sábado, 27 de julho de 2013

Capítulo 25 - A Noite dos Caçadores - Parte Única

     Fui até a sala, onde estava o meu tio Michael, e falei pra ele que ia caçar vampiros. Inclusive pedi pra ele inventar alguma desculpa pra minha mãe não desconfiar de nada, e avisei que ia chegar tarde em casa.
    Fui até Riku e Natsuno. Este último ainda perguntou:
    - Por que demorou tanto?
    - Estava resolvendo umas coisinhas – respondi.
    Riku disparou em direção à floresta, sem nos esperar, mas fomos atrás. O sol ainda estava se pondo, mas as árvores já pareciam assustadoras. Me lembrei de quando fui atrás do diretor da minha escola. Ele seguira o mesmo caminho que Riku estava seguindo agora, e eu tentava imaginar qual seria o seu destino.
    - Para onde estamos indo? – perguntei ao Riku.
    - Descobri uma pequena base dos vampiros. Os que vamos enfrentar são os chamados “vampiros-zumbis”, que foram ressuscitados de cemitérios por vampiros comuns, e que agora estão aterrorizando alguns bairros aqui por perto.
    Assim que Riku falou isso me lembrei do noticiário onde falava que foram encontradas, num cemitério de Tóquio, tumbas abertas. Os cadáveres haviam desaparecido, e o porteiro fora encontrado morto. Na época eu estranhei, pois não sabia sobre os vampiros, mas com a explicação de Riku agora tudo fazia sentido.
    - Quer dizer que os vampiros têm o poder de ressuscitar os mortos? – estranhei.
    - Acho que ressuscitar não seria a palavra certa – respondeu Natsuno. – As pessoas mortas levantam como vampiros, mas não se lembram de nada da sua própria vida. Elas apenas têm o objetivo de morder outras pessoas, assim as contaminando. Já essas “vítimas vivas” sim podem se lembrar de seu passado, porém com uma sede espantadora de sangue.
    Essa segunda explicação me estremeceu por completo.
    Já havíamos corrido muitos metros, e cada vez mais nos distanciávamos da zona urbana. Admito: eu estava com medo. Mas quem não estaria? Vampiros, zumbis… Ainda mais numa floresta tão escura e assustadora como aquela. Eu, literalmente, estava num filme de terror.
    Olhei para o meu anel dourado.
    Era um presente do meu pai. A princípio eu não sabia muito bem como usá-lo, mas rapidamente descobri. Por mais estranho que seja, meu anel virava uma espada! E aquela espada parecia que fora feita especialmente para mim, pois não era nem muito leve nem muito pesada. Assim que me lembrei do dia do bosque da escola – quando quase travei uma luta com Riku – perguntei:
    - Por que a minha espada, quando estava perto da espada de vocês, cresceu alguns centímetros?
    Ninguém respondeu.
    Corremos mais alguns metros quando Riku decidiu abrir a boca:
    - Talvez porque você estava perto de outros dois heróis centenários.
    Ih, lá vem essas conversas do passado de novo… Era uma coisa que me confundia muito, mas eu lembrava um pouco da explicação do Natsuno.
    - A sua espada passou do nível 1 para o nível 2 – inseriu Natsuno.
    - E são quantos níveis? – perguntei.
    - O máximo que já chegaram foi até o nível 14. Fubuki, você também é um herói centenário.
    - Mas o que significa isso, afinal? – Natsuno e Riku olharam para mim, o que me deixou constrangido. Riku olhou para Natsuno, como se dissesse: “Deixa que eu explico.”; Natsuno assentiu.
    - Significa que você foi escolhido pelo seu clã para ser o herói do mesmo durante a sua existência – respondeu Riku. – Você é um dos únicos que podem chegar perto da força do Caçador Lendário.
    - Que, por sinal, não foi descoberto ainda – lembrou Natsuno.
    - Natsuno, lembra quando você falou que nós ainda somos aprendizes? – Natsuno fez que sim – Até quando seremos, e como saberemos que não somos mais?
