nos aproximarmos dessa cerca, porque a eletricidade a protegia contra intrusos. Olhei para Natsuno, que não se mostrava preocupado. Ele caminhou na direção do muro e começou a escalar normalmente. Depois passou pela cerca como se fosse uma cerca comum.
    Fiquei completamente espantado!
    - Natsuno… - gaguejei.
    Ele olhou para mim e sorriu:
    - Sou imune ao choque – explicou. – Acho que devido a eu ser do clã Kogori, do relâmpago.
    Natsuno, dali de cima, olhou para dentro da escola e pulou para o gramado do bosque. Caminhou pela direita até chegar ao ginásio, e abriu algo na parede, aparentemente um disjuntor. Ele fez alguma coisa (apertou alguns botões), e depois fez sinal pra eu pular também. Com um pouco de medo, escalei o muro e cheguei à cerca elétrica, e nada aconteceu.
    Suspirei de alívio.
    Daí passei para o lado de dentro, e Natsuno veio até mim.
    - Entramos – falei. – Agora o próximo passo.
    Assim que falei isso, Natsuno me puxou para trás de uma árvore, e então percebi a causa: um guarda estava vagando pelo bosque com uma lanterna em mão, provavelmente para ver se estava tudo em ordem. Ficamos escondidos até ele sumir de vista.
    - Precisamos tomar cuidado com eles – disse Natsuno. – Há alguns pelo lugar.
    Ao contrário do prédio, o busque estava muito escuro. Seus postes de luz estavam apagados, pelo menos a maioria. Estávamos na parte direita da escola, bem ao fundo, onde havia o ginásio e muitas árvores. No centro do bosque continha uma bela fonte de água. No centro da fonte, uma espécie de poste. Acho que era a única parte iluminada do lugar, e de longe pude perceber que havia dois guardas sentados num banco perto da fonte. Era incrível o tamanho do bosque. Mesmo na escuridão, dava para ver que o prédio Matsumoto ainda estava longe, pelo menos a uns cem metros.
    - Vamos – cochichou Natsuno.
    Caminhamos sentido sul do lugar (rumo ao prédio) lentamente, tomando cuidado para não sermos vistos pelos guardas. O gramado era bem tratado, o que facilitava nossa missão. Havia um guarda à nossa frente com sua lanterna. Ele estava de costas para nós.
    Natsuno apontou para a direita, para desviarmos do indivíduo, mas, assim que demos um passo, apareceu outro. Rapidamente nos escondemos na primeira árvore que achamos.
    - Encontrou alguma coisa? – perguntou o guarda que aparecera, que era negro.
    - Não – respondeu o outro, se virando para o primeiro. O negro se aproximou dele. - Como será que sumiu essa peruca? – questionou o branco; o negro não respondeu.
    Natsuno e eu nos entreolhamos. Não falamos nada, mas era como se perguntássemos um ao outro: que peruca?
    - A senhorita Kobi está uma fera – comentou o negro.
    - Temos que achar logo, senão vai sobrar para nós – daí os dois guardas andaram sentido norte do bosque, passando por mim e Natsuno, mas tomamos cuidado para eles não nos ver.
    - Parece que tem mais guardas do que eu pensava – disse Natsuno, lamentando.
    - Vamos continuar! – falei – Se podemos destruir vampiros, por que não podemos nos infiltrar numa simples escola?
    Natsuno concordou.
    Continuamos andando.
    O céu já estava bem mais escuro do que antes, e eu quase não via Natsuno graças à sua roupa. O lugar também ficava um pouco assustador, pois aquelas árvores me lembravam a floresta atrás da minha casa, com seus troncos enormes e seu clima assombroso.
    Finalmente chegamos perto. O prédio estava a apenas quinze metros de nós. O único problema era que tinha dois guardas perto do portão do fundo, e o lugar já era bem iluminado.
    - Droga! – resmungou Natsuno.
    - O que faremos? - perguntei.
    O Kogori pensou, analisou o cenário onde estávamos e quando chegou a uma conclusão, falou:
    - Aprenda!
    Ele subiu na árvore que estávamos escondidos, sacou sua Takohyusei e cortou um galho com cuidado. Depois desceu e, com força, jogou na fonte de água, que estava a uns quarenta metros de onde estávamos. Com o barulho da água, os guardas que estavam no banco se assustaram e se levantaram, gritando:
    - Aqui!
    De repente, os dois que estavam na porta correram na direção da fonte, daí aproveitamos e corremos até o portão. Natsuno entrou e depois foi a minha vez. Antes de fechar o portão, ainda olhei para a fonte, e vi dezenas de guardas vasculhando por perto.
    Sorri.
    - Ótima mira, hein Natsuno – ele fez um gesto de vitória.
    Estávamos no meio de um corredor longo. Nas duas pontas havia escadas que levavam ao andar de cima, onde se situavam as salas dos primeiros anos. Na nossa frente, uma porta. Provavelmente era a sala central dos faxineiros.
    - Tive uma ideia – falou Natsuno; fiquei curioso.

    Estávamos numa sala muito bem organizada, cheia de vassouras, rodos, pás e esfregões, além de alguns objetos estranhos também. Natsuno procurava algo, e eu não sabia o que era.
    - O que procura? – decidi perguntar.
    - Uniformes – respondeu ele; foi aí que entendi.
    - Natsuno – falei –, essa é a sala dos materiais dos faxineiros, o que quer dizer que seus uniformes não ficam aqui.
    Natsuno quase caiu de tanta decepção.
    - Então eles levam pra casa? – falou ele, cabisbaixo.
    - Não, não – disse eu. – Pra falar a verdade, parece que eles têm uma sala onde deixam suas roupas de trabalho.
    - E onde fica? – perguntou o garoto de imediato.
    - Não sei – essa resposta o deixou ainda mais de baixo astral. – Mas não podemos desistir – falei. – Temos que pegar o que precisamos para darmos o fora logo daqui. Estamos muito longe para voltarmos atrás.
    - É! – concordou o garoto.
    Olhei para fora pela brechinha da porta, e estava tudo em ordem. Depois caminhamos vagarosamente pela esquerda, rumo à escada, quando apareceu uma sombra bem na nossa frente. Era alguém descendo a escada! Natsuno e eu corremos a toda velocidade para a outra ponta do corredor. Subiríamos pela escada da ponta direita, que deixava o caminho mais longo.
    Antes de virarmos a curva, ainda olhei para ver se estava tudo limpo. E estava.
    Subimos rapidamente, até chegarmos no corredor do segundo andar. Estávamos bem no meio, perto do corredor que levava à escada do pátio principal.
    Natsuno e eu nos escondemos assim que vimos uma faxineira esfregando o chão, na metade do corredor, bem na frente da sala 9.
    - Teremos que rodear o corredor inteiro – falei.
    - E tudo por causa de uma faxineira – resmungou ele.
    Rodeamos, sempre atentos ao caso de aparecer alguém. Felizmente ocorreu tudo bem. Passamos pelas salas 12, 13, 14, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e, quando íamos passar pela sala 7, saiu uma faxineira da mesma, nos assustando. A sorte foi que ela não nos viu, por isso entramos na sala 6 num salto.
    - Droga! – exclamamos, dentro da sala.
    - O que faremos? – perguntou Natsuno.
    Olhei em volta, e fiquei besta quando vi o que nos salvaria.
 
    - Tem certeza que isso vai dar certo? – perguntou Natsuno, na escuridão do balde.
    Havia três baldes grandes vazios na sala. Provavelmente deixados por algum faxineiro que iria limpar ali mais tarde. Simplesmente viramos eles de ponta cabeça e colocamos sobre nós, assim caminharíamos por toda parte sem sermos descobertos.
    - Lógico! – afirmei.
    Havia apenas um furo (que eu mesmo fiz) que me dava visão para o lado de fora do balde. Fui o primeiro a sair da sala. A faxineira estava de costas, fuçando seu celular. Caminhei debaixo do balde em sua direção, com Natsuno atrás. Assim que ela se virou, ficamos imóveis.
    A moça não desconfiou de nada e passou por nós. Agora o caminho estava limpo. Rumamos ao final do corredor, na curva que dava na escada que descia até o refeitório. Havia outra faxineira que aparecera no fim do corredor, perto das salas 8 e 9. Ela esfregou o chão e veio em nossa direção.
    - Droga! – falei a mim mesmo.
    Se ela continuasse, com certeza tentaria tirar os baldes que encontraria no caminho (no caso, os que estavam escondendo eu e o Natsuno) e certamente nos descobriria. Natsuno e eu ficamos parados, paralisados. Não podíamos fazer nada, apenas esperar um milagre.
    A moça vinha esfregando o chão, muito perto de nós. Centímetro por centímetro ia se aproximando.
    Eu suava.
    Tudo ia pro ar se ela nos descobrisse, e isso não podia acontecer. Estávamos longes, e mesmo se não estivéssemos seria horrível ser pegos e com nossos pais chamados pela escola. Pensariam que estávamos roubando algo. Ou até a Kobi pensaria que éramos os ladrões de sua peruca! Não, isso não!
    Quando o esfregão estava a apenas meio metro de mim, a faxineira disse:
    - O que esses baldes fazem aqui?
    Ela encostou o esfregão na parede e caminhou na minha direção, até que:
    - Amiga, me ajuda aqui? – pediu alguma mulher que estava atrás de nós; pela minha ótima audição percebi que ela estava no fim do corredor, provavelmente em frente à sala 5.
    - Com o quê? – a faxineira que estava na minha frente indagou.
    - Deixei alguns baldes na sala 6. São grandes iguais esses aí – provavelmente apontou para os nossos. – Me ajuda?
    - Claro! – a moça desviou de nós e caminhou sentido sala 6.
    Ligeiramente giramos 360° com os baldes, e podemos ver as duas entrando na sala 6. Não pensamos duas vezes: Natsuno e eu saímos debaixo dos baldes e corremos até a escada do refeitório. Ainda pudemos ouvir a faxineira:
    - Que estranho! Não estão aqui!
   Descemos a escada rapidamente, até chegarmos ao refeitório. Estávamos aliviados por ter saído daquela enrascada, mas tivemos uma forte decepção ao chegar ao refeitório. Ficamos surpresos com a quantidade de faxineiros que continham no lugar.
    - Agora sim estamos perdidos – falei, rindo atoa. Mas naquele momento de frustração não havia nada de engraçado.

