segunda-feira, 8 de abril de 2013

Capítulo 14 - Um Domingo Com a Zoe - Parte Única


    Acordei muito disposto hoje.
    Depois que matei aquele vampiro ontem à noite, estava me sentindo muito mais empolgado para o próximo inimigo. Sabe, adrenalina é o que mais gosto, e pela primeira vez em uma semana eu estava lidando com ela. Aliás, nunca pensei que podia acontecer essas coisas. É meio estranho lutar contra vampiros…
    Fiz minha rotina de sempre: levantei, escovei os dentes, me vesti e fui tomar café. Meu pai já tinha ido de madrugada, então estávamos apenas minha mãe e eu.
    Depois de tomarmos o café da manhã, minha mãe ainda lembrou:
    - Lembre-se que teremos visitas hoje, hein Fubuki.
    Visitas…
    Dona Sanae fez o favor de convidar uma de suas novas amigas, que tem uma filha.
    Quem quer conhecer outra menina da minha idade? Ou melhor, eu não queria. Já pensou se começasse a gostar dela também? Bom, é meio estranho, mas estou com trauma. Conheci Shimizu e Zoe, que estão me deixando louco da cabeça. Não preciso de outra menina para me confundir ainda mais! Então não quero conhecer ninguém, porém…
    Ding-dong!!!
    - Eu abro! – gritei a minha mãe, horas depois do café.
    Era hora do almoço e, enquanto minha mãe terminava a comida, eu estava assistindo TV. Mas como a campainha tocou, tive de me levantar.
    Vocês não vão acreditar!
    Adivinhem o que aconteceu!
    Assim que abri a porta, com quem me deparo?
    - Oi… Fubuki – disse Zoe, sem jeito.
    Fiquei vermelho de imediato. Meu coração começou a bater como um tambor, tão forte que quase o cuspi para fora. Zoe era a “menina da minha idade”? Seria coincidência ou… destino?
    - Oi, Zoe – a cumprimentei. Atrás dela estava sua mãe, uma moça jovem, alta e bonita, muito parecida com a filha. – Oi… senhora.
    - Ah, oi Fubuki – ela deu um lindo sorriso. Logo percebi que era uma mulher muito simpática.
    - Por favor – disse-lhes – entrem.
    Elas entraram.
    As conduzi até a cozinha, onde tudo já estava preparado: quatro pratos na mesa, quatro lugares, quatro copos, e a comida, que estava com uma cara ótima.
    Todos sentamos.
    - Como vai, Cristina? – perguntou minha mãe à mãe da Zoe.
    - Tudo bem, graças a Deus.
    - E você, Zoe?
    - Eu também, senhora Kido – ela deu um olhar para mim, como se quisesse dizer: sua mãe é legal. Apenas concordei com a cabeça.
    - Fubuki, você já as cumprimentou? – perguntou minha mãe.
    - Ah, sim, mãe.
    - Essa era a menina de quem te falei – minha mãe já estava me deixando sem graça.
    - Eu sei – respondi.
    - Eles já se conhecem – inseriu Cristina.
    - Já? – minha mãe se mostrou surpresa, como eu. – Como?
    - A Zoe me falou muito sobre o seu…
    - Mãe! – protestou Zoe.
    - Ah, Fubuki, então era com a Zoe o seu encon…
    - Mãe! – protestei.
    No final comemos, Zoe e eu, apenas ouvindo nossas mães conversarem sobre o nosso passado. Quase gritei com a minha mãe quando ela começou a contar histórias de quando eu era apenas um bebê. Enquanto eu ficava frustrado, Zoe e sua mãe se divertiam. Mas dei o troco a Zoe quando sua mãe nos falou como ela ficava uma gracinha tomando banho sozinha quando tinha três anos.
    No final, todos nos divertimos muito. Além do ótimo almoço, assistimos filmes em DVD, jogamos palavras cruzadas em revistas (ganhava quem achasse todas primeiro) e, já ao entardecer, andamos pelo parque.
    Ficamos no gramado conversando mais um pouco e, quase ao final de cada história do passado de nossas mães, eu e Zoe, sem querer, deixávamos nossos olhos se encontrar. Assim ficávamos sem jeito, e senti que Sanae e Cristina percebiam isso.
    Quando já era hora de nos despedir, minha mãe me falou para dar um tchau a Zoe.
    Estranhei.
    Mas logo percebi que, de alguma forma, ela e a mãe da garota haviam planejado nos deixar as sós.
    Elas saíram, o que deixou Zoe e eu meios que sem jeito.
    Ficamos sem falar nada por alguns minutos, olhando o pôr do sol, até que ela quebrou o silêncio:
    - Sua mãe é muito legal, Fubuki.
    - É mesmo – concordei. – A sua também. Gostei dela.
    Estávamos no gramado, mas percebi nossas mães nos vigiando à distância.
    - Fubuki, já conseguiu conquistá-la?
    - Hã… é… quem? – eu sabia de quem Zoe estava falando, mas de tanto nervosismo gaguejei.
    - Da menina que você gosta.
    - Ah…
    - E então?
    - O que?
    - Fubuki! – ela olhou para mim, segurando risos.
    - Ah, tá. Nem sei se conquistei a Shimi…
    Ops, quase ia sair o nome dela. Zoe olhou para mim com curiosidade, ansiosa para eu terminar o nome da Shimizu. Mas a verdade era que eu não tinha coragem de falar sobre esse assunto com ela. Não queria magoá-la.
    - Fubuki, não se preocupe – percebi que Zoe, de alguma forma, sentia o que eu pensava. – Pode se abrir pra mim. Ou você não confia em…
    - Não é isso – a interrompi. – Zoe, você sabe que você é a minha melhor amiga. Confio muito em você! O problema é que… - não consegui terminar.
    - Eu sei.
    Vi um tom de tristeza não só em sua voz, mas como também em seus olhos. Nos olhamos fixamente. Zoe era muito linda. Parecia que era perfeita. Ela não precisava de maquiagem ou algo do gênero para ficar bonita, pois sua beleza era natural. Tanto a física quanto a interior. Fico em dúvida se dá para ela ficar feia um dia, mesmo toda desarrumada ou fantasiada.
    - Fubuki, eu estou tentando te esquecer – ela voltou a olhar para o pôr do sol, que estava lindo. Nossas mães pareciam nem ligar mais para nós, mas acho que era impressão minha.
    - Zoe, eu sei que é duro para você, mas não controlamos nossos sentimentos…
    - Nosso coração… Isso eu sei. Mas não se preocupe comigo, quero apenas que você seja feliz. Não me importo com quem, mas sempre serei sua amiga. Dependendo das suas escolhas, Fubuki, sempre te apoiarei.
    - Fico grato.
    Uma lágrima escorreu meu rosto. Nem sei por que. Talvez porque eu estava muito triste pela Zoe.
    Ela enxugou. Depois pôs a mão no meu rosto e olhou diretamente nos meus olhos.
    - Sempre serei sua amiga.
    - É, eu sei. Amigos para sempre.
    - Amigos para sempre.
    Ela apertou a minha mão.
    Começou a escorrer lágrimas de seus olhos, mas eram poucas.
    Zoe e eu nos levantamos, e fomos em direção à nossas mães.
    Depois todos nos despedimos.
    Enquanto eu e Sanae voltávamos, ela ainda comentou:
    - Simpática a Zoe, não é, filho?
    - Ah, sim, muito simpática.
    Ela sorriu.