    - Quem decide é o Conselho – respondeu ele. – Nossas espadas tem de alcançar o nível 3, e precisamos ter, pelo menos, cem potes de vidros cristalinos cheios.
    Entendi perfeitamente. Então seria por isso que Riku decidiu se juntar a nós? Por que acho que ele ainda era um aprendiz.
    - Apenas um caçador nesse mundo conseguiu deixar de ser aprendiz mesmo com a sua espada ainda no nível 2 – inseriu Natsuno.
    - Quem? – perguntei.
    - Riku.
    Me surpreendi completamente. Eu pensava que Riku ainda era um aprendiz, mas depois lembrei que ele era caçador a mais de dez anos.
    Mas meus pensamentos foram cortados depois que ele parou atrás de um mato de repente. Natsuno e eu fizemos o mesmo. Estávamos na beira de uma espécie de aldeia macabra. Aquele lugar era muito assustador, onde vampiros dançavam num ritual em volta de uma fogueira. Havia várias “ocas” na aldeia, e percebi que finalmente havíamos chegado à tal base que Riku falara.
    - Qual o plano? – indagou Natsuno.
    Riku apenas olhou para ele e fez seu anel prateado se transformar na sua espada brilhante e muito afiada. Natsuno suspirou, como se já soubesse o que Riku ia fazer, então também fez seu anel roxo virar sua espada.
    - O que está esperando para sacar a sua espada Takohyusei? – perguntou Riku a mim; imediatamente fiz o que ele pediu. Nossas espadas começaram a brilhar, então Riku disse: - É hora do show!
    Ele saltou em direção aos vampiros que faziam o ritual e, numa velocidade incrível, atingiu vários com apenas uma voadora. Cerca de cinco vampiros estavam no chão. Sem perder tempo ele começou a enfiar sua espada no peito de cada um, fazendo-os virar pó.
    - Aaaaaaargh!!!!! – gritavam os vampiros enquanto eram exterminados.
    Aproveitando a situação, imediatamente os outros vampiros saltaram na direção de Riku, mas Natsuno e eu impedimos os inimigos com vários golpes. Claramente esses vampiros eram muito mais fracos que aqueles de sábado, mas eram bem mais assustadores também. Seus rostos pálidos eram também deformados, cujos olhos não tinham íris. Alguns não tinham pele! Seus dentes eram idênticos aos dentes dos comuns, mas os ‘vampiros-zumbis’ eram muito mais frágeis e lentos. Porém, quando nos demos conta, estávamos cercados por dezenas deles.
    Riku já se juntava a nós e, aos poucos, íamos derrubando os inimigos. Estávamos dentro de um círculo de inimigos, e muitos já estavam inconscientes, mas aparecia mais e mais, e eu não entendia de onde.
    - Não parem de lutar! – gritei.
    - Valeu pela dica – brincou Natsuno.
    Muitos vampiros nos atacavam ao mesmo tempo, mas a minha agilidade me permitia desviar de todos os golpes com facilidade. Acho que a minha espada Takohyusei – como chamava Natsuno e Riku – me dava poderes, e isso me agradava muito. Eu até estava gostando da aventura, quando finalmente fui atingido por um golpe. Era um vampiro dos comuns – que aparecera de algum lugar – que me atingira na cara. Depois percebi outros no meio dos zumbis, até ver que a facilidade já havia passado.
    Graças às nossas espadas, muitos vampiros já haviam virando pó, mas os que só ficaram inconscientes iam levantando novamente, sangrando bastante. Natsuno e Riku, como eram mais experientes que eu, conseguiam transformar os inimigos em pó num único ataque com suas espadas, o que ajudaria muito se eu também soubesse a manha da coisa.
    - Giratória de vento!! – gritou Riku, saltando e girando como se fosse um tornado atingindo (com suas pernas) os vampiros que o cercava. Todos caíram no chão e, ao mesmo tempo em que Riku finalizava com a sua espada, ele desviava dos vampiros que ainda estavam de pé.
    - Socos relâmpago!! – gritou Natsuno. Já o golpe deste eram socos brilhantes e muito rápidos que, ao mesmo tempo em que eram ligeiros, atingiam os vampiros em cheio. Em apenas cinco segundos Natsuno destruíra cerca de quinze vampiros. Daí ele fez a mesma coisa que Riku: enquanto enfiava sua espada nos inimigos caídos, desviava e contra-atacava os que ainda estavam em pé.