    Estamos infiltrados no colégio Matsumoto! Apesar de parecer simples, esta missão está sendo muito complicada, ainda mais agora que nos deparamos com vários faxineiros de uma só vez. Conseguiremos continuar sem ser vistos? Ou a nossa missão acaba aqui? Fique sabendo no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Capítulo 35 - Fim & Começo de Semana - Parte Única

    Apesar de estarmos no território dos vampiros, eu não sentia medo. Pelo contrário, minha vontade era de invadir e combater todos os inimigos que estariam ali. Claro que seria loucura, mas a minha vida era uma loucura.
    Riku já voltava sua expressão para o normal (dele, claro). Perguntei:
    - O que faremos?
    - Vamos voltar ao mundo humano – respondeu ele suavemente.
    O portal estava à minha esquerda, numa árvore. Roxo e estranho, girando entre si em diversas direções, capaz de confundir a cabeça de qualquer um que tentasse seguir seus movimentos.
    Riku se virou e entrou no portal, desaparecendo por detrás do círculo arroxeado. Peguei Billy no colo e dei mais uma olhada no lugar, um cenário absolutamente radical e assustador. Depois respirei fundo e entrei também.
    Passei pelo mesmo processo confuso, depois me vi na caverna novamente. Riku me esperava, e quando apareci ele caminhou até a rocha no fundo da caverna e apertou-a exatamente onde estava a única imagem, uma espécie de letra de outro idioma. A passagem onde ficava o portal se fechou, e depois fomos para fora da câmara secreta.
    As plataformas que pisamos minutos atrás estavam como as encontramos, então já sabíamos o que fazer. Pisamos nas duas ao mesmo tempo: eu na da direita e Riku na da esquerda. Daí a parede desceu do teto, fazendo um barulho muito forte de rocha encostando em rocha multiplicado por mil vezes, até que tudo estava “ao normal”.
    - Assim ninguém saberá que estivemos aqui – explicou Riku.
    Ele ascendeu sua lanterna e saímos do lugar.
    Estávamos agora na floresta novamente.
    Me surpreendia quando vi que o sol já saía, deixando o dia bem mais belo e vivo. Sem sinal de chuva, muito menos de nuvens pesadas. Aquele cenário me tranquilizou muito, comparado ao Reino dos Vampiros. Era incrível a diferença, de um lugar comum com um lugar demoníaco. Lá parecia que estávamos no inferno! Mas saímos de lá sem nenhum problema, porém eu sabia que um dia teríamos que voltar.
    Caminhamos em silêncio até a entrada da floresta. Pulamos o portão e nossos guarda-chuvas ainda estavam jogados no chão.
    - O que faremos depois? – perguntei a Riku.
    - Pensaremos num plano com mais calma – respondeu ele. – Não podemos agir sem ter motivos concretos. Somos fracos comparados aos nossos inimigos, e se invadíssemos seu Reino, morreríamos em vão – essa frase saiu com frieza, me deixando com segurança e com um pouco mais de alerta.
    - Certo – assenti.
    Depois voltamos para casa.

    No meio do caminho, parei no parque perto da minha casa, onde já havia algumas crianças brincando. Riku foi para sua casa, enquanto eu ia para um dos bancos, o mesmo de sempre.
    Sentei e fiquei pensando sobre a nossa descoberta, o Reino dos Vampiros.
    Eu sabia que existiam vários deles pelo mundo, mas nunca imaginei um lugar como aquele. Os vampiros tinham uma gigantesca fortaleza, e com certeza eram organizados. Só aquela ponte já era uma amostra. Sem falar os pássaros gigantes voadores, que lembravam os dinossauros. Provavelmente eram seguranças do seu terrível castelo.
    Fiquei imaginando se algum dia entraríamos ali. Senti um pouco de medo. Quando estávamos lá, eu só sentia entusiasmo, mas agora parece que a ficha finalmente caiu. Era um lugar devastador. Vimos apenas o cenário (ou parte dele). Quero nem imaginar a quantidade de vampiros que vivem ali.
    Por fim parei de pensar nisso.
    Olhei para o meu relógio e vi que já ia dar cinco da tarde. Decidi levantar e voltei para casa, com o cachorrinho ao meu lado, caminhando alegremente, o que achei estranho.

    - Onde você estava, Fubuki? – perguntou meu tio, assim que entrei em casa.
    Fiquei inseguro sobre o que falar, mas decidi que deixaria tudo em segredo.
    - Na casa do Riku – menti.
    Michael estava assistindo TV, então nem ligou muito para a minha resposta.
    Passei pela sala (onde minha mãe e Kaori também estavam assistindo) e subi a escada, até o meu quarto.
    Amanhã vai ser domingo, e vai fazer três semanas que estou em Tóquio. Três longas e emocionantes semanas, onde conheci vários amigos, me apaixonei, e descobri como a minha vida seria futuramente. Muitas coisas já aconteceram, mas tenho ainda anos e anos de aventura e perigos pela frente. E isso me deixava feliz!!!
    Fui direto ao meu computador, onde mexi no meu Facebook (fazia mais de vinte dias que não via), onde falei com os meus amigos de Okinawa. Se fosse antes, quando tinha acabado de chegar na cidade, eu com certeza ficaria muito triste e solitário, mas foi ao contrário. Fiquei feliz e satisfeito. Todos estavam bem, o que era o mais importante. Assisti alguns animes online e pesquisei algumas coisas de vampiros. Fiquei das cinco da tarde até nove da noite na internet, quando desci para jantar. Depois fiquei na sala conversando com a minha família e fui dormir depois das dez, tranquilamente.

    Era domingo.
    Acordei exatamente onze horas da manhã. Levantei e me espreguicei. As cortinas das janelas do meu quarto já estavam abertas, dando passagem à luz solar.
    Ouvi um barulho na floresta, e fui ver o que era pela janela.
    Meu tio estava vestindo um estranho quimono, se aquecendo. Assim que me viu, me chamou:
    - Ei Fubuki, bora treinar!
   
    Depois de ter escovado os dentes e de ter tomado café, fui até ele. Assim que cheguei até Michael, ele me entregou um pano vermelho.
    - Pra quê serve? – perguntei.
    - Seu pai usava na época que saia em diversas aventuras. Amarre-a na testa, isto é uma bandana – sorri e coloquei a bandana. Amarrei forte, e me senti mais leve. Depois começamos o treino.

    Chegou a hora do almoço e a comida estava ótima.
    Depois de almoçar, fui até o parque. Estava um pouco cheio, e me sentei no mesmo banco. Fiquei observando os rapazes jogando bola, até que alguém sentou ao meu lado. Era Zoe.
    Me surpreendi na hora, enquanto meu coração disparava.
    - Zoe?
    Ela sorriu.
    - Oi – disse, com sua linda voz.
    Automaticamente ri. Ela não entendeu; nem eu.
    - Desculpa pelo ocorrido – falou, cortando meus risos.
    Eu não sabia o que falar. Não sabia se contava sobre meus sentimentos agora ou depois. Não sabia se aceitava as desculpas ou se pedia desculpas. Ela me olhava intensamente com o seu lindo olhar. Um olhar apaixonante. Estava linda. Vestia uma blusa sem manga, com um short jeans, não muito curto. Suas roupas combinavam com seu belo corpo. Seus cabelos estavam soltos. Castanhos e lisos. Sua pele bronzeada sincronizava perfeitamente com seus olhos verdes. Seu sorriso a deixava ainda mais magnífica. Mas ainda assim eu não estava apaixonado por ela. Só não entendia o porquê. Zoe era perfeita!
    No final, respondi:
    - Se preocupa não, eu te entendo. Na verdade era eu quem deveria pedir desculpas. Eu não deveria… você sabe – ficamos vermelhos. Zoe, envergonhada, desviou seu olhar para a quadra de futsal.
    - Não foi culpa sua, Fubuki – ela disse suavemente. – Sabe, não foi só você que me beijou. Pra falar a verdade nunca vi um beijo de uma pessoa só. Nos beijamos e ponto. Não podemos evitar isso. Não sei se foi um erro meu ou seu, ou se de nós dois, mas aconteceu, e não podemos voltar atrás.
    Essas palavras me tranquilizaram completamente. Tirou metade do peso que eu tinha na consciência. Zoe me entendia completamente, o que me surpreendia. Esse era o seu dom. Mas ainda assim eu sentia que ela sofria muito. Por detrás desse sorriso todo que ela carregava, com certeza havia lágrimas escondidas. Essa era a outra metade do peso que eu tinha na cabeça.
    - Obrigado – falei, afinal.
    - Por quê?
    - Por tudo! – Zoe sorriu, aparentemente feliz.
    Ela olhou para o céu e, depois de alguns segundos, para mim, e disse:
    - Ela realmente é linda.
    - Hã? – perguntei, em choque.
    - A Shimizu – corei. Zoe e Shimizu se viram pela primeira vez, e da mais estranha forma possível. Mas para Zoe isso não importava.
    - Ah – foi o que eu disse.
    Ficamos em silêncio por um bom tempo, até nos despedirmos e irmos para casa.

    - Natsuno? – estranhei, assim que cheguei na calçada em frente à minha casa.
    - E aí Fubuki! – ele me cumprimentou, sorridente e alegre.
   
