domingo, 17 de março de 2013

Capítulo 10 - A Filosofia do Amor - 2ª Parte


    Chegando lá, entramos pela lateral esquerda, na secretaria.
    - O que desejam? – perguntou uma das secretárias. Ela era feia, branca, cabelos pretos, usava óculos de grau elevado e usava aparelho nos dentes. Eu até me assustei quando a vi! Seria filha da senhorita Kobi?!
    - Meu filho estuda nessa escola – falou meu pai – e temos que entrar, pois ele precisa assinar uma lista para o campeonato.
    - Qual é o seu nome? – ela me perguntou.
    - É… sou Fubuki Kido – respondi –, do 1° ano B, sala 2.
    Ela vasculhou os arquivos no computador.
    - Você… - ela falou depois de achar meu nome – não é o garoto que fugiu da escola agora a pouco?
    - Sim – respondi.
    - Por quê? – ela olhou estranha para mim.
    E agora? O que respondo? Com certeza entrei numa fria.
    Olhei para Tony. Ele fez uma cara de quem queria falar: “Se vira”.
    Respirei fundo e torci para ela acreditar na minha versão – obviamente falsa.
    - Eu, hã, estava passando mal.
    Ela olhou com muita ironia para mim.
    - Passando mal? – repetiu. – Então você pulou a janela do primeiro andar só porque estava passando mal?
    - Mania minha.
    Ela olhou com muito mais ironia que antes, o que me deixou constrangido. Se eu estivesse no lugar dela pensaria a mesma coisa que ela provavelmente estava pensando: “Esse garoto é louco?”.
    - Ok – ela falou afinal. – Mas só tem um problema.
    - Um problema? – torci para ela não responder o que eu estava pensando.
    - Adiamos o dia das inscrições para terça-feira.
    Me aliviei.
    Pelo menos eu não ficaria fora do campeonato de futebol.
    - E quanto ao material escolar do meu filho? – perguntou meu pai.
    - Quer que eu chame alguém da sua sala para trazê-los? – perguntou a moça.
    - Hã-ham – respondi. – Meu melhor amigo pode vir. Natsuno Kogori.
    - Kogori? – meu pai perguntou.
    - Sim, por quê?
    - Hã, nada.
    Estranhei.
    A moça ligou para a minha sala e o chamou.
    Minutos depois Natsuno estava vindo.
    Quando chegou perto, percebi que meu pai estava estranho. Ele olhou fixamente para Natsuno, enquanto Natsuno o olhava da mesma maneira.
    Senti um arrepio.
    - E aí Natsuno – quebrei o silêncio.
    - Fubuki – ele falou. – Cara, o que deu em você? Por que fugiu daquele jeito?
    - É… - gaguejei.
    - Você estava seguindo aquele louco que tentou te atropelar?
    A secretária olhou para mim.
    - Aquele homem tentou te atropelar? – ela perguntou.
    - Não falei que estava passando mal? – respondi a ela com um sorrisinho irônico. – Então, ele tentou me atropelar e eu fiquei com nervosismo.
    Agora era Natsuno quem olhava para mim.
    - Como assim?
    - Ah, depois te explico tudo.
    Peguei a minha mochila e me despedi.
    Eu e meu pai voltamos ao carro e fomos para casa.
    Chegando lá, almoçamos.
    Fui para o meu quarto e deitei um pouco.
    Tirei uma soneca. Aliás, eu estava cansado. De madrugada persegui um vampiro, que quase me matou. Depois, já de manhã, segui um motoqueiro, também um vampiro.
    Dormi até às duas da tarde.
    Levantei e meu pai estava assistindo TV junto da minha mãe. Ele voltaria para o trabalho na noite de Sábado para Domingo. Então aproveitava seu tempo. Assisti um pouco com eles.

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