    Por um momento eu me senti mal, vendo que os dois eram mais avançados do que eu. Mas meus pensamentos de “Sou um inútil ao lado deles” mudaram para “Tenho que alcançá-los, custe o que custar!”, e isso, de certo modo, me deu muito ânimo e mais forças para continuar lutando.
    - Háááááá!!!! – gritei, enquanto sentia uma energia percorrer meu sangue. Eu me sentia muito mais forte, e experimentei dando um soco que atingiu em cheio a cara de um dos vampiros comuns. Este atingiu os outros que estavam por perto, e vários caíram num só ataque.
    Me surpreendi.
    Natsuno e Riku apenas olharam para mim, mas continuaram lutando. Fui percebendo que os vampiros estavam diminuindo, até que, finalmente, restaram apenas quatro. Estes eram vampiros comuns, e tentaram fugir, mas esbarraram em Riku que, novamente, me surpreendeu com a sua velocidade incrível.
    - Tomem isso! – exclamou, enquanto atacava-os com a sua espada prata. Os vampiros imediatamente viraram pó, sendo cortados ao meio.
    Era o fim.
    Tínhamos acabado com todos aqueles vampiros, e as únicas coisas que sobrara deles era muito sangue e a areia, que significava que os inimigos estavam mortos.
    Nós três suspiramos.
    Olhei para o meu relógio e vi que eram quase sete horas da noite. Me surpreendi vendo que o tempo havia passado muito rápido.
    Um vento gelado passou por nós, e percebi que o pó nem se movia.
    Estranhei.
    - Agora vem a parte mais chata – disse Natsuno, pegando seu “celular” e apertando um botão, fazendo dezenas de potes cristalinos vermelhos se materializarem no gramado.
    Ele distribuiu os potes entre mim, ele e Riku, e começamos a coletar toda a areia dali por perto. Por fim, Natsuno fez a conta.
    - Quantos vampiros matamos? – perguntei.
    - Exatamente… - respondeu ele, terminando a conta – quarenta e dois vampiros.
    Me entusiasmei.
    - Se continuarmos nesse ritmo deixaremos de ser aprendizes em muito pouco tempo – conclui.
    - Vamos com calma – retrucou Riku. – Foi muita sorte encontrarmos dezenas de vampiros de uma só vez. Sem falar que eram todos zumbis, a espécie mais fraca. Se matamos tanto assim é porque eu vinha investigando-os a algum tempo.
    Riku tinha razão. Eu estava ansioso demais para um novato. Talvez eu até me esquecera do perigo que estava correndo enfrentando esses vampiros-zumbis. Mas o meu maior medo era ter que lutar contra vários vampiros evoluídos de uma só vez. Enfrentei um no shopping, a mais de uma semana, e exterminá-lo não foi nada fácil.
    - Bom – disse Natsuno –, já podemos ir.
    - Ainda não – interveio Riku; Natsuno e eu estranhamos.
    - O que pretende fazer? – indaguei.
    - Isso – ele pegou uma tocha no chão e, utilizando o fogo da fogueira da aldeia, incendiou todas as ocas.
    - Mas e as árvores? – perguntou Natsuno.
    - Já fizemos um grande favor para a sociedade matando esses vampiros. Agora eles que se virem com o resto – essas palavras de Riku me assustaram, e percebi que, mesmo sendo do bem, ele era muito frio.
    Depois voltamos para casa.
    Entrei no meu quarto pela janela – que, por sorte, estava aberta – e me deparei com o meu tio Michael, me assustando profundamente. Quase dei um grito.
    - Como foi? – perguntou ele, ansioso.
    Sorri e contei toda a história do meu primeiro dia de caça, muito feliz.
    Depois disso tomei um banho e fui jantar, e, graças ao meu tio, nem minha mãe nem Kaori desconfiaram de nada.
    Depois tive uma noite de sono tranquila que, para mim, era como se fosse uma recompensa depois de ter exterminado vários vampiros aquela noite. Enfim, eu estava satisfeito.