    Natsuno foi bem tratado por minha mãe, Kaori e meu tio Michael, e fomos até meu quarto.
    - Não se compara ao seu, mas gosto muito daqui – falei, assim que entramos.
    - Aqui é ótimo, Fubuki – Natsuno parecia muito agradado com o meu quarto. – Queria ter a sua sorte.
    Estranhei.
    - Como assim? – perguntei.
    - Sabe, você tem uma família e tudo mais…
    Senti uma certa tristeza na hora. Natsuno vivia com a avó, pois seus outros parentes viviam no Mundo Paralelo, sem falar que sua mãe estava falecida.
    - Ah, meus tios estão aqui só por uns dias – foi o que consegui falar. Mas logo lembrei: - Natsuno, por que você veio me procurar?
    - Riku já me contou tudo.
    Fiquei em silêncio.
    - O que vamos fazer? – perguntou ele, muito sério.
    - Não sei ainda. Seria loucura invadirmos aquele lugar – expliquei.
    - Mas muitos caçadores estão sendo mortos por bandos, inclusive heróis centenários! Você já ficou sabendo do herói de Mishimo?
    Fiz que sim.
    - Fubuki, temos que tentar nos infiltrar no território deles.
    - Mas como?
    Essa resposta acabou com Natsuno.
    - Acho melhor pensarmos juntos com o meu pai – falei; Natsuno concordou.
    Depois sua expressão mudou:
    - E aí, qual as novidades?
    Ri e respondi:
    - Cara, muitas.
    - Então já pode começar.
    Contei tudo o que aconteceu na sexta e no sábado para ele: o beijo, o encontro da Zoe com a Shimizu e a aparição da Ynna. No final, Natsuno estava de boca aberta.
    - Então você tem! – disse ele, muito surpreso.
    - Tem o quê? – perguntei, confuso.
    - Um anjo da guarda!
    - Ah, Natsuno, isso é besteira.
    - Não é não. São poucas as pessoas que têm eles ao seu lado. Fubuki, você é muito sortudo. – Não pude deixar de rir. – Ela é bonita?
    - Muito – respondi.
    - Aí sim, hein – e riu.
    Depois conversamos mais um pouco, até Natsuno se despedir. Já na porta, ainda falei antes de ele ir embora:
    - Amanhã temos uma missãozinha, muito secreta.
    - O que é? – perguntou ele, muito curioso.
    - Você saberá – depois ele foi embora e voltei para casa.

    Preparei uma missão muito especial, onde participarei junto de Natsuno. Se ele topar, é claro. Tá curioso? Quer saber qual será essa missão? Então descubra no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Capítulo 34 - O Reino Secreto dos Vampiros!! - 2ª Parte

    Caminhamos por dentro da caverna e Billy estava muito assustado no meu colo. A caverna era simples, como qualquer outra. E isso era o que me deixava com medo. Eu não gostava de lugares desse tipo, onde não há segurança e conforto. Mas Riku conhecia o local, o que me acalmava muito.
    - Chegamos – disse ele.
    Com sua lanterna, Riku apontou para uma rocha no fundo da caverna. Na rocha havia gravuras de imagens e símbolos. Nos aproximamos dela.
    - O que é isso? – perguntei, confuso.
    Eu não entendia o que estava escrito, mas Riku começou a ler:
    - Duplas entrarão, na câmara obscura. Juntas pisarão, em chão de gravura. Duplas enfrentarão, um mistério assustador. Juntas entrarão, num universo avassalador.
    Riku olhou para mim e explicou:
    - Há uma câmara secreta atrás dessa parede – ele apontou para o fundo da caverna. – Mas para expô-la, temos que pisar nessas plataformas ao mesmo tempo – ele apontou para duas espécies de plataformas, uma em cada lado da rocha. Finalmente eu havia entendido o motivo de ele me trazer aqui.
    - E o que há nessa tal câmara secreta? – indaguei.
    - Isso eu não sei – essa resposta quase me derrubou. – Mas descobriremos! – interveio Riku.
    - Certo – concordei. Coloquei o cachorrinho no chão e fui para perto da plataforma à direita e Riku para a da esquerda.
    - No “3” a gente pisa. – Assenti. Ele começou: - 1, 2… 3!
    Juntos pisamos nas plataformas, que afundaram alguns centímetros no chão. De repente, a parede atrás da rocha começou a subir, abrindo uma enorme passagem. Levantava rapidamente, fazendo um barulho estrondoso. Billy latiu, assustado.
    - Fica frio, amigão – o acalmei. A parede chegou ao teto, e Riku e eu nos olhamos. Ele fez um sinal para irmos adiante.
    Entramos na câmara, que tinha o mesmo cenário da caverna. Porém, era iluminada com tochas presas às paredes. Ao fundo, outra rocha como a primeira. Fomos até ela.
    Não havia gravuras, apenas um símbolo. Riku “leu” e apertou a pedra exatamente em cima da imagem. Era uma espécie de botão, que afundou na rocha. De início nada aconteceu, mas depois uma espécie de porta se abriu na parede direita da câmara. Mas não era uma passagem comum. Algo arroxeado girava simultaneamente, parecendo um buraco negro, daqueles que ficam no espaço. Eu não entendia o que era aquilo, mas Riku com certeza sabia.
    - Um portal – disse ele.
    - Portal? – perguntei.
    - Sim. Portais são passagens que ligam o mundo humano ao Mundo Paralelo.
    - Então o Mundo Paralelo fica em outra dimensão? – indaguei. Riku fez que sim com a cabeça.
    - Onde será que esse Portal nos leva? – Riku perguntou a si mesmo, com uma expressão de confuso.
    Fiquei observando a coisa. Era muito estranha e surpreendente também. Impressionantemente bonita. Mas um pouco assustadora. Fiquei tentando imaginar quantos haveriam pelo mundo, mas meus pensamentos foram interrompidos por Riku:
    - Temos que entrar nele – essa frase eu já imaginava, e não falei nada. Aliás, eu estava curioso. Será que sairia no meio de uma cidade? – Você está pronto? – Riku perguntou a mim.
    - Sempre – respondi.
    - Então vamos – ele caminhou rumo ao portal, comigo logo atrás. Meu coração disparou, enquanto um entusiasmo tomava conta de mim. Finalmente eu conheceria o Mundo Paralelo.
    Senti um frio na barriga, de ansiedade e de medo. Era isso o que eu sentia.
    Riku entrou.
    Em seguida, foi a minha vez, com Billy no colo...
    Eu não consigo explicar a sensação. Assim que entrei, parecia que meu corpo se transformava numa borracha derretida! Tudo se movia em direções diferentes, me deixando tonto e confuso. Algo me guiava automaticamente para seu fim, que não dava para ver. Parecia que se passava uma eternidade, enquanto um enjoou cobria o meu estômago. Minha respiração estava agitada, e eu pensei que nunca chegaria ao fim do “túnel”, até que cheguei.
    De repente, eu estava em pé num gramado muito mal cuidado. Minha cabeça ainda girava, mas quando voltou ao normal, vi Riku, que estava ao meu lado. Assim que olhei para seu rosto, percebi uma expressão de horror. Ele estava olhando para o alto, então olhei em nossa volta. Atrás de nós uma assustadora floresta, muito escura. Estávamos no final dela. À nossa frente havia um rio avermelhado e, do outro lado, uma pequena floresta. Mas para chegar à floresta, tinha que passar por uma comprida ponte de madeira, que balançava de um lado para o outro. Depois da floresta do outro lado do rio, havia uma cadeia montanhosa e, no topo da maior, um enorme castelo. Era para lá que Riku estava olhando. O cenário em geral era horrivelmente assustador. Até o céu era de um tom arroxeado. Não havia nuvens, mas a todo o momento relampeava. A lua era gigantesca e amarelada, mas foi as espécies voadoras que mais chamaram a minha atenção.
    - Que lugar é esse? – perguntei, absolutamente espantado.
    Riku, ainda com a sua expressão de horror, respondeu:
    - O Reino dos Vampiros – essa resposta, que eu já sabia, me deixou ainda mais entusiasmado. – O território mais perigoso dos mundos…
   
     Finalmente conheci o lar dos vampiros! Mas é muito mais assustador do que eu pensava. E sinto que vou me acostumar entrando ali. E agora, será que encontraremos algum inimigo? Ou simplesmente voltaremos para casa intactos? Descubra no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Capítulo 34 - O Reino Secreto dos Vampiros!! - 1ª Parte

    Era sábado, e eu havia acabado de conhecer uma nova garota.
    Ynna era o nome dela.
    Ela me deu praticamente conselhos amorosos, organizando meus sentimentos. Contei toda a minha situação para ela e ela… me ajudou! E o pior era que ela estava certa, onde falou que o que eu sentia pela Zoe era apenas atração, e que eu estava apaixonado apenas pela Shimizu. Isso, de certo modo, me deixava com um sentimento de culpa, pois Zoe ainda gostava de mim. Ela era a minha melhor amiga, e sofria graças a mim com um amor não correspondido. Mas as duas estavam magoadas comigo: Zoe e Shimizu. O que eu tenho que fazer para me explicar com elas? Essa foi a pergunta que rondou pela minha cabeça a manhã toda.
    Começou a chover.
    Levantei da minha cama (lugar onde eu estava refletindo) e fechei a janela do meu quarto. Depois desci para almoçar.
    Na cozinha, minha mãe terminava de fazer o almoço enquanto Kaori lavava a louça. Meu tio estava na sala assistindo TV, e foi para lá que eu fui.
    Na sala da minha casa havia uma poltrona e dois sofás: um grande (onde cabiam no máximo cinco pessoas) e um pequeno (com capacidade para três). Meu tio ocupava completamente o sofá menor. Sentei-me no outro.
    Ele olhou para mim e perguntou:
    - Qual o motivo da sua felicidade?
    - Que felicidade?
    - Você está muito sorridente hoje. Fala aí: o que houve?
    Decidi contar a história da Ynna – a primeira vez que a vi (no fundo do rio) e o encontro no campus, onde ela organizara meus sentimentos. Meu tio apenas disse:
    - Interessante…
    - E estranho também – inseri.
    - Mas você acredita em anjos da guarda?
    Ri e respondi:
    - Tio, se existem vampiros e pessoas com superpoderes, você acha que eu não acreditaria em anjos?
    Meu tio deu uma risadinha e concordou.
    Depois fomos almoçar.
 
