segunda-feira, 4 de março de 2013
Capítulo 8 - Sou Filho de Um Caçador de Vampiros! - 2ª Parte
Corremos em alta velocidade pela floresta, até que finalmente chegamos.
- Sanae! – gritou meu pai.
Ela apareceu na janela do meu quarto.
- Tony? Que foi?
Eu e meu pai deixamos escapar um profundo suspiro.
Entramos pela porta dos fundos.
Sentamos no sofá – eu, meu pai e a minha mãe.
- O que aconteceu? – perguntou minha mãe – Por que vocês saíram correndo daquele jeito?
Meu pai olhou para mim, provavelmente pensando a mesma coisa que eu.
- Não foi nada – respondeu, para deixá-la mais calma.
- Era apenas um ladrão – completei.
- Um ladrão?! – minha mãe não estava nada satisfeita. – Vocês são loucos?
- Mas…
- Mas nada! Vocês poderiam não estar mais aqui essas horas. O que deu na cabeça de vocês?!
Fiquei assustado. Minha mãe não era do tipo mulher nervosa, mas agora…
- Ele levou alguma coisa? – ela perguntou mais calma.
- Creio que não. – respondi.
Ela deixou escapar um suspiro.
- Ele estava armado?
- Não conseguimos ver – respondeu meu pai –, ele fugiu.
Subimos ao meu quarto.
Minha mãe fechou a janela do meu quarto e a trancou com cadeado.
Sentei-me em minha cama, cansado.
Pensei naquele vampiro. Por que queria me atacar? Será que era porque sou filho de um caçador? Mas se ele quisesse me matar teria me matado antes, nos outros dias. Então o que ele queria afinal?
Eu não conseguia nenhuma resposta para essas perguntas.
- Sanae – falou meu pai –, poderia deixar Fubuki e eu a sós um instante?
Minha mãe estranhou, mas assentiu.
- Não demorem, hein. Já vai dar três da manhã – e saiu, fechando a porta atrás de si.
Meu pai se sentou ao meu lado.
- Então, pai – falei –, o que você quer falar comigo?
Meu pai tirou o pote de vidro vermelho de um dos bolsos internos de sua jaqueta.
- Fubuki, poderíamos nos mudar por causa desses vampiros se você quiser. Eles te querem.
- Mas por quê? Só porque você é um caçador?
- Não sou apenas um caçador. Fubuki, eu fui quem fundou a organização Ko-Ketsu.
- Organização o quê?
- Ko-Ketsu é um abreviamento de Ko-Kyuketsuki (Anti-Vampiros).
- Ah…
- Nos mudamos para cá porque estávamos ameaçados. Os vampiros têm fortalezas aqui no Japão, em todas as cidades. Eles atacam às escondidas, toda noite. Por isso estamos lá, para combatê-los.
- Pai, mas como você soube que eles existiam?
- Isso vem de geração em geração.
Ele tirou sua corrente prata e bronze, que se transformou na lendária Ko-Kyuketsuki! Era enorme, e aparentava pesada também. Mas meu pai nem ligava, já devia ser acostumado.
- Está vendo essa espada? Ela existe à cerca de dez mil anos?
- Dez mil anos? – me surpreendi. Como uma espada daquelas duraria tanto tempo assim?
- Nossa família é descendente de caçadores de vampiros, por isso honramos esse cargo. Só nós podemos destruí-los.
Minha cabeça estava toda confusa. Meu pai era um caçador de vampiros, vampiros que existiam desde muito antes de Cristo nascer. Nossa família era a única que podia exterminá-los. E a espada Ko-Kyuketsuki era verdadeira. Isso realmente era muito estranho!
- Então nossa família é a mais especial de todas que há nesse mundo? Só porque caçamos vampiros?
- Não só a nossa. Há mais. Temos membros que tentam descobrir esses “especiais”. Os chamamos de descendente de clãs especiais.
- Legal. Mas como descobrem esses descendentes? – indaguei.
- Bem, os vampiros atacam qualquer um, mas quando vêem que estão perto de “caçadores”, assumem sua verdadeira forma.
- Mas o diretor parecia normal, a não ser os dentes.
- Ele ficou com olhos vermelhos – meu pai replicou.
Então entendi. Parecia que, na escola, apenas eu reparava os olhos vermelhos de algumas pessoas. Então quer dizer que Yuuki também é vampiro?
- E existem vampiros do bem? – perguntei, com alguma esperança.
- Do bem? – ironizou meu pai – Todos são predadores. Sobrevivem do sangue humano!
Senti um aperto no coração. Yuuki era meu amigo, e eu vi que Natsuno confiava muito nele. Será que havia esperanças? Se “não”, estaríamos em sérios apuros.
- Pai – falei –, teremos de nos mudar, né?
Eu torcia para ele responder que não, pois finalmente eu estava feliz – conheci Natsuno, Joe, Yuuki, Shimizu e Zoe. Eu também estava apaixonado. Não podia me mudar assim, deixando meus amigos e… meu amor.
- Se você quiser.
- Se eu quiser? – estranhei.
- Filho, você lembra que eu disse que os caçadores passam de geração em geração?
- Sim – respondi, já imaginando suas próximas palavras.
- Ou nos mudamos, ou então…
- Eu viro um de vocês.
Ele assentiu.
Eu podia ir embora, sem nenhum problema, mas meus amigos poderiam estar em perigo. Não podia deixá-los naquela escola com vampiros por perto.
- Eu fico – respondi.
Meu pai não escondia sua preocupação. Ele sabia que eu teria que assumir o posto de caçador mais cedo ou mais tarde, então não teve escolha a não ser concordar.
- Ótimo. Pegue isso – ele pegou um anel dourado e colocou no meu dedo.
- Para quê serve? – indaguei.
- Você saberá na hora certa.
- E quanto a isso? – perguntei, olhando para o pote de vidro vermelho que meu pai ainda segurava.
- Ah, isso? Sempre que você matar um vampiro ele virará pó. Nós, caçadores, guardamos por causa da… Ah, é uma longa história.
Ele se levantou e abriu a porta.
- Boa noite.
Então se foi.
Voltei a deitar, pensando em nossa conversa, todas as coisas que meu pai explicou, me trazendo muitas dúvidas, enquanto olhava atenciosamente o anel. Para quê serviria?
Não pensei em mais nada e dormi.
Meu pai, um caçador de vampiros? Isso com certeza é muito radical. Isso explica todos os acontecimentos esquisitos dos últimos dias. Mas e agora, como será a minha vida daqui pra frente? Descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”.
Você não pode perder!
Acompanhem ^^
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