     Minha primeira caçada foi demais! Mas sinto que mais coisas virão por aí. Natsuno, Riku e eu, um ótimo trio. Será que continuaremos no mesmo ritmo? Ou será que não? Descubra nos próximos capítulo de "O Caçador de Vampiros!".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

domingo, 21 de julho de 2013

Capítulo 24 - Trio de Caçadores Formado! Riku, o Terceiro Membro? - 3ª Parte

    Cheguei em casa e o almoço já estava pronto. Minha mãe estava na cozinha com Kaori, então perguntei:
    - Onde está o meu tio Michael?
    - Foi procurar uma casa para comprar – respondeu minha mãe.
    - Mas por que ele não me esperou?
    - Aquele ali só não come carne crua porque não gosta – disse Kaori; todos rimos.
    Enquanto minha mãe e Kaori almoçavam, fui para o meu quarto trocar de roupa. Depois desci, e minha mãe me chamou:
    - Vem almoçar, filho.
    - Estou sem apetite, mãe – falei. E era verdade. Aquele lance com a Shimizu estava enchendo minha cabeça. Decidi ir ao lugar das reflexões: o parque.

    - Que surpresa te encontrar aqui – disse eu, vendo Zoe sentada no banco de sempre.
    - Ah, oi Fubuki! – ela se mostrou feliz.
    Nos cumprimentamos, e sentei ao seu lado.
    - O que foi dessa vez? – perguntou ela.
    - Hã? – disse eu, sem entender.
    - Percebi pela sua cara – explicou Zoe. – O que aconteceu? Me conta.
    - Nossa, você percebe tudo – ironizei. – Mas não aconteceu nada dessa vez – sorri, tentando mentir. Mas não consegui disfarçar:
    - Fubuki, fala logo – insistiu ela. – Não confia mais em mim?
    - Não, não é isso.
    - É o quê então?
    Eu não queria dizer nada para Zoe, pois se tratava do meu lance com a Shimizu. Eu não queria deixá-la triste, pois gostava muito dela, então queria evitar falar sobre o que me deixava de cabeça cheia.
    Ficamos alguns segundos sem falar nada, até que Zoe quebrou o silencio:
    - Eu sei que tem a ver com ela – isso me deixou mal. Meu coração se sentia culpado, e parecia que eu estava carregando uma tonelada de cimento em minhas costas.
    Virei meu rosto para o outro lado, com certo remorço.
    - Fubuki, olha nos meus olhos – pediu ela.
    Então fiz o que ela pediu. De repente, meu coração começou a bater mais forte, enquanto eu olhava aquele lindo olhar, um brilho intenso, capaz de encantar até um morto. Por um momento, pensei estar apaixonado pela Zoe, mas logo meu coração se acalmou. Zoe, por outro lado, não me olhava com tristeza. Pelo contrário, ela parecia bem feliz. Não entendi o motivo, mas vê-la daquele jeito me deu um pouco mais de ânimo.
    - Pode me contar – disse ela.
    Eu não conseguia falar. Na verdade, eu nem sabia o que falar. Eu não poderia contar sobre os vampiros pra Zoe. Percebi que a minha enrascada era pior do que eu pensava. E olha que estou nessa vida de caçador há apenas alguns dias. Imagine daqui a alguns meses. Ou até anos!
    - Parece que eu não deveria ter te contado o que sinto por você – lamentou ela.
    - Por quê? – perguntei.
    - Você ainda pergunta? – respondeu Zoe, desviando o olhar. – Fubuki, você me olha com outros olhos.
    - Como assim?
    - Dá a impressão que você evita contar sobre a sua vida pessoal para mim, com medo de me fazer sofrer – isso era verdade, o que me deixou muito mal. – Eu sei que você gosta da…
    - Shimizu – completei; Zoe imediatamente olhou para mim.
    - Decidiu falar o nome dela? – não respondi – Isso já é um bom começo. Agora conta o que houve entre vocês, por favor.
    Hesitei.
    - Fubuki?
    - Não tem nada pra falar, é sério – menti.
    Não sei se Zoe acreditou, mas desistiu.
    - Zoe – disse eu –, o que em mim te atraiu?
    Ela riu.
    - Qual a graça? – perguntei.
    - Nenhuma – ironizou ela. – Essas coisas são do coração. Não sabemos o porquê que gostamos de uma pessoa. Só gostamos e pronto.
    - Mas você… tipo, não faz ideia?
    - Ah, sei lá – ela olhou nos meus olhos. – Talvez esse seu jeito fofo de ser.
    Imediatamente protestei:
    - Fofo?
    - Sim. Fofo. Por quê? Algum problema?
    - Não, nenhum. Mas fofo talvez não seja um elogio que os garotos gostem de ouvir – expliquei.
    Zoe riu mais uma vez, o que me deixou constrangido.
    - Vocês garotos são mesmo bobos…
    - Não entendi.
    - Vocês são machistas. Garotas gostam de meninos fofos, por isso não entendo o porquê de vocês não gostarem de serem chamados assim.
    Não falei nada, pois eu não sabia explicar o porquê também. Zoe estaria certa? Talvez. Mas ainda assim fiquei feliz com a resposta dela. Até que “fofo” não é um elogio assim tão ruim.
    Ficamos no parque por mais alguns minutos, e depois fomos embora.
    Já em casa, meu tio estava na cozinha. Fui até ele:
    - E aí, Fubuki – ele me cumprimentou, colocando a comida no seu prato.
    - Isso é hora de almoçar? – brinquei.
    - Ah, vida de trabalhador é assim mesmo: não temos hora para comer – rimos juntos. – Está servido?
    - Estou sim – respondi, percebendo minha barriga roncando. Também coloquei comida num prato e começamos a "almoçar". – Conseguiu alguma casa para morar? – perguntei.
    - Ainda nada. Aqui nas redondezas haviam três, me falaram, mas quando cheguei lá duas já tinham sido compradas e a outra era pra alugar.
    - Que pena – respondi, vendo que, se meu tio achasse uma casa, não ia ser tão perto da minha. – Tio, quando vamos começar meus treinos duros?
    - Por que está tão apressado? – perguntou ele.
    - Hoje começam as minhas caças – respondi, o que o surpreendeu. – Conheço dois amigos que também são caçadores, e decidimos montar um trio.
    - Mas você não acha que está muito cedo?
    - Os dois já são acostumados – expliquei.
    - Olha, Fubuki, a partir de amanhã já podemos treinar. Porém, os treinos vão ter que ser à tarde.
    - Por mim tudo bem – falei, satisfeito.
    Depois que acabamos de comer, passamos o dia assistindo, até dar cinco da tarde, quando decidi ir ao meu quarto. Chegando lá senti um arrepio, e eu já sabia o que era. Fui até a janela – que dava visão à floresta – e olhei para baixo, onde havia o lindo gramado e muitas árvores.
    - Ei, Fubuki – gritou Natsuno, ao lado de Riku –, vamos ou não, caçar vampiros?
    Sorri, muito feliz. Finalmente eu iria ir à minha primeira caça.
    - Estou indo! – respondi.

