Caminhamos por dentro da caverna e Billy estava muito assustado no meu colo. A caverna era simples, como qualquer outra. E isso era o que me deixava com medo. Eu não gostava de lugares desse tipo, onde não há segurança e conforto. Mas Riku conhecia o local, o que me acalmava muito.
- Chegamos – disse ele.
Com sua lanterna, Riku apontou para uma rocha no fundo da caverna. Na rocha havia gravuras de imagens e símbolos. Nos aproximamos dela.
- O que é isso? – perguntei, confuso.
Eu não entendia o que estava escrito, mas Riku começou a ler:
- Duplas entrarão, na câmara obscura. Juntas pisarão, em chão de gravura. Duplas enfrentarão, um mistério assustador. Juntas entrarão, num universo avassalador.
Riku olhou para mim e explicou:
- Há uma câmara secreta atrás dessa parede – ele apontou para o fundo da caverna. – Mas para expô-la, temos que pisar nessas plataformas ao mesmo tempo – ele apontou para duas espécies de plataformas, uma em cada lado da rocha. Finalmente eu havia entendido o motivo de ele me trazer aqui.
- E o que há nessa tal câmara secreta? – indaguei.
- Isso eu não sei – essa resposta quase me derrubou. – Mas descobriremos! – interveio Riku.
- Certo – concordei. Coloquei o cachorrinho no chão e fui para perto da plataforma à direita e Riku para a da esquerda.
- No “3” a gente pisa. – Assenti. Ele começou: - 1, 2… 3!
Juntos pisamos nas plataformas, que afundaram alguns centímetros no chão. De repente, a parede atrás da rocha começou a subir, abrindo uma enorme passagem. Levantava rapidamente, fazendo um barulho estrondoso. Billy latiu, assustado.
- Fica frio, amigão – o acalmei. A parede chegou ao teto, e Riku e eu nos olhamos. Ele fez um sinal para irmos adiante.
Entramos na câmara, que tinha o mesmo cenário da caverna. Porém, era iluminada com tochas presas às paredes. Ao fundo, outra rocha como a primeira. Fomos até ela.
Não havia gravuras, apenas um símbolo. Riku “leu” e apertou a pedra exatamente em cima da imagem. Era uma espécie de botão, que afundou na rocha. De início nada aconteceu, mas depois uma espécie de porta se abriu na parede direita da câmara. Mas não era uma passagem comum. Algo arroxeado girava simultaneamente, parecendo um buraco negro, daqueles que ficam no espaço. Eu não entendia o que era aquilo, mas Riku com certeza sabia.
- Um portal – disse ele.
- Portal? – perguntei.
- Sim. Portais são passagens que ligam o mundo humano ao Mundo Paralelo.
- Então o Mundo Paralelo fica em outra dimensão? – indaguei. Riku fez que sim com a cabeça.
- Onde será que esse Portal nos leva? – Riku perguntou a si mesmo, com uma expressão de confuso.
Fiquei observando a coisa. Era muito estranha e surpreendente também. Impressionantemente bonita. Mas um pouco assustadora. Fiquei tentando imaginar quantos haveriam pelo mundo, mas meus pensamentos foram interrompidos por Riku:
- Temos que entrar nele – essa frase eu já imaginava, e não falei nada. Aliás, eu estava curioso. Será que sairia no meio de uma cidade? – Você está pronto? – Riku perguntou a mim.
- Sempre – respondi.
- Então vamos – ele caminhou rumo ao portal, comigo logo atrás. Meu coração disparou, enquanto um entusiasmo tomava conta de mim. Finalmente eu conheceria o Mundo Paralelo.
Senti um frio na barriga, de ansiedade e de medo. Era isso o que eu sentia.
Riku entrou.
Em seguida, foi a minha vez, com Billy no colo...
Eu não consigo explicar a sensação. Assim que entrei, parecia que meu corpo se transformava numa borracha derretida! Tudo se movia em direções diferentes, me deixando tonto e confuso. Algo me guiava automaticamente para seu fim, que não dava para ver. Parecia que se passava uma eternidade, enquanto um enjoou cobria o meu estômago. Minha respiração estava agitada, e eu pensei que nunca chegaria ao fim do “túnel”, até que cheguei.
De repente, eu estava em pé num gramado muito mal cuidado. Minha cabeça ainda girava, mas quando voltou ao normal, vi Riku, que estava ao meu lado. Assim que olhei para seu rosto, percebi uma expressão de horror. Ele estava olhando para o alto, então olhei em nossa volta. Atrás de nós uma assustadora floresta, muito escura. Estávamos no final dela. À nossa frente havia um rio avermelhado e, do outro lado, uma pequena floresta. Mas para chegar à floresta, tinha que passar por uma comprida ponte de madeira, que balançava de um lado para o outro. Depois da floresta do outro lado do rio, havia uma cadeia montanhosa e, no topo da maior, um enorme castelo. Era para lá que Riku estava olhando. O cenário em geral era horrivelmente assustador. Até o céu era de um tom arroxeado. Não havia nuvens, mas a todo o momento relampeava. A lua era gigantesca e amarelada, mas foi as espécies voadoras que mais chamaram a minha atenção.
- Que lugar é esse? – perguntei, absolutamente espantado.
Riku, ainda com a sua expressão de horror, respondeu:
- O Reino dos Vampiros – essa resposta, que eu já sabia, me deixou ainda mais entusiasmado. – O território mais perigoso dos mundos…
Finalmente conheci o lar dos vampiros! Mas é muito mais assustador do que eu pensava. E sinto que vou me acostumar entrando ali. E agora, será que encontraremos algum inimigo? Ou simplesmente voltaremos para casa intactos? Descubra no próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
Você não pode perder!
Acompanhem ^^
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