    Após o almoço, subi ao andar superior da minha casa. Não fui ao meu quarto, apenas até o final do corredor. Lá havia uma janela que dava visão à rua em frente a minha casa, então decidi abri-la. Fiquei observando a chuva, que não estava muito forte. Comecei me lembrando do beijo, onde Zoe e eu não aguentamos a tentação. O beijo era ótimo, e eu não queria admitir. Mas Shimizu viu tudo… Tentei imaginar como ela descobrira onde eu morava. Será que fez a mesma coisa que Natsuno? Pois Natsuno disse que fuçou os arquivos da escola Matsumoto e encontrou o meu endereço.
    Foi aí que tive uma ideia.
    E se eu fizesse o mesmo, para descobrir onde Shimizu morava? Era isso mesmo o que eu ia fazer, e ainda hoje. Corri lá para baixo e peguei um guarda-chuva. Quando abri a porta:
    - Vai aonde com essa chuva, filho? – perguntou dona Sanae, chegando do mercado com Kaori.
    - Só dar uma volta – menti. Minha mãe claramente percebeu que eu estava mentindo, mas me deixou ir.
    Billy apareceu.
    - Au-au! – latiu ele; sorri. Depois o peguei no colo.
    Mas assim que cheguei na rua, fui barrado por Riku.
    Me assustei:
    - Riku?

    Caminhávamos rumo ao parque, e eu não entendia o porquê de o Riku ter me barrado e ter me chamado. Ele começou:
    - Não percebeu nada de estranho, Fubuki?
    - Estranho? Como assim?
    O guarda-chuva de Riku era igualzinho ao meu, completamente preto e grande. Eu carregava Billy no colo, que olhava estranhamente para o garoto. Riku continuou:
    - Névoa intensa de manhã e chuva à tarde – foi aí que entendi. Riku estava certo, pois, normalmente, quando tem neblina no começo do dia é sinal de que o dia será ensolarado, e hoje não estava.
    - Você está falando que a chuva é muito estranha, certo?
    - Errado. A única coisa estranha é a névoa.
    Eu não estava entendendo nada. O que Riku queria dizer com aquilo?
    Pensei que entraríamos no parque, mas passamos direto. Para onde estávamos indo?
    - Você é caçador é já deveria saber – advertiu ele.
    - Saber o quê? – indaguei, muito confuso.
    - Fubuki – ele olhou para mim –, toda vez que acontece isso, neblina e chuva no mesmo dia, é sinal de que um herói centenário… foi morto – imediatamente me assustei. A primeira pessoa que pensei foi Natsuno.
    - Quem morreu? – perguntei.
    - Não o conheço, mas sei que ele é do clã Mishimo.
    Eu não lembrava do nome, mas Riku explicou:
    - Mishimo faz parte dos Cinco Grandes, é o clã da água – me espantei na hora.
    - Então quer dizer que mataram um herói dos Cinco Grandes? – Riku fez que sim.
    - Encontraram seu corpo terça-feira nas margens do Rio Sangrento.
    - Rio Sangrento? – eu não sabia onde era, mas só o nome me deixava com calafrios. Me estremeci.
    - Fica no Mundo Paralelo, próximo às montanhas territoriais do Reino dos Vampiros – fiquei mais espantado ainda.
    - Então você está dizendo que ele foi morto por vampiros?
    - Que, provavelmente, estavam em bando.
    Aquilo me deixava muito triste, pois era um herói centenário, que fazia parte do Mishimo que, se eu não me engano, era da mesma Tribo que a minha.
    - Riku – perguntei –, por que você está me dizendo isso?
    Ele olhou para o chão e disse:
    - Os próximos seremos nós – essa resposta me atingiu em cheio. Como assim seríamos os próximos? Morreremos? Meu coração começou a disparar, e admito que eu estava com medo. Quem não estaria? Um herói centenário tinha morrido, por que não morreríamos também? Afinal, Natsuno e eu ainda éramos aprendizes.
    Lembrei-me de Hiroshima. Ele também era um herói centenário, e estava morto. Será que a sua morte e a morte do herói Mishimo tem alguma ligação?
    Eu definitivamente estava assustado.
    Billy também se mostrava com medo, e latiu para mim.
    - Fica frio – falei a ele.
    Ficamos em silêncio por bastante tempo, e ainda caminhávamos pelas ruas desertas do meu bairro. A chuva estava bem mais fraca, mas já começava a esfriar.
    Decidi perguntar:
    - Para onde estamos indo?
    Riku não respondeu, o que me deixou irritado.
    Ele me guiou para a verdadeira (ou nova) entrada para a floresta, onde uma placa indicava: FLORESTA REGIONAL. FAVOR, NÃO JOGAR LIXO OU ENTULHO. Ela claramente estava fechada com o seu portão de aço, e acho que estava em construção. Provavelmente viraria um parque.
    Olhei para Riku.
    Ele simplesmente escalou o enorme portão e pulou para o lado de dentro, deixando seu guarda-chuva na calçada. Fiz o mesmo, mas com Billy no colo. A chuva estava quase parando, mas as minhas botas estavam sujas de lama.
    Riku não me esperou e caminhou rumo à floresta. Caminhamos em silêncio por cerca de cinco minutos até chegarmos numa espécie de caverna. Eu não sabia que havia uma caverna naquela floresta, mas Riku, pelo jeito, conhecia bem o lugar. Entramos no lugar escuro, e Riku acendeu uma lanterna.
    - Riku, você vai me explicar o que estamos fazendo nesse lugar? – perguntei.
    - Você verá.

Capítulo 33 - Um Encontro de Abalar os Sentimentos! Quem é você? - Parte Única

    Depois de um dia daqueles, acordei com a minha cabeça estourando.
    Olhei no relógio e ainda eram seis e meia da manhã. Billy ainda estava dormindo – numa casinha que Kaori fizera para ele no meu quarto – e, não conseguindo mais pegar no sono, decidi levantar.
    Tirei meu pijama e vesti uma roupa comum. Desci para comer alguma coisa.
    Na cozinha, peguei alguns biscoitos no armário e comi. Billy apareceu, sem fazer barulho.
    - Bom dia, amigão – o cumprimentei. Ao invés de latir, ele chegou até mim e esfregou sua cabeça na minha perna. Abaixei e o acariciei. Depois decidi que precisava refletir. Mas eu não estava com a mínima vontade de ir ao parque perto da minha casa.
    Pensei num outro lugar.