    Finalmente vou caçar vampiros! Só espero não me sair mal... Enfim, o mais importante é que novamente vou sentir o gosto da adrenalina. Quer saber como será a minha caçada? Então descubra no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Capítulo 24 - Trio de Caçadores Formado! Riku, o Terceiro Membro? - 2ª Parte

    Após as três primeiras aulas, bateu o sinal do intervalo.
    Descemos.
    Depois de comprarmos o lanche, nós quatro nos sentamos numa mesa. Logo, Riku também se sentou, dizendo:
    - Quero fazer parte da equipe de vocês.
    Natsuno e eu ficamos completamente surpresos! Nunca imaginávamos uma coisa daquelas. Logo Riku, que nos ignorou quando quisemos nos aproximar dele.
    - Mas… Riku… - disse Natsuno. – Você é do clã Masaki, e faz parte da nossa Tribo rival!
    - Já cuidei disso – disse ele.
    - Já cuidou? – indaguei – Como assim?
    - Pedi permissão ao Conselho dos Clãs Especiais para mudar de Tribo. Eu não sou igual aos meus parentes e aliados.
    - O que você quer dizer?
    - A única coisa que quero é caçar vampiros. Minha Tribo tem uma ambição ainda maior, uma ambição muito maligna.
    - E por que decidiu se juntar a nós? – estranhou Natsuno.
    - Ao lado de vocês posso encontrar muitos vampiros para derrotar. Vocês são heróis centenários, e os únicos que conheço por perto.
    Eu não entendi muito o que ele queria dizer, mas percebi que Natsuno entendera tudo.
    - Então, quando vamos começar as caças? – perguntei.
    - Hoje mesmo – respondeu Riku; essa resposta me surpreendeu porque eu não havia me preparado. Eu sei que já tive alguns encontros com uns vampiros esses dias, mas foram eles que me procuraram. Dessa vez seria diferente: eu iria atrás deles.
    - Quando e de onde começamos? – perguntou Natsuno.
    - Isso deixa comigo – afirmou Riku.
    Depois dessa conversa terminamos o lanche e bateu o sinal.
    Subimos para a sala de aula.
    Enquanto o tempo passava, eu olhava para Shimizu. Eu me sentia muito mal pelo que acontecera no sábado a noite, e não sabia como me desculpar. Shimizu nem queria olhar na minha cara de tão chateada que estava, e eu não sabia o que fazer. Só pedir desculpas não adiantaria, muito menos contar-lhe sobre os vampiros. Ela era uma garota que, com qualquer gesto, me encantava. Desde andar até falar comigo. Eu realmente estava apaixonado por ela, e sentia que ela também gostava de mim. Até tive uma oportunidade de conhecê-la melhor, ou até, quem sabe, começar um namoro. Mas, graças aos vampiros, àqueles malditos vampiros, tudo foi por água abaixo, e hoje ela nem sequer quer falar comigo…
    As aulas foram passando, até bater o sinal de ir embora. Todos saíam, e novamente fui tentar falar com a Shimizu no corredor.
    - Shimizu – chamei.
    De novo, ela me ignorou. E o pior: acelerou os passos, para que eu não a seguisse. Fiquei parado no meio do corredor, muito constrangido.
    - É, cara – disse Natsuno, chegando ao meu lado com Joe e Yuuki –, parece que a Shimizu está magoada com você, e muito.
    Não tive nada a fazer a não ser aceitar.
    Suspirei.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Capítulo 24 - Trio de Caçadores Formado! Riku, o Terceiro Membro? - 1ª Parte

