domingo, 24 de março de 2013

Capítulo 12 - O Aviso de Um Novo Rival - 2ª Parte


    Era exatamente três horas da tarde.
    Avisei à minha mãe e ao meu pai que iria dar uma volta ao parque. Hoje com certeza estaria cheio.
    Chegando lá, muitas crianças brincando nos gramados e brinquedos, além de vários garotos jogando futebol na quadra.
    Zoe?
    Nem sinal dela.
    Mas adivinha quem estava lá.
    Riku.
    Sentei no mesmo banco de sempre, e ele estava no mais perto.
    Fiquei observando os caras jogarem bola, quando me surpreendi:
    - Preciso falar com você.
    Era ele.
    Olhei para Riku que, como de costume, seu rosto não expressava nenhum sentimento.
    - Falar comigo? – estranhei. – Sobre o quê?
    Ele também se sentou.
    Apesar do calor que fazia, às vezes batia um vento gelado em nosso rosto. O parque estava movimentado na outra parte (na das crianças), deixando-nos em um “silêncio” agradável, perfeito para um bate-papo.
    - Você já deve imaginar que eu sou um caçador – falou ele.
    - Verdade – confirmei. – E você já sabe que eu também…
    - Sei.
    - Por isso veio até aqui.
    - Eu sei que te recusei quando vocês chegaram perto de mim naquele dia na escola, mas a verdade é que eu já não confio em mais ninguém.
    Apesar de ele disfarçar muito bem, percebi, de relance, um tom de tristeza em sua voz e nos seus olhos.
    - Mas por que não confia em ninguém? – perguntei.
    - Meus pais foram atacados nesses últimos dias por vampiros, e agora estão…
    Escorreu uma lágrima de seus olhos, mas Riku logo a enxugou.
    Mas seus pais não haviam morrido num acidente de carro?
    Estranhei.
    - Sinto muito – lamentei.
    Ele nunca olhava diretamente nos meus olhos, mas percebia que ele me observava o tempo todo.
    - Mas o que tudo tem a ver? – perguntei.
    - Vou ser bem direto. Eu quero vingança.
    Isso já era meio que óbvio para mim. Se acontecesse a mesma coisa com os meus pais, eu nem sei o que faria: se entraria em depressão ou, simplesmente, me mataria. Mas uma coisa eu sei: antes de tomar essa decisão eu me vingaria.
    - Você quer vingança – repeti.
    - Ou seja – ele continuou –, matarei todos os vampiros, inclusive… o seu amigo.
    Ele estava falando do Yuuki.
    Riku, de certo modo, estava certo, pois Yuuki também era um vampiro.
    - Mas primeiro temos que descobrir mais alguma coisa sobre ele – protestei.
    - Descobrir mais? – Riku estava impaciente – Já sabemos o suficiente: Yuuki… é… um… vampiro!
    - Mas e se ele for um vampiro do bem?
    - Não existe isso!
    - Como você sabe?!
    - Fubuki, eu sou um caçador há quase dez anos. Os conheço muito bem.
    Eu estava surpreso.
    Caçador há quase dez anos? Isso é possível? Riku, desde pequeno, seria mesmo um caçador de vampiros?
    - Eu – ele continuou – fui obrigado pelo meu pai desde criança. Você não sabe como isso é duro – quase outra lágrima escorreu dos seus olhos –, você não sabe o que é ter uma infância sem amigos, tendo que lutar contra vampiros toda hora.
    De certo modo eu entendia o que ele queria dizer. Riku era muito solitário, sem amigos por perto. Isso deve ser horrível! Deve não, é. Eu estava muito triste por ele, porque há alguns dias eu sentia a mesma coisa. E o pior: Riku perdeu os pais.
    - Riku, acho que você deve dar chances às pessoas – falei. – Não falo isso por Yuuki, mas falo por você. Há pessoas que querem ser suas amigas, e você tem que aceitá-las. Assim você se sentirá muito melhor. Isso eu te garanto.
     - Não seja idiota – sua voz tinha, agora, um tom de raiva, ódio e vingança. – Ter amigos agora não vai adiantar nada! Perdi meus pais, as únicas pessoas que me amavam. Agora sou obrigado a morar com os meus tios imbecis – sua voz estava falhando. – Bom, eu só vim falar com você para te avisar que vou exterminar aquele seu amigo.
    - Eu não vou deixar! – retruquei.
    Riku se levantou:
    - E vou te dar uma dica.
    - Hã?
    - Não entre no meu caminho, ou então…
    - É o que veremos – Riku se mostrou surpreso. – Você vai ter que passar por cima de mim primeiro.
    - Como quiser - e sorriu, como se estivesse tirando sarro de mim.
    Ele se foi, enquanto eu o olhava, com certa admiração.
    Todos temos amigos, famílias e amores. Mas agora eu tinha, também, um grande rival. E estava muito feliz com isso.
    Riku, foi bom te conhecer, mas lhe garanto que tudo está começando apenas… agora.

    Estava anoitecendo quando terminei meu banho.
    Me sequei, vesti uma roupa de sair e desci à sala.
    Meus pais estavam me esperando: íamos ao cinema.
    Olhei a hora e vi que já eram quase sete da noite.
    - Vamos – apressou minha mãe. – Pegaremos a sessão das nove! Não quero chegar lá com os ingressos esgotados!
    - Calma, amor – falou meu pai. – Temos tempo o suficiente para ir e voltar.
    - Papai tem razão, mãe. Ainda está cedo.
    Vi que a paciência dela já estava acabando.
    Para mais prevenções, eu e meu pai decidimos nos apressar.
    Saímos de casa e fomos pegar o carro na garagem, enquanto minha mãe esperava na calçada.
    Depois que todos já estavam no veículo, finalmente rumamos ao cinema do Shopping Center, que ficava na cidade.
 
    Não sei por que, mas sinto que teremos uma longa noite, tanto no tempo quanto na emoção! Eu estaria certo sobre isso? Ou seria apenas intuição? E se estiver correta a minha intuição, o que vai acontecer? Descubra no próximo capítulo de “O Caçador de Vampiros”.
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^

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