    Uma intensa neblina cobria a bela manhã de sábado, enquanto eu caminhava pela rua deserta do meu bairro, acompanhado do meu cachorrinho. Eu estava indo à escola Matsumoto, mas não para estudar, e sim para refletir um pouco sobre a vida. No campus, especificamente.
    Cheguei e um filme passou pela minha cabeça. Me lembrei de quando fui ao colégio pela primeira vez, onde eu via muitos desconhecidos conversando e se divertindo entre si. Eu era apenas um estranho, sozinho, sem amigos. Ninguém me notava. Entrei na escola, e fiquei perdido. Muitos passaram por mim sem nem sequer tentar me ajudar, menos… Shimizu. Ela foi muito gentil comigo naquele dia, o dia em que me apaixonei por ela. Depois conheci Natsuno, atualmente o meu melhor amigo. Ele era um cara de bem com a vida, sempre de bom-humor. Me tratava superbem, e até descobri que ele era um caçador de vampiros, assim como eu!
    Havia muita neblina ainda, deixando o lugar deserto e, de certo modo, um pouco assustador. Caminhei em direção a um dos bancos do campus e me sentei. Eu estava de frente com o enorme edifício da escola. O banco ficava na praça, que era separada da escola apenas por uma estradinha – que era reservada aos pais que levavam ou buscavam seus filhos de carro. A estrada era estreita, pois só havia uma mão. No final dela a avenida, esta já mais larga e movimentada. A observei e, me recordando de alguns dias atrás, me lembrei do motoqueiro misterioso, que eu seguira por ali. Lembrei também de quando Shimizu ia embora, pelo mesmo caminho, na avenida, todos os dias. Senti um aperto no coração quando me lembrei dela.
    Só depois de algum tempo eu percebi que, na outra ponta do banco, havia alguém sentado também. Era uma garota. Eu não conseguia ver quem era porque ela estava com a touca da sua blusa tampando praticamente todo o seu rosto e, ainda por cima, com a ajuda dos cabelos loiros cacheados.
    A ignorei.
   Comecei a pensar em Zoe e Shimizu, em como me explicaria com ambas e no que havia acontecido. Um encontro entre as duas, e da pior maneira possível. Eu aguardava a resposta da Shimizu quanto ao meu pedido de namoro, mas ela me evitava. Quando encontrei Zoe, a vi chorando e senti muita pena dela. Conversamos, tentei consolá-la, mas acabou que nos beijamos. E a Shimizu apareceu nesse exato momento! Ela viu Zoe e eu, e se decepcionou. Depois saiu correndo. Quase fui atrás e, quando me dei conta, Zoe também saiu correndo. No final das contas eu estava sozinho…
    - Droga! – exclamei, em voz alta.
    Foi aí que me surpreendi:
    - Problemas amorosos? – perguntou a garota ao meu lado.
    A olhei, surpreso. Quem era ela afinal? E como adivinhou?
    Não sei o que deu em mim, mas respondi:
    - Sim.
    A garota ainda estava com a touca, me impedindo de ver seu rosto. Mas ainda assim pediu:
    - Me conta a sua situação?
    Hesitei. Mas ela insistiu:
    - Pode confiar em mim. Quem sabe eu não consiga te ajudar – essas palavras me convenceram, eu só não sei por quê.
    Decidi contar.
    Contei tudo o que eu contara ao meu tio, desde a primeira vez que vi Shimizu até o beijo que ela vira meu e da Zoe. Contei também o que eu sentia nesse tempo todo. Minha cabeça começou a doer, enquanto eu me lembrava de tudo aquilo. A garota nunca me olhava, mas eu percebi que ela estava bem atenta. Era muito esquisita aquela situação, onde eu me abria com uma estranha que nem sequer mostrava seu rosto, mas, mesmo nem sabendo quem era, eu sentia que confiava nela. Mas por quê? Não sei.
    Terminei.
    Ela não falou nada, e ficamos em silêncio por algum tempo, até ela finalmente abrir a boca:
    - Irônica sua situação – e riu; sua voz era rouca e muito calma.
    “Irônica?”, pensei.
    - O que você acha? – perguntei, olhando para a escola.
    A garota respirou fundo e começou a falar, sem parar:
    - Olha, pelo que você me disse, você está confuso entre duas garotas. Não é anormal estar confuso, mas percebo que você não sabe de quem você realmente gosta. Zoe e Shimizu são belas e doces, o que mexe com você. E apareceram de repente! Você pode até não saber de quem você gosta, mas eu sei.
    Assim que ela falou isso, me surpreendi.
    - Você sabe? – eu não acreditava naquilo.
    - Claro! – a olhei, de boca aberta. – Tá tão na cara.
    Tá tão na cara? Ri.
    - Então me diz – pedi.
    - Você gosta da Shimizu – imediatamente senti algo dentro do meu coração. A garota continuou: - Fubuki, o que você sente pela Zoe parece ser tão forte quanto o que você sente pela Shimizu, mas não. Você disse várias vezes que sabia, de certo modo, que o que sentia pela Shimizu era mais forte do que o que você sentia pela outra.
    - Mas isso era antes – lembrei.
    - Não importa. Seu sentimento pela Zoe aumentou só porque vocês se beijaram, e duas vezes! Agora imagine se você tivesse beijado a Shimizu… - ela estava certa nessa parte. – Ou seja, o que você sente pela Zoe não passa de uma forte atração. Você ama a Shimizu. Entende?
    Aquela menina era surpreendente. Ela ouviu minha história e chegou a uma conclusão muito rápida! E ela estava certa! Mas outra coisa passou pela minha cabeça: ela falou meu nome, e não me lembro de tê-lo dito a ela. Decidi pedir algo à garota:
    - Você poderia tirar a sua touca?
    Ela respondeu de imediato:
    - Claro! – e decidiu tirar. Meu coração batia de ansiedade, e eu estava louco para ver seu rosto. A neblina já abaixava e o sol brilhava mais forte. O lugar onde estávamos começava a ser “habitado”, mas nada tirava a minha atenção da garota estranha. Ela tirava a touca lentamente, até me mostrar seu rosto. Ela olhou para mim e sorriu.
    Imediatamente eu me espantei!
    - Você… - gaguejei, sem acreditar no que via, muito surpreso. – Você… é… a garota… do… - não consegui completar.
    A menina sorria, olhando ironicamente para mim.
    Seus cabelos loiros cacheados eram lindos. Sua pele bronzeada, macia. Seus olhos verdes ofuscavam a minha mente, e eu não conseguia falar nada!
    Era o espirito que eu vira no fundo do rio! E em carne e osso!!
    - Já me viu antes? – ela me perguntou ironicamente.
    - Meu… meu… anjo da guarda – foi o que consegui falar; ela riu.
    - Prazer, sou Ynna – e sorriu. Não consegui dizer nada, espantado com a sua presença. Quem era ela afinal? E como aparecera naquele dia, no fundo do rio, como espírito de anjo?! Eu não sabia o que falar, então perguntei:
    - Quem é você?
    - Já respondi – disse ela.
    Ynna se levantou e saiu andando, enquanto eu mal conseguia me mexer, de tão surpreso que estava. Ynna… Esse era o nome dela. Mas como?
    Billy latiu.
    Eu já tinha me esquecido dele. Mas eu não conseguia mais raciocinar. Ynna aparecera pela segunda vez e, pela segunda vez, me ajudara. Uma ela meio que me deu forças para sair do fundo do rio – ou pelo menos eu achava isso –, e agora organizou meus sentimentos. Ela com certeza não era normal.
    Me levantei.
    - Hora de ir embora – falei ao cachorrinho vermelho; ele latiu.
    O peguei no colo e caminhei rumo à minha casa. Olhei para o relógio e vi que eram quase oito horas da manhã. Eu estava satisfeito. Não sei por que, mas a presença dessa garota estranha me fez muito bem. Ela organizou meus sentimentos! Contei minha situação para ela e ela simplesmente me deu a resposta certa. Meu Deus, seria coisa do destino? Ynna… Ela realmente era o meu anjo da guarda? E será que eu a encontraria novamente? Eu não tinha certeza, mas sentia que a resposta era 'sim'.
    Sorri.
    Cheguei em casa, onde minha mãe acabava de descer a escada.
    - Onde você estava, filho? – perguntou ela, bocejando. Provavelmente tinha acabado de acordar.
    - Conversando com uma amiga – respondi.
    Minha mãe estranhou, mas não disse nada. Eu também não, e fui direto para o meu quarto, fazer o que eu mais gostava de fazer: pensar.
    - Que sábado maravilhoso! – gritei, enquanto subia a escada.
    - Cala a boca, Fubuki – gritou meu tio, de seu quarto. – Tá cedo ainda para você ficar gritando pela casa!
    Billy latiu, subindo ao meu lado.
    Passei pela minha mãe, que me olhou. Parei, olhei para ela e perguntei:
    - O que foi?
    - Nada – ela riu. Continuei subindo, muito feliz com aquele "encontro".
    "Ynna, te adoro!", falei a mim mesmo, sorrindo.
    E assim foi a minha manhã de sábado.

    Encontrei o anjo de novo! Mas quem é ela afinal? Uma garota que apareceu de repente na minha vida de um jeito estranho... E conseguiu desembaralhar a minha cabeça! Quer saber o que mais vai acontecer? Então veja nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Capítulo 32 - Emoção & Surpresa: Zoe e Shimizu Finalmente se Encontram!! - 2ª Parte

    Entrei no meu quarto e, sem trocar de roupa, deitei na minha cama. Billy estava comigo, e deitou no tapete do lado da cama, e decidi tirar uma soneca para esfriar a cabeça. Seria difícil, mas tentei.
    Eu sonhei que estava acordado, mas quando acordei eu estava dormindo! Acho que isso reflete a confusão que estava na minha mente. 
    Acordei exatamente às cinco da tarde, e estava faminto. Desci para comer alguma coisa. 
    Já na cozinha, coloquei comida no meu prato e sentei-me à mesa para “almoçar”. Meu tio apareceu:
    - Não te acordei para treinar hoje porque vi que você estava abalado – disse ele, se sentando ao meu lado. – Fubuki, o que aconteceu?
    Eu estava sem ânimo para contar a minha história, mas meu tio me ajudara tanto naquela semana… Decidi falar:
    - Tio, assim que cheguei em Tóquio me apaixonei por Shimizu, uma menina da minha sala. Ela foi muito gentil comigo e viramos amigos. Mas também conheci a Zoe, e vi que estava sentindo alguma coisa por ela também. Um dia após a gente se conhecer, nos beijamos! – meu tio se mostrou surpreso nessa parte. – Mas Zoe sabe que eu gosto da Shimizu e está sofrendo muito graças a isso – dei uma pausa para respirar, depois continuei: - Enquanto ela sofria, eu pedia a Shimizu para ir ao cinema comigo. Ela aceitou. Quando eu estava indo ao nosso ponto de encontro, fui atacado por vampiros.
    - E o que aconteceu?
    - Depois termino essa parte – decidi. – Enfim, faltei ao encontro e não podia me explicar com a Shimizu…
    - Devido aos vampiros – adivinhou ele; fiz que sim.
    - Então – continuei – decidi me declarar para ela, e a pedi em namoro.
    - E ela aceitou? – Michael se mostrava ansioso.
    - Ela não deu a resposta, e começou a faltar na escola. A pedi em namoro terça-feira, e de quarta a sexta ela não foi para as aulas. Daí, hoje, assim que cheguei, Billy não deixou eu entrar em casa e me levou até o parque, onde vi Zoe chorando. Conversei com ela e acabamos nos beijando de novo! – meu tio estava de boca aberta.
    - É por isso que você está assim? – estranhou ele.
    - Não – respondi. – Tio, a Shimizu viu Zoe e eu nos beijando.
    Meu tio estava mais espantado ainda.
    - Nossa – foi o que ele conseguiu dizer. – E aí, o que aconteceu?
    - Shimizu saiu correndo, e Zoe também. Ou seja, no final das contas eu fiquei sozinho.
    Michael ainda estava muito surpreso com a história, até que meu instinto de caçador me avisou que estávamos sendo vigiados. Meu tio também percebeu isso, e olhamos, ao mesmo tempo, para a porta da cozinha. Minha mãe estava escondida encostada na parede, ouvindo minha conversa com o meu tio!
    - Mãe! – exclamei.
    Ela apareceu, com um sorriso de desculpa.
    Eu não estava acreditando naquilo. Minha mãe ouviu tudo?
    - Sanae e suas manias – riu Michael.
    Senti que fiquei vermelho, e voltei a comer minha comida, irritado. Minha mãe se aproximou, e disse:
    - Que situação, filho – não respondi.
    Meu tio se levantou e, junto da minha mãe, foi para a sala. Depois uma coisa veio à minha cabeça: será que a minha mãe ouvira tudo, inclusive na parte dos vampiros?! Acho que não, porque ela nem estava surpresa.
    Suspirei, aliviado.
    Assim que terminei, subi ao meu quarto. Liguei a TV e assisti a um desenho animado para descontrair, mas não adiantou. Anoiteceu e tomei banho. Depois fui deitar.
    Essa foi a sexta-feira mais marcante da minha vida, com certeza. Mas eu não sabia se isso era bom ou ruim. 
    Dormi.