    O despertador tocou às seis em ponto, porém eu já estava acordado há muito tempo, pensando em como me explicaria com a Shimizu.
    Nenhuma conclusão.
    Aliás, qual desculpa explicaria minha falta no encontro? Eu não poderia simplesmente dizer a ela que fui atacado por vampiros no meio do caminho. Muito menos dizer que minha mãe não me deixou sair de casa para voltar de noite – pois isso me deixaria muito constrangido… Shimizu com certeza nunca mais olharia na minha cara. Também, ninguém gosta de levar toco num encontro em pleno sábado à noite! Mas aconteceu, e não pude evitar. Em pouco tempo minha vida mostrou que não seria nada fácil dali em diante. Vampiros… Eles poderiam ficar longe de mim, pois sou um caçador. Mas algo em mim os atrai. Mas o que? Bom, essa resposta eu não tinha… ainda.
    Levantei.
    Depois de me arrumar desci à cozinha para tomar café e, em seguida, fui para o colégio Matsumoto. Chegando ao campus encontrei Natsuno, Joe e Yuuki.
    Os cumprimentei e depois subimos para a sala.
    Shimizu estava no corredor com as amigas, então decidi ir até ela. Natsuno, Joe e Yuuki entraram na sala enquanto eu me aproximava da garota. Suas amigas olhavam para mim, como se já soubessem do acontecido. Shimizu também percebeu minha presença, então caminhou em direção à porta, assim fugindo de mim.
    - Shimizu – chamei; ela me ignorou.
    As amigas acompanhavam-na, sempre me olhando com certa raiva. Shimizu, pelo contrário, parecia normal, como se não estivesse com rancor de mim. Mas as aparências enganam.
    - Preciso falar com você – insisti. Shimizu entrou na sala e sentou-se em sua carteira. Eu, já sem nada mais para fazer, fui para a minha, com uma cara de missão falhada. Cheguei e Natsuno logo perguntou:
    - E aí, conseguiu se entender com ela?
    - Não, cara. Ela nem sequer olhou na minha cara.
    - Por quê? – perguntou Yuuki – O que houve?
    - Ih, é uma longa história – Natsuno coçou a cabeça, dando um sorriso forçado.
    Olhei para Riku, e ele olhava para mim, como se quisesse falar comigo.
    Estranhei.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Capítulo 23 - Um Dia Com o Tio Michael - Parte Única

    Abri meus olhos e levei um grande susto que até cai da cama. Era o Pânico!
    - AAAHHH!!!!! – gritei, parando no chão. O indivíduo tirou a máscara e disse:
    - Como de costume: te enganei – meu tio Michael e eu soltamos gargalhadas e nos abraçamos.

    Já na cozinha, ele me apresentou sua noiva (uma mulher muito bonita) e tomamos café, juntos de minha mãe.
    - Tio, é verdade que você quer morar aqui em Tóquio? – perguntei.
    - É sim – confirmou ele. – Vou passar alguns dias morando aqui enquanto procuro uma casa para comprar.
    - Mas por que você decidiu sair da casa da vó?
    - Fubuki, quero construir uma família grande. Lá não haveria espaço para mamãe, eu, Kaori e mais dez catarrentos – ironizou ele.
    - Não exagera, Michael! – protestou Kaori, sua namorada; todos rimos.
    Terminamos de tomar o café e meu tio e eu fomos para o parque perto de casa.