    Segunda-Feira.
    As aulas recomeçam hoje e eu estou ansioso!
    Brincadeirinha.
    Você quase caiu nessa, hein! Na verdade eu estava ansioso, mas para ver a Shimizu, claro. Faz tempo que não a vejo. Ah, e tem o lance do Natsuno e do… Riku. Tenho que falar com Yuuki urgentemente. Ele realmente é um vampiro? E se for, será do bem, como disse Natsuno, ou do mal, como acredita Riku? Mas de qualquer forma, tenho que tirar tudo a limpo.
    Também tem a investigação sobre o tal Koyoshima.
    Falei para o meu pai que iria à casa do Hiroshima, e será hoje. Não posso perder tempo. Hiroshima descobriu algo muito importante, a ponto de perder a vida. Mas ele deixara alguma coisa em sua casa? Alguma pista ou algo do tipo?
    Mas de qualquer das maneiras eu tinha que ir à escola.
    Me arrumei e parti ao colégio Matsumoto, na mesma hora de sempre.
    Fui.

    Tenho muita coisa hoje! Com certeza será um dia cansativo. E agora, como resolverei isso tudo: Yuuki, Riku, Hiroshima e Koyoshima? Será que dará tudo certo? Descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”
    Você não pode perder!

    Acompanhem ^^
   

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