    Shimizu viu a gente se beijando! Droga, isso não podia ter acontecido. Na verdade eu nem deveria ter beijado a Zoe... Eu sou um idiota, com certeza. Mas já aconteceu, não posso voltar no tempo. Quer ver o que mais vai acontecer? Então não perca o próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Capítulo 32 - Emoção & Surpresa: Zoe e Shimizu Finalmente se Encontram!! - 1ª Parte

    Enquanto eu voltava da escola, eu tentava imaginar qual seria o quarto passo.
    No primeiro, eu tinha que ficar de pé num rio muito raso. Aparentemente era fácil, mas só na teoria mesmo, porque foi muito difícil me equilibrar nele, e quase morri afogado! Mas no final acabou tudo bem.
    O segundo passo era conseguir sair da floresta intacto. Opa, esqueci de falar que eu estava sendo perseguido, e por um cachorro gigante! Consegui completar o segundo passo, e até ganhei uma recompensa: o cachorro gigante. Mas ele, na verdade, era pequenino. Estava gigante porque ele não era um cachorro comum, era um cachorro que podia crescer e, graças a isso, seu tamanho era chamado de Modo Ataque.
    Já no terceiro passo foi um pouco mais complicado, pois eu tinha que sair de baixo de Billy, o cachorro gigante. Ele era muito pesado, e eu não conseguia me mover. Meu tio falou que eu tinha que ativar meu modo alerta (ou algo do tipo). E consegui! Depois tive uma luta com o meu tio, que se transformou num tigre lutador! Ele era muito rápido e forte, e só consegui vencê-lo graças a Billy, que o atacou quando ele ia me dar o golpe final.
    Isso tudo aconteceu em uma semana. Mas não foi só isso. Tinha também o meu lance com a Shimizu. Na segunda-feira tentei me explicar com ela sobre minha falta no nosso encontro, mas não consegui. Decidi então me declarar para ela, e fiz isso na terça. Até a pedi em namoro, mas Shimizu não deu sua resposta. No mesmo dia ela me evitou umas quinhentas vezes, e na quarta-feira, quinta e hoje ela não apareceu na escola. Isso me deixava preocupado, e sem ânimo também. Claramente ela me evitava graças ao meu pedido de namoro. Mas por quê? Eu sentia que Shimizu gostava de mim tanto quanto eu gosto dela, mas ainda assim me evitava. Mulheres… Essa é uma espécie que eu nunca vou entender.
    Só me restava esperar até a semana que vem, pois Shimizu não iria faltar o ano todo só por causa de mim. Ou iria?
    Cheguei em casa e fui barrado por Billy. Ele estava na porta, e me impediu de entrar.
    - O que foi, amigão? – estranhei.
    Billy latiu, e depois correu em direção ao parque.
    Fui atrás.
    Chegando lá, vi Zoe chorando no mesmo banco que eu sentava desde quando me mudei para Tóquio. Billy olhou para mim, e percebi o que ele queria. Zoe parecia muito triste, e isso acabou comigo. Eu tinha certeza do porquê de sua tristeza, então decidi me aproximar dela. Assim que me viu, ela se assustou.
    - Zoe? – disse eu, me sentando ao seu lado.
    - O que está fazendo aqui essa hora? – perguntou ela; não respondi.
    - Zoe, não fique assim – pedi.
    - É muito difícil esconder a tristeza, Fubuki – isso deixou eu me sentindo ainda mais culpado. Eu não sabia o que fazer naquele momento. Então fiquei calado. Zoe também não disse nada, e ficamos em silêncio por algum tempo. Ela não chorava mais, mas seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas. Ela estava linda, como sempre. Decidi abrir a boca:
    - Por que é tão difícil controlar os nossos sentimentos?
    Zoe pensou um pouco e respondeu:
    - Talvez porque seria muito chata a vida se pudéssemos.
    - Chata – repeti. – Mas graças a isso sofremos muito.
    - Sofremos? – indagou ela, olhando para mim.
    - Em geral – me corrigi, pois eu não queria falar que também estava sofrendo. Eu sofria pela Shimizu, que me evitava, e por Zoe também, pois ela era uma grande amiga minha e sofria por minha culpa.
    - Mas isso faz parte da vida – disse Zoe. – Nem tudo é alegria. E o que é tristeza logo passa – essas palavras fizeram eu me sentir um pouco melhor.
    - Mas Zoe, eu ainda assim sinto algo por você – ela imediatamente olhou para mim.
    - E a Shimizu? – perguntou ela.
    - Também.
    Zoe olhou para a quadra vazia, com certa fúria nos olhos.
    - Gostando de duas garotas… - disse ela. – Isso não é normal.
    Não respondi.
    - Fubuki, é sério, não quero que você se preocupe comigo.
    - Como não? – essa pergunta saiu meio ignorante, o que fez eu me arrepender de ter falado isso, pois Zoe se sentiu ofendida. Depois falei com a minha voz mais suave: - Zoe, você está sofrendo muito, e isso me abala. Gosto muito de você e não quero te ver assim.
    Zoe me olhou com alguma admiração. Seus olhos encharcados eram lindos, assim como seu rosto. Era muita tentação. Ficamos nos olhando por algum tempo, até… acontecer.
    Nos beijamos.
    Em não pensava em nada enquanto nos beijávamos, apenas sentia prazer. Aquele doce beijo me fascinava e deixava meu coração disparado feito um tiroteio! Zoe… Eu estaria me apaixonando de vez por ela? Nosso beijo durava bastante, e eu não queria parar. Ela também não queria, até que abri os olhos e me surpreendi: SHIMIZU??!!!!
    Shimizu estava parada, olhando para nós! Zoe percebeu que algo chamara minha atenção e parou de me beijar, então, percebendo que eu estava olhando para alguém, Zoe se virou e também viu a Shimizu.
    Shimizu nos olhava parecendo não acreditar no que via enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Eu não sabia o que falar e, mais surpresa que eu, só a Zoe. Shimizu saiu correndo.
    - Shimizu! – chamei, me levantando do banco. Quase corri atrás dela, mas como eu me explicaria??
    Olhei para Zoe, que ainda estava sentada no banco. Ela olhava Shimizu correndo e, quando olhou para mim, percebi seus olhos encharcados.
    Ela se levantou.
    - Zoe… - tentei falar, muito abalado. Ela também saiu correndo, em direção oposta à outra.
    Não tive coragem de chamá-la.
    Alias, o que eu falaria?
    Fiquei parado ali, em frente ao banco, sem acreditar no que havia acabado de acontecer, meu coração acelerado como nunca...
    Billy latiu.
    Éramos os únicos que estavam no parque naquele momento.
    Ri atoa.
    - Que situação, né Billy? – foi a única coisa que tive coragem de falar naquele momento irônico.
    - Au! – latiu o cachorrinho.
    Me sentei no banco, ainda abalado. Por quê, meu Deus? Como Shimizu nos viu ali, e por que justamente quando eu beijava a Zoe? Seria coisa do destino?
    Fiquei vários minutos ali, tentando refletir, pensar no que eu faria. Nenhuma conclusão. Com certeza aquele era o momento mais complicado da minha vida. Duas garotas… um sentimento. Eu estaria me apaixonando pelas duas? Acho que sim. Minha cabeça já era confusa, ainda mais numa situação dessas. Eu não sabia o que fazer.
    Zoe e Shimizu: dois problemas. Duas meninas diferentes, mas que mexiam com o meu coração. E as duas gostavam de mim! E agora, qual escolho?
    Espere um momento, como assim qual escolho? Nem tenho esse poder todo! As duas estão extremamente magoadas comigo, principalmente… Shimizu. Zoe era a que mais sofria nessa história, mas ainda assim minha cabeça estava confusa. Eu realmente estava gostando das duas e, a essa altura, não sabia qual mexia mais comigo. As duas, talvez. Mas ainda eu estava confuso. Estava delirando…
    Decidi parar de pensar naquilo e fui para casa. Me surpreendi quando olhei para o relógio: já eram quase duas horas! Cheguei em casa com a minha mãe preocupada:
    - Onde você estava, Fubuki? – perguntou ela, assim que entrei. Ela, Kaori e meu tio Michael estavam na sala assistindo, todos sentados no sofá.
    - Na casa de um amigo – respondi, subindo a escada. Minha mãe percebeu que algo havia acontecido e viu que eu queria ficar sozinho, então não fez mais nenhuma pergunta.

sábado, 5 de outubro de 2013

Capítulo 31 - O Primeiro Desafio: 1°B vs. 3°A, a Abertura do Campeonato! - 3ª Parte