    O dia estava lindo. O clima, ótimo. Caminhamos pelo gramado, conversando sobre Okinawa e eu lhe contei minha nova vida em Tóquio. Então meu tio perguntou:
    - Fubuki, vamos treinar um pouco?
    - Aqui? – estranhei.
    - Está com medo de perder? – me provocou.
    - Medo é uma palavra que não existe no meu vocabulário – afirmei.
    - Então vamos lutar, não temos nada a perder mesmo…
    Nos preparamos e começamos a luta. Meu tio tentava me acertar com golpes, mas eu desviava e contra-atacava. Porém, ele também sabia se esquivar, e era muito rápido. Percebi que eu havia melhorado muito desde o nosso último treino, mas ainda assim eu percebia que ele era melhor que eu. Antes, toda vez que eu treinava com o meu tio eu, logicamente, perdia. E, para piorar, eu nunca conseguia atingí-lo! Mas dessa vez meu tio encontrava dificuldades para me acertar.
    - Melhorou bastante, Fubuki – notou ele, sem parar de me atacar. – Mas vamos ver o quanto! – Meu tio começou a dar golpes mais rápidos, como se antes estivesse lutando sem fazer esforço. Ele era muito rápido, e não demorou muito para ele acertar um soco na minha barriga. Depois outro, e outro. Minha sorte é que ele me ensinara a deixar o abdômen duro, porque senão ele já teria me derrotado. Comecei a soar e a cansar, mas minha vontade de lutar estava só aumentando. Usei toda a minha força e habilidade. Meu tio não me acertava mais, e agora era eu quem atacava, o obrigando a recuar.
    Meus golpes eram muito mais rápidos que antes, porém Michael ainda estava intacto. Eu estava me exaustando, usando todo o meu poder, e se continuasse daquele jeito eu perderia a luta por cansaço. Meu tio, por outro lado, começara a soar. Percebi uma expressão de muita surpresa em seu rosto, mas ele era muito rápido e ágil. Comecei a me esforçar mais, até que explodi:
    - HÁÁÁÁÁ – o acertei no peito com um soco, usando toda a minha força. Meu tio caiu no chão, mas logo se levantou. Eu, por outro lado, não aguentava mais. Minhas pernas estavam trêmulas, meus braços doloridos e o resto do meu corpo imóvel. Meu tio saltou em minha direção preparando um soco, e eu não conseguiria me defender. Mas antes que seu golpe me acertasse ele parou. Faltaram centímetros para ele me acertar no nariz!
    Ouvi palmas.
    Era Zoe.
    Olhei para ela, que disse:
    - Você luta muito bem, Fubuki – senti que fiquei vermelho.
    - Mas eu perdi – retruquei.
    - Ei, Fubuki, quem é? – perguntou meu tio, me olhando ironicamente, como se quisesse me deixar bravo. – Sua namorada?
    - Não, não – gaguejei. – Essa é a Zoe, uma amiga minha.
    - Muito prazer… - disse Zoe, sem saber o nome do meu tio.
    - Michael, tio do Fubuki – se apresentou.
   
