terça-feira, 13 de agosto de 2013

Capítulo 26 - Uma Declaração & Uma Superação - 3ª Parte

    - Pensei que você não ia chegar logo! – falou meu tio, assim que entrei em casa.
    - Aqui estou – disse eu, sorrindo. – Vamos começar com os treinos?
    - Logicamente – meu tio pegou sua mochila e colocou em suas costas.
    Minha barriga roncou:
    - Mas primeiro vou almoçar – disse eu, colocando minha mão sobre meu estômago.
    - Não! – protestou ele.
    - Mas por quê?
    - O treino será muito duro. Se você comer agora… é bem capaz de você morrer – essas palavras me estremeceram por completo. – E aí, vamos ou não?

    O dia estava ensolarado, e o clima estava ótimo. Um calor que reinava Tóquio por vários dias, mas sem deixar o ar ficar seco. Eu, particularmente, gostava muito daquela época e torcia muito para demorar a chover.
    Claro que, antes que saíssemos, troquei de roupa.
    Meu tio e eu já estávamos caminhando pela floresta, quando decidi perguntar:
    - Por onde começaremos?
    - Chegamos! – foi a resposta dele. Estávamos perto de um riacho, onde as lindas águas do rio se movimentavam lentamente. No decorrer do mesmo, percebi que havia um morro, de onde vinha a água. Ou seja, era uma cachoeira. – Esse aqui é o Rio das Águas Pesadas - apresentou meu tio. - Fubuki, o primeiro passo é você entrar na água.
    Estranhei.
    - Entrar na água? Mas o quê que tem a ver?
    - Quero que você fique em pé dentro do rio por alguns minutos – inseriu ele. – Parece que não, mas a água é rasa. Tente fazer isso.
    - Se eu soubesse que teria que entrar na água eu traria a minha sunga – resmunguei.
    - Sem reclamações – pediu ele; não tive nada a fazer a não ser aceitar.
    Tirei meus chinelos. Em seguida coloquei o pé direito no rio, depois o esquerdo.
    - Aaahhh!!! – gritei, assim que entrei; eu cai na água, que estava muuuuuito gelada.
    - Levante-se, Fubuki! – ordenou meu tio.
    Tentei ficar de pé, mas novamente cai. Então fiquei agachado.
    - É muito difícil – expliquei.
    - E você pensou que o nosso treinamento seria fácil? – replicou ele.
    Mesmo agachado eu, novamente, caí na água. Aquele rio não era comum, pois suas águas pareciam mais pesadas, mais vivas.
    Me esforcei ao máximo e, agachado, consegui dar um passo para o centro do rio. Mas quando fui levantar de novo, caí mais uma vez.
    - Meu Deus – reclamou meu tio, para si próprio. – Haja paciência…
    Mesmo eu me esforçando, o máximo que conseguia era ficar agachado e parado. Para mim já era um bom começo, mas o objetivo era ficar de pé. Novamente tentei levantar, mas sem sucesso. Parecia que as águas me puxavam - literalmente.
    - Pra quê você quer ficar mais forte? – indagou meu tio.
    Imediatamente eu respondi:
    - Quero alcançar Natsuno e Riku. Preciso ficar mais fortes que eles, mas para isso preciso treinar muito.
    - E por que você acha que foi escolhido como o herói centenário do seu clã?
    - Para protegê-lo!
    - Mas qual clã precisaria de um herói centenário tão fraco assim como você? – provocou meu tio.
    - Eu não sou fraco! – gritei; daí consegui me levantar, e fiquei de pé. Meu tio e eu ficamos surpresos – Consegui! – comemorei; mas, graças à minha felicidade, me distrai e caí de mau jeito no rio. Imediatamente a água me cobriu por completo e começou a me levar, e percebi que eu estava indo para uma parte funda do rio! Assim que caí bebi muita água, então comecei a me afogar e desapareci debaixo d’água.
    - Fubuki! – gritou meu tio, desesperado.
    Mas eu não conseguia responder e, aos poucos, estava perdendo meus sentidos. Eu não podia me levantar e fiquei em completo desespero debaixo d’água, tentando nadar. Seria meu fim??
    De repente, uma imagem apareceu na minha frente. Parecia uma alma de uma garota. E ela tinha asas!
    Me assustei.
    Porém, sua presença me acalmou. Sua pele era bronzeada e macia. Seus cabelos cacheados e lindos. Eram loiros. Ela estava com seus olhos fechados, mas ainda assim perguntei:
    - Quem é você?
    A garota – que parecia um anjo – abriu seus olhos, e vi um brilho intenso verde neles. Olhou diretamente para mim, e respondeu, com sua voz em ecos:
    - Seu anjo da guarda – novamente fechei meus olhos, acreditando que aquilo tudo era apenas um sonho.
    Minhas forças estavam desaparecendo, e começaram a aparecer imagens na minha cabeça. De quando eu cheguei na cidade, vendo minha casa pela primeira vez. Meu primeiro dia de aula, onde conheci Shimizu e Natsuno, e também o parque, onde vi Riku com seu rosto sem expressão – que depois descobri que era tristeza – e conheci a linda Zoe. No começo eu me sentia sozinho, mas, com o passar do tempo, fui fazendo grandes amigos, até perceber que eu estava feliz. Mas eu ia morrer…
    “Fubuki, sai daí, por favor!”, era a voz de Shimizu, que soava ao meu ouvido.
    - Shimizu? - perguntei, abrindo meus olhos. Mas a única coisa que vi foi água.
    “Cara, não acredito que você vai morrer desse jeito!”, agora era a voz de Natsuno.
    “É assim que você deseja deixar de ser um aprendiz?”, dessa vez era Riku quem falava.
    - Natsuno? Riku?
    “Fubuki, não morra!”, era a vez de Zoe.
    - Zoe…
    “Honre o nosso clã”, disse a voz do meu pai. “Fubuki Kido, esse é o seu nome!”.
    - Pai…
    “Você é um herói centenário!”, era a voz de Natsuno e Riku ao mesmo tempo.
    - Herói centenário… - repeti.
    “Mas qual clã precisaria de um herói centenário tão fraco assim como você?”, era meu tio Michael, me provocando.
    - Eu não sou fraco!! – gritei; imediatamente senti uma energia percorrer meu sangue, e algo me deu forças. Apesar da água muito gelada, eu me sentia quente, como se estivesse pegando fogo – HÁÁÁÁÁ!!!! – gritei, conseguindo me controlar na água. Num salto incrível, percebi que eu estava indo em direção à superfície. Aquele rio era muito fundo, mas parecia que algo me dava impulso.
    Saí do rio num pulo.
    Enquanto estava no ar, meu tio me olhava surpreso, e pousei no rio. Fiquei de pé, conseguindo me equilibrar. Meu tio estava na margem, de boca aberta.
    - Consegui! – comemorei novamente, mas agora com cuidado para não cair. A água estava até os meus joelhos, quando meu tio falou:
    - Fubuki, você está em pé…
    - É, eu sei – respondi, muito feliz – Finalmente consegui, tio.
    Mas Michael estava mais surpreso que o normal.
    - O que foi? – estranhei.
    - Você está em pé… mas está na parte funda do rio!
    Agora o espanto tomara conta de mim. O que estava acontecendo comigo?

    Me declarei para Shimizu! Nossa, meu coração acelerou muito. E também estou num duro treino, onde finalmente consegui me equilibrar no Rio das Águas Pesadas. Mas fiquei em pé na superfície, mesmo na parte funda! O que está acontecendo? Será algum tipo de feitiço? Descubra nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

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