    A saída foi com o 3° ano que, assim que tocaram para um dos zagueiros, a marcação do nosso time já estava em cima. O zagueiro, muito nervoso, tocou para o outro zagueiro, mas, antes que a bola chegasse até ele, Natsuno o antecipara e, assim, saindo na cara do gol. Mas quando ele chutou, o goleiro conseguiu espalmar para escanteio.
    O treinador se mostrou feliz, e eu estava impressionado com a vontade que estava o nosso time. Tashima cobrou o escanteio, a bola fez curva e encontrou a cabeça de Masao, que acertou a trave. A bola foi para a ponta da grande área, onde Ozoki arriscou um chute dali mesmo de primeira (sem deixar a bola cair no chão), mas a bola, que ia para o gol, desviou num dos adversários e acertou o travessão. Em seguida, a mesma caiu nas mãos do goleiro, que já a jogou para um dos jogadores que estavam no meio-campo. Este dominou com perfeição e disparou no contra-ataque. Nosso time quase todo estava no ataque, sobrando apenas os dois zagueiros. Já o time deles contra-atacava com três jogadores. O que puxava contra-ataque estava no centro e, quando Joe apareceu bloqueando sua passagem, ele tocou na esquerda para outro, que agora estava praticamente sozinho. Ele invadiu a grande área pela ponta, driblou Koboshi com facilidade e fez o gol.
    O time deles explodiu em comemoração, enquanto o nosso parecia que havia tomado um banho de água fria.
    - Droga! – gritou Moshio.
    - Esses idiotas são incompetentes – disse Shin.
    O treinador o olhou com certa raiva e o chamou:
    - Shin, vem aqui – o garoto estranhou e se levantou. – Você vai entrar no lugar de Kasai na ala direita, então quero que você vá pra cima deles!
    De imediato eu me senti descartado, pois Shin nem treinara e já ia jogar!
    Ele me olhou com um sorrisinho irritante (o que me deixou completamente furioso), e depois o treinador gritou:
    - Ei, juiz, substituição! – o árbitro fez um sinal de substituição e Takahara chamou Kasai. Shin entrou, dizendo a todos:
    - Toquem a bola pra mim que eu resolvo.
    O jogo continuou com o nosso time trocando passes, mas sem nenhum ânimo. Quando o adversário pegava a bola fazia algumas firulas, o que irritava mais ainda nossos jogadores, até que Yuuki fez uma falta bem na entrada da área. Era perto, e um dos jogadores inimigos foi cobrar.
     Ele bateu no canto, mas Koboshi conseguiu espalmar. A bola continuava viva na nossa área, mas Joe chutou para frente. Riku dominou e, marcado e sem escolhas, deu um passe mais a frente para Shin. Este correu e passou pelo primeiro, mas o segundo deu um carrinho, jogando a bola para lateral. Shin começou a reclamar com o juiz, pedindo falta, e acabou levando um cartão amarelo.
    O treinador fez outra substituição, trocando Natsuno por Sasaki. O lateral foi cobrado, e Masao recebeu na linha de fundo. Ele driblou o primeiro correndo em direção ao gol e decidiu cruzar a bola para a pequena área. O zagueiro tirou de cabeça, a bola parou nos pés de Riku na meia-lua, e ele a chutou bem no cantinho, forte. Gol! Nosso time vibrou bastante, mas ainda estávamos perdendo. 3 a 2 para o 3° A.
    O jogo recomeçou e, enquanto o adversário tinha a posse de bola, nosso time pressionava ao máximo. O tempo estava passando, e eu estava muito ansioso. Será que eu iria entrar? Olhei para o relógio e vi que faltavam apenas alguns minutos. O time adversário saiu do sufoco e atacou. Tentavam de todas as formas entrar na nossa área, mas não conseguiam, até que arriscaram um chute de longe, onde Koboshi espalmou para escanteio. Cobraram o escanteio e a nossa defesa tirou a bola, mas ainda o 3° ano pressionava. Então algo me surpreendeu:
    - Fubuki, vem aqui – chamou o treinador.
    - Hã? – meu coração acelerou de imediato. Me levantei e fui até o treinador.
    - Quero você no ataque, e quero gol! – assenti, surpreso. – Tente de todas as maneiras! – ele olhou no relógio e disse: - Faltam três minutos para acabar o jogo – essa notícia me deixou com muito medo. Moshio se virou para o campo e gritou: - Juiz, substituição – depois chamou: - Masao!
    Masao olhou furioso e veio até mim e o treinador, depois disse:
    - Treinador, você vai me tirar para colocar ele?!
    Takahara não respondeu, o que me deixou com um sentimento de culpa. Masao saiu e eu entrei.
    Meu coração ainda estava a mil, e eu não acreditava que havia entrado. O adversário cobrou o arremesso lateral e cruzou para a grande área, mas nosso goleiro saiu e encaixou a bola. Depois ele jogou para mim, que estava perto da linha do meio de campo. Meu coração disparou quando vi a bola vindo em minha direção. Seria a primeira vez que eu tocaria nela na partida.
    Recebi a bola e parti para o ataque. De cara veio um inimigo, mas passei por ele sem problemas, depois veio outro, então dei o 'drible da vaca' e disparei a toda velocidade.
    Do meu time só tinha eu no ataque e mais três defensores inimigos. Eu chegava perto da meia-lua, quando driblei o terceiro, até que dois apareceram na minha frente. Não sei como, mas passei entre os dois! Me lembro de ter driblado um e ter cortado outro, mas quando ia invadir a área, alguém chutou minha perna e eu cai.
    Falta.
    Soltei um longo suspiro e olhei para o treinador, que estava surpreso. Todos estavam, principalmente eu. Aquela arrancada foi realmente muito impressionante, e quase que fiz o gol! O juiz deu cartão vermelho para o zagueiro que me derrubara e me levantei.
    Riku pegou a bola e a colocou onde o juiz marcara. O árbitro contou os passos e formou a barreira, e o goleiro se mostrava muito preocupado. A falta era muito perto e o jogo estava no último minuto. Riku se concentrou ao máximo, e me posicionei perto da barreira.
    O juiz apitou.
    Riku pegou muito bem na bola, que fez um efeito incrível. Ela ia no meio do gol, mas, quando o goleiro ia pegar, ela mudou de direção. O goleiro caiu, e a bola bateu na trave! A essa altura eu já estava na área e a bola caiu no meu pé. Só tive o trabalho de empurrá-la para o gol.
    Todos gritaram em vibração e foram me abraçar! Era uma alegria enorme, e eu estava muito feliz e impressionado por ter feito o gol de empate, e no último minuto! Eu sei que foi apenas um empate, mas estávamos enfrentando um 3° ano!
    O juiz apitou o final de jogo e todos comemoramos.
    Fomos para o banco de reservas e todos os que estavam lá estavam felizes. Eu ainda não acreditava no que havia acontecido, pois em apenas alguns minutos de jogo eu fui muito importante. Masao me olhava com certa inveja. Shin com raiva e Natsuno com admiração. Joe pôs a mão no meu ombro e disse:
    - Ótimo lance – e sorriu.
    - Muito bom, Fibuki – falou Sasaki.
    - Fubuki – o corrigi; ele riu.
    O treinador chamou a atenção de todos:
    - Meus parabéns, vocês todos jogaram bem.
    - Jogamos bem? – indagou Masao. – Aquilo foi uma vergonha! Empatamos na sorte. Se não fosse o nosso ataque não teríamos chegado ao empate!
    - Masao – interveio o treinador –, você novamente preferiu driblar ao invés de dar um passe bom – Masao ficou sem graça – e a nossa defesa segurou ao máximo a pressão que estávamos sofrendo, que não era pouca! Então acho que se você não jogar com o time na próxima vez você perderá a sua posição de titular – Masao não disse nada, apenas ficou quieto.
    Depois o treinador olhou para Riku e Natsuno:
    - Acho que vocês dois precisam trabalhar mais juntos – e depois disse a Shin: - Segura a sua língua, ou então você vai prejudicar muito o time nesse campeonato – Shin nem ligou.
    - E você – o treinador olhou para mim –, com certeza será muito importante na nossa luta pelo título – sorri, muito feliz.
    Depois formamos uma fila e o 3° ano formou outra, daí as duas se ligaram e nos cumprimentamos. Depois disso tomamos uma ducha no vestiário, nos vestimos e fomos embora.
    No final, 3 a 3 foi um ótimo resultado!

    Fiz um gol! Mesmo sendo um empate o 3 a 3 estava de bom tamanho. Pena que Shimizu não estava assistindo ao jogo... Enfim, quer saber o que vai acontecer mais pra frente? Então veja no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

Capítulo 31 - O Primeiro Desafio: 1°B vs. 3°A, a Abertura do Campeonato! - 3ª Parte