    Estávamos os três sentados num dos bancos da praça. Eu no meio, meu tio do lado direito e Zoe no esquerdo. Foi ela quem começou a falar:
    - Foi com ele que você aprendeu a lutar, Fubuki?
    - Foi sim – confirmei. – Meu tio Michael é faixa preta em Artes Marciais, e me ensinou a lutar desde quando eu era pequeno.
    - O Fubuki me enchia o saco – continuou meu tio –, todo dia me pedia para eu ensinar ele a lutar. Onde já se viu um moleque de cinco anos querendo aprender a lutar? Ele dizia que queria ser igual ao Jackie Chan – todos rimos.
    - Mas você o ensinou muito bem – falou Zoe.
    - Meu sonho é ensinar jovens como vocês a lutar – falou Michael, olhando para o céu. – Sabe, Artes Marciais é uma luta que não só trabalha nossa condição física, como trabalha também nosso raciocínio, nosso intelectual. Um bom lutador sabe controlar seus atos.
    Comecei a lembrar do Riku e do Natsuno. Ambos provaram no dia anterior que sabiam lutar muito melhor que eu. Eles eram impressionantes, e a toda hora me surpreendiam. Eu era apenas um lutador qualquer, que muitas vezes tinha de ser salvo por meus amigos. Mas aquilo ia mudar. Decidi fazer uma pergunta ao meu tio:
    - Tio, você usou todas as suas habilidades de lutas comigo?
    Ele olhou para a quadra e respondeu, diretamente:
    - Não.
    Eu já sabia dessa resposta, e até fiquei feliz por isso. Mas meu tio inseriu:
    - Mas você, Fubuki, está impressionante. Muito mais rápido e forte do que antes. Você finalmente conseguiu me atingir com um soco, feito histórico.
    Zoe riu.
    - Você ri, né? – brinquei.
    - Desculpa, não consegui segurar – disse ela. Sorrimos um para o outro.
    - Tio, eu gostaria que você me treinasse mais – essas palavras surpreenderam Michael.
    - Fubuki, por que você pretende ficar tão forte? – indagou ele.
    - Coisa pessoal – sorri. – Você topa?
    - Topo. Mas fique sabendo que eu não vou pegar leve como antes.
    - Como assim?
    - Você vai ter que trabalhar muito duro, se quiser ficar mais forte. Eu te ensinei a atacar e a se defender, não o ensinei a dar golpes fatais e a ter resistência e força bruta.
    - Força bruta? – se surpreendeu Zoe.
    - Mas isso é possível? – perguntei.
    - Possível é, mas é muito difícil – fiquei muito feliz com as palavras dele. Eu aprenderia a lutar mais, e chegaria até Riku e Natsuno, e isso me dava mais vontade de caçar vampiros. Honraria meu clã e ajudaria a combater o mal…
    Até que não é uma profissão tão ruim assim. Mas logo me lembrei de Shimizu. Procurei não pensar nela agora, e meu tio me ajudou lembrando uma coisa:
    - Está quase na hora do almoço.
    - É verdade. Temos que ir, Zoe – meu tio e eu nos despedimos dela e rumamos à minha casa.
    No caminho meu tio me falou uma coisa que me surpreendeu:
    - Seu pai já me falou que te contou toda a história.
    Fiquei de boca aberta.
    - Meu pai…? Tio, então quer dizer que você sabia sobre os… bem, você sabe… esse tempo todo??
    - Sabia. Como acha que seu pai conheceu sua mãe?
    O que ele queria dizer com aquilo?
    - Bom, depois te conto a história – disse ele.
    - Hã, ok...
    - Fubuki, por que você acha que eu te treino desde pequeno? Foi um pedido do seu pai. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde vampiros iriam te atacar, então pediu para eu te preparar.
    - Entendi. Mas a minha mãe não sabe não, né?
    - Lógico que não! Claro que uma hora ela vai ter que saber, mas seu pai prefere que fique assim por enquanto.
    Foi aí que percebi que a vida de caçador de vampiros seria mais difícil do que eu pensava. Além de me arriscar lutando contra eles, eu teria que esconder de muita gente sobre o que eu fazia. E essa vida “profissional” claramente atrapalharia minha vida pessoal muitas vezes, e isso era um grande problema. Ontem a noite foi um exemplo.
    Chegamos em casa.
    - Mãe, estou faminto – afirmei; minha mãe e Kaori estavam na cozinha preparando o almoço, e meu tio e eu fomos para a sala assistir.
    - Andaram treinando de novo? – perguntou dona Sanae.
    - Um pouco – respondeu meu tio.
    Ligamos a TV e, coincidentemente, assim que ligamos, um noticiário cortou a programação que estava passando.
    - Cortamos nossa programação por um momento – disse o repórter – para dar uma notícia muito estranha. Hoje pela manhã, esta igreja – a câmera mostrou uma igreja muito simples e pequena – foi encontrada repleta de mortos. Quem viu os cadáveres foi este homem que sempre a varre nos domingos de manhã – close num homem baixo, magro e de rosto esquelético.
     - Eu entrei aqui – explicou o rapaz – sete e meia da manhã de hoje e me assustei: todos os que estavam nos bancos, o padre e o coro da igreja estavam mortos! Nenhum sinal de vida, apenas sangue e mais sangue – o homem estava muito assustado, mas continuou: – então chamei a polícia.
    - O tenente Kashido – continuou o repórter, já com a imagem num policial da cidade – deu uma entrevista agora a pouco para nós.
    - A princípio acreditávamos que se tratava de um massacre – falou o policial –, mas analisamos os corpos e descobrimos que TODOS tinham marcas de mordidas no pescoço.
    - O senhor quer dizer o quê com isso? – indagou o repórter.
    - Eles foram mortos por algum animal ou inseto.
    - Tipo um morcego?
    - Pode ser também – admitiu o policial. – Mas seria muito estranho morcegos numa cidade como Tóquio.
    Daí o repórter encerrou a notícia:
    - Ficaremos de plantão por aqui e, a qualquer momento, podemos cortar alguma programação para mais detalhes – daí se despediu e a novela da tarde voltou a passar normalmente.
    Meu tio Michael e eu nos olhamos, pois sabíamos do que se tratava.
    - Parece que os vampiros estão perdendo o medo dos caçadores – observou meu tio.
    - Tenho que fazer alguma coisa – falei. – Isso não pode continuar dessa forma. Muitos inocentes estão morrendo.
    - O mundo pode piorar se o Caçador Lendário não for encontrado logo – inseriu meu tio Michael.
    - Como assim?
    - Ninguém sabe ainda quem é o 11° Caçador, Fubuki. Seu pai está fazendo de tudo para encontrá-lo, assim colocando o mundo em ordem.
    - Ahh… Entendi. Mas o que aconteceu com o 10°? – perguntei.
    - Pensei que seu pai havia lhe contado – meu tio mostrou uma expressão de tristeza, e percebi que havia sido muito trágico.
    - O almoço está na mesa! – gritou minha mãe, da cozinha.
 
    Almoçamos, e o resto do dia foi tudo normal. À noite meu tio e eu jogamos Xbox 360 – que ele trouxera de Okinawa – e, após o jantar, fomos todos dormir. Fim.

    Meu tio veio nos visitar!!! Isso é ótimo, porque agora eu posso treinar mais para ficar mais forte que Riku e Natsuno. O que será que ele sabe sobre caçadores e vampiros? O que mais ele pode revelar? Descubra nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^