    A saída foi com o 3° ano que, assim que tocaram para um dos zagueiros, a marcação do nosso time já estava em cima. O zagueiro, muito nervoso, tocou para o outro zagueiro, mas, antes que a bola chegasse até ele, Natsuno o antecipara e, assim, saindo na cara do gol. Mas quando ele chutou, o goleiro conseguiu espalmar para escanteio.
    O treinador se mostrou feliz, e eu estava impressionado com a vontade que estava o nosso time. Tashima cobrou o escanteio, a bola fez curva e encontrou a cabeça de Masao, que acertou a trave. A bola foi para a ponta da grande área, onde Ozoki arriscou um chute dali mesmo de primeira (sem deixar a bola cair no chão), mas a bola, que ia para o gol, desviou num dos adversários e acertou o travessão. Em seguida, a mesma caiu nas mãos do goleiro, que já a jogou para um dos jogadores que estavam no meio-campo. Este dominou com perfeição e disparou no contra-ataque. Nosso time quase todo estava no ataque, sobrando apenas os dois zagueiros. Já o time deles contra-atacava com três jogadores. O que puxava contra-ataque estava no centro e, quando Joe apareceu bloqueando sua passagem, ele tocou na esquerda para outro, que agora estava praticamente sozinho. Ele invadiu a grande área pela ponta, driblou Koboshi com facilidade e fez o gol.
    O time deles explodiu em comemoração, enquanto o nosso parecia que havia tomado um banho de água fria.
    - Droga! – gritou Moshio.
    - Esses idiotas são incompetentes – disse Shin.
    O treinador o olhou com certa raiva e o chamou:
    - Shin, vem aqui – o garoto estranhou e se levantou. – Você vai entrar no lugar de Kasai na ala direita, então quero que você vá pra cima deles!
    De imediato eu me senti descartado, pois Shin nem treinara e já ia jogar!
    Ele me olhou com um sorrisinho irritante (o que me deixou completamente furioso), e depois o treinador gritou:
    - Ei, juiz, substituição! – o árbitro fez um sinal de substituição e Takahara chamou Kasai. Shin entrou, dizendo a todos:
    - Toquem a bola pra mim que eu resolvo.
    O jogo continuou com o nosso time trocando passes, mas sem nenhum ânimo. Quando o adversário pegava a bola fazia algumas firulas, o que irritava mais ainda nossos jogadores, até que Yuuki fez uma falta bem na entrada da área. Era perto, e um dos jogadores inimigos foi cobrar.
     Ele bateu no canto, mas Koboshi conseguiu espalmar. A bola continuava viva na nossa área, mas Joe chutou para frente. Riku dominou e, marcado e sem escolhas, deu um passe mais a frente para Shin. Este correu e passou pelo primeiro, mas o segundo deu um carrinho, jogando a bola para lateral. Shin começou a reclamar com o juiz, pedindo falta, e acabou levando um cartão amarelo.
    O treinador fez outra substituição, trocando Natsuno por Sasaki. O lateral foi cobrado, e Masao recebeu na linha de fundo. Ele driblou o primeiro correndo em direção ao gol e decidiu cruzar a bola para a pequena área. O zagueiro tirou de cabeça, a bola parou nos pés de Riku na meia-lua, e ele a chutou bem no cantinho, forte. Gol! Nosso time vibrou bastante, mas ainda estávamos perdendo. 3 a 2 para o 3° A.
    O jogo recomeçou e, enquanto o adversário tinha a posse de bola, nosso time pressionava ao máximo. O tempo estava passando, e eu estava muito ansioso. Será que eu iria entrar? Olhei para o relógio e vi que faltavam apenas alguns minutos. O time adversário saiu do sufoco e atacou. Tentavam de todas as formas entrar na nossa área, mas não conseguiam, até que arriscaram um chute de longe, onde Koboshi espalmou para escanteio. Cobraram o escanteio e a nossa defesa tirou a bola, mas ainda o 3° ano pressionava. Então algo me surpreendeu:
    - Fubuki, vem aqui – chamou o treinador.
    - Hã? – meu coração acelerou de imediato. Me levantei e fui até o treinador.
    - Quero você no ataque, e quero gol! – assenti, surpreso. – Tente de todas as maneiras! – ele olhou no relógio e disse: - Faltam três minutos para acabar o jogo – essa notícia me deixou com muito medo. Moshio se virou para o campo e gritou: - Juiz, substituição – depois chamou: - Masao!
    Masao olhou furioso e veio até mim e o treinador, depois disse:
    - Treinador, você vai me tirar para colocar ele?!
    Takahara não respondeu, o que me deixou com um sentimento de culpa. Masao saiu e eu entrei.
    Meu coração ainda estava a mil, e eu não acreditava que havia entrado. O adversário cobrou o arremesso lateral e cruzou para a grande área, mas nosso goleiro saiu e encaixou a bola. Depois ele jogou para mim, que estava perto da linha do meio de campo. Meu coração disparou quando vi a bola vindo em minha direção. Seria a primeira vez que eu tocaria nela na partida.
    Recebi a bola e parti para o ataque. De cara veio um inimigo, mas passei por ele sem problemas, depois veio outro, então dei o 'drible da vaca' e disparei a toda velocidade.
    Do meu time só tinha eu no ataque e mais três defensores inimigos. Eu chegava perto da meia-lua, quando driblei o terceiro, até que dois apareceram na minha frente. Não sei como, mas passei entre os dois! Me lembro de ter driblado um e ter cortado outro, mas quando ia invadir a área, alguém chutou minha perna e eu cai.
    Falta.
    Soltei um longo suspiro e olhei para o treinador, que estava surpreso. Todos estavam, principalmente eu. Aquela arrancada foi realmente muito impressionante, e quase que fiz o gol! O juiz deu cartão vermelho para o zagueiro que me derrubara e me levantei.
    Riku pegou a bola e a colocou onde o juiz marcara. O árbitro contou os passos e formou a barreira, e o goleiro se mostrava muito preocupado. A falta era muito perto e o jogo estava no último minuto. Riku se concentrou ao máximo, e me posicionei perto da barreira.
    O juiz apitou.
    Riku pegou muito bem na bola, que fez um efeito incrível. Ela ia no meio do gol, mas, quando o goleiro ia pegar, ela mudou de direção. O goleiro caiu, e a bola bateu na trave! A essa altura eu já estava na área e a bola caiu no meu pé. Só tive o trabalho de empurrá-la para o gol.
    Todos gritaram em vibração e foram me abraçar! Era uma alegria enorme, e eu estava muito feliz e impressionado por ter feito o gol de empate, e no último minuto! Eu sei que foi apenas um empate, mas estávamos enfrentando um 3° ano!
    O juiz apitou o final de jogo e todos comemoramos.
    Fomos para o banco de reservas e todos os que estavam lá estavam felizes. Eu ainda não acreditava no que havia acontecido, pois em apenas alguns minutos de jogo eu fui muito importante. Masao me olhava com certa inveja. Shin com raiva e Natsuno com admiração. Joe pôs a mão no meu ombro e disse:
    - Ótimo lance – e sorriu.
    - Muito bom, Fibuki – falou Sasaki.
    - Fubuki – o corrigi; ele riu.
    O treinador chamou a atenção de todos:
    - Meus parabéns, vocês todos jogaram bem.
    - Jogamos bem? – indagou Masao. – Aquilo foi uma vergonha! Empatamos na sorte. Se não fosse o nosso ataque não teríamos chegado ao empate!
    - Masao – interveio o treinador –, você novamente preferiu driblar ao invés de dar um passe bom – Masao ficou sem graça – e a nossa defesa segurou ao máximo a pressão que estávamos sofrendo, que não era pouca! Então acho que se você não jogar com o time na próxima vez você perderá a sua posição de titular – Masao não disse nada, apenas ficou quieto.
    Depois o treinador olhou para Riku e Natsuno:
    - Acho que vocês dois precisam trabalhar mais juntos – e depois disse a Shin: - Segura a sua língua, ou então você vai prejudicar muito o time nesse campeonato – Shin nem ligou.
    - E você – o treinador olhou para mim –, com certeza será muito importante na nossa luta pelo título – sorri, muito feliz.
    Depois formamos uma fila e o 3° ano formou outra, daí as duas se ligaram e nos cumprimentamos. Depois disso tomamos uma ducha no vestiário, nos vestimos e fomos embora.
    No final, 3 a 3 foi um ótimo resultado!

    Fiz um gol! Mesmo sendo um empate o 3 a 3 estava de bom tamanho. Pena que Shimizu não estava assistindo ao jogo... Enfim, quer saber o que vai acontecer mais pra frente? Então veja no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Capítulo 31 - O Primeiro Desafio: 1°B vs. 3°A, a Abertura do Campeonato! - 2ª Parte

    Novamente Riku pôs a bola no centro de campo e tocou para Natsuno. Natsuno tocou para Yuuki que, desta vez, não deu um passe para Akira. Yuuki segurou a bola até seu marcador chegar, então tocou para o lateral esquerdo (Tashima) e correu. Tashima devolveu para Yuuki, que levou a bola pelo centro, até dar um passe na meia-lua para Masao. Masao se livrou de um dos zagueiros adversários e, de vez tocar para o ala direito (Kasai, que vinha para bater pro gol), tentou um segundo drible, que não deu certo.
    O time adversário recuperou a bola e contra-atacou numa velocidade incrível! O jogador que levava a bola era o mesmo que dera o passe para o que dominara no peito antes do pênalti. Ele passou pela linha do meio-campo, quando Nakata tentou desarmá-lo, mas não conseguiu. Após passar por Nakata, ele ainda tinha pela frente Akira, que voltara para a defesa em grande velocidade. Akira ameaçou tirar a bola do inimigo, que deu um drible entrando por dentro, mas foi logo surpreendido por Joe. Joe tomou a bola dele e tocou para Aoki, mais a frente. Este tabelou com Masao e saiu na linha de fundo. Cruzou a bola para a área, mas a bola foi alta demais. A redondinha chegou na lateral direita, onde estava Akira, que tentou outro cruzamento, mas a zaga tirou, e a bola foi na direção de Yuuki.
    Yuuki estava na meia-lua, então cabeceou para a área, onde Riku e mais um zagueiro dividiram a bola. Porém, o inimigo levou a melhor, pois era mais alto. Ele cabeceou para a lateral direita, onde Akira novamente esperava a bola. Porém, ele foi antecipado por um jogador adversário, que contra-atacou por ali mesmo. Ele tinha uma velocidade surpreendente, e na nossa defesa havia apenas os dois zagueiros. Nosso time inteiro recuava, mas era tarde. Quando Nakata tentou bloquear a passagem do inimigo, este tocou para o que o acompanhara. Esse, por sua vez, se livrou facilmente de Joe com o ‘drible da vaca’ e saiu na cara de Koboshi. Então chutou no canto rasteiro. 2 a 0.
    O time comemorava, enquanto nosso treinador se mostrava furioso. Meu time inteiro estava desanimado, quando Takahara gritou:
    - Joe, troca de posição com o Nakata! – fizeram o pedido.
    Novamente a bola já estava em jogo.
    Nosso time começou a tocar a bola mais rapidamente, com certo nervosismo, com necessidade de fazer gol. Estava clara a ansiedade dos jogadores, e percebi que Riku recuara mais. E a bola foi para ele que, de fora da área, bateu pro gol. Foi uma bomba! A bola ia quase no ângulo, mas o goleiro espalmou. Porém, ele falhou em não mandar a bola para escanteio. A redondinha parou na cabeça de Masao na pequena área, que fez o gol. Nosso time não comemorou muito. Masao pegou a bola no fundo da rede, e o jogo recomeçou.
    - Boa, Masao! – gritei; ele apenas fez um sinal de positivo para mim.
    O adversário vinha agora com tudo. Eles faziam muito rodízio, e se movimentavam bastante, deixando nossa defesa confusa. Porém, eles mal conseguiam avançar, até que, depois de várias trocas de passes, foram desarmados. Meu time contra-atacou pelo meio e, quando apareceu um marcador, Kasai (quem estava puxando o contra-ataque) deu um passe em profundidade para Natsuno, que estava mais a frente na direita. Natsuno até dominou driblando o zagueiro e ficando sozinho, porém o juiz apitou: o atacante estava impedido.
    - Droga! – resmungou Natsuno.
    - Ei, juiz – gritou o treinador –, não estava não!
    Mas o árbitro apenas ignorou Moshio.
    O goleiro cobrou dando um chutão para frente, mas Tashima dominava no nosso campo de defesa. Ele tabelou com Yuuki e depois tocou para Riku, que estava na linha do meio-campo. Riku pedalou para cima do zagueiro e conseguiu passar por ele, e quando pensava estar sozinho, apareceu outro dando um carrinho, o derrubando e o desarmando. Não foi falta, disse o árbitro.
    A bola ia sair, mas o lateral direito do time adversário impediu e inverteu o jogo para o lateral esquerdo. A bola foi mais forte do que alta, então os inimigos contra-atacaram. Passaram pelo meio de campo e, quando chegou perto do Joe, o jogador que estava com a bola tocou para um atacante que estava mais a frente. Este a levou para a meia-lua, mas foi desmarcado por Nakata. Nakata chutou para frente, e o juiz apitou o final do primeiro tempo.
    Todos os jogadores suspiraram, e foram até o banco de reservas.
    - Por que estão todos nervosos? – gritou o treinador; ninguém respondeu – Está dois a um, e o time deles não é tão bom assim! Vamos voltar pro segundo tempo com mais determinação!
    - Vou recuar um pouco – sugeriu Riku – Quero ajudar na marcação no meio de campo.
    - Concordo com você, Riku – disse o treinador. – Masao, quero você um pouco mais ofensivo.
    - Pode deixar, treinador – disse o camisa 10.
    - Percebo também que vocês não se comunicam dentro de campo – falou Takahara. – Vocês precisam falar mais!
    Todos assentiram.
    Depois de mais alguns minutos de descanso, todos voltaram para o gramado. Então o juiz apitou começo de segundo tempo.