- Parece que isso pertence a vocês – disse ele, jogando dois potes cristalinos vermelhos cheios de pó na nossa frente.
Estranhei:
- Riku? – ele olhou em volta e disse:
- Não se preocupem, não são dos evoluídos.
Imaginei que ele estivesse se referindo aos vampiros. Sua espada prateada brilhava, e eu sentia uma energia diferente na minha. Olhei para Natsuno, e seu rosto estava normal. Os vampiros estavam surpresos, como se já conhecessem Riku. Afinal, o que ele estava fazendo ali?
- E aí, vamos lutar ou não? – Riku deu um salto na direção dos três vampiros com a sua espada, pronto para atacá-los.
- Ele está louco de atacar pela frente? – estranhou Natsuno.
Mas ele surpreendeu a todos quando desapareceu e apareceu bem ao lado dos vampiros, que ficaram desnorteados. Com uma voadora Riku derrubou os três, e enfiou sua espada no peito de cada um rapidamente. Em seguida os vampiros viraram pó.
- AAAAAARGH!!! – gritou um vampiro que estava num galho. Quando olhei em sua direção vi Natsuno enfiando sua espada em seu peito. Me surpreendi completamente. Como ele parara ali tão rápido?
De repente, dois de uma vez só me atacaram. Desviei do soco de um e abaixei quando o chute do outro ia acertar meu rosto. Imediatamente o ataquei com um gancho, em seguida girei 180 graus para a direita acertando o outro com um chute no peito. O que eu acertara com o gancho se levantou, sangrando, mas Natsuno o surpreendeu enfiando sua espada roxa em suas costas. O outro também se levantara, mas o ataquei com uma sequência de socos na cara e na barriga.
Riku lutava contra três vampiros de uma vez, desviando de vários golpes ao mesmo tempo e, em seguida, os contra-atacando. Natsuno correu na direção do vampiro da esquerda e eu na direção do vampiro da direita. Eu estava pronto para lhe dar um soco, mas o vampiro desviou e me atingiu com as suas garras. Fez-se um corte no meu braço que começou a sangrar. Ele tentou outro golpe, mas segurei seu braço e tentei lhe atacar com a minha espada, mas fui bloqueado.
O vampiro segurava meu braço enquanto eu segurava o dele, e nos olhamos olho a olho. Senti um arrepio muito grande olhando aqueles enormes olhos vermelhos e assustadores, como se eu estivesse mergulhando num mar de sangue. O vampiro abriu a boca e tentou me morder, mas lhe acertei com uma joelhada no estômago. Daí o inimigo abaixou a guarda e, sem pensar duas vezes, o ataquei com toda a minha força (concentrada na espada) e cortei sua cabeça. Foi uma cena horrível a cabeça do indivíduo caindo no chão. Nunca vi tanto sangue na minha vida. Então ela e o corpo do vampiro começaram a virar pó na poça de sangue.
Riku já havia derrotado dois dos vampiros, lutando apenas contra um, e percebi que Natsuno já havia destruído seu adversário e estava enfrentando outro! O vampiro que restara tentou fugir, mas Riku já o impedia. Natsuno derrotou o vampiro com qual estava lutando e Riku, num ataque só com a sua espada, destruiu o que tentara fugir.
Finalmente todos os vampiros já haviam sido exterminados.
- Podem ficar com o pó – disse Riku, guardando sua espada (que já se transformara no anel prata). Ele suspirou e desapareceu no meio da escuridão da floresta, deixando Natsuno e eu muito pensativos.
De repente, uma coisa veio à minha cabeça:
- O encontro!! – olhei para o relógio e vi que eram cinco e vinte e oito. – Droga! – gritei.
Eu estava muito atrasado e, mesmo se fosse me encontrar com a Shimizu, eu estava muito sujo e tinha um corte no braço. Depois outra coisa veio à minha cabeça: como eu iria explicar esse corte para a minha mãe?
- Fubuki, você pode ir tomar um banho lá em casa – disse Natsuno. – Posso até te emprestar uma roupa minha.
Natsuno me salvara mais uma vez.
- Muito obrigado – disse eu; Natsuno sorriu.
Ele pegou seu celular e apertou um botão. De repente, vários potes cristalinos vermelhos se materializaram de um líquido que escorrera do celular. Fiquei de boca aberta. Nunca tinha visto algo do tipo.
- Vamos coletar todo o pó – disse ele.
Vinte minutos depois eu estava na casa do Natsuno tomando um banho. Enquanto eu estava no chuveiro muita coisa vinha à minha cabeça: o porquê dos vampiros me atacarem, a ajuda de Riku e, por fim, o encontro. Shimizu com certeza nunca mais iria querer olhar na minha cara. Nem sequer apareci no nosso ponto de encontro. Claramente eu não poderia contar a ela sobre os vampiros.
Mas o que eu faria então?
A amo tanto… Esses vampiros malditos, tinham que aparecer justo naquela hora?! Estou percebendo que essa vida de caçador não será nada fácil…
Vesti a roupa que Natsuno me emprestara e fomos para seu quarto.
- Fubuki, aqueles vampiros queriam algo em especial com você – estranhou Natsuno.
- Tipo o quê? – perguntei.
- Não faço ideia. Normalmente os vampiros preferem ficar longe dos caçadores, ainda mais você que é do clã Kido – Natsuno tinha razão. O diretor da escola me vigiava dia e noite, querendo algo. Ele poderia me matar a qualquer momento, mas não matou. Isso tudo era muito estranho. E aqueles sonhos, o que significariam? Uma mensagem ou algo do tipo? O problema era que tudo estava acontecendo muito de repente. Mudança de cidade, paixão por duas garotas, ataque de vampiros, descoberta sobre a minha historia e o meu destino… Com certeza minha vida não era normal, não mais.
- Natsuno, quando aquele vampiro falou da última armadilha…
Imediatamente a expressão no rosto de Natsuno mudou. Seus olhos se encheram de lágrimas, e Natsuno abaixou a cabeça, como se não tivesse coragem de olhar para mim.
- Natsuno? – chamei.
- É passado – disse ele, sorrindo, voltando a olhar para mim.
Eu percebi que Natsuno não queria falar nada sobre o assunto, então concordei.
- E por que Riku nos ajudou?
- Essa é uma boa pergunta – respondeu ele. – E o mais estranho é que ele deixou o pó dos vampiros para nós.
- Isso está muito estranho. Logo Riku, que é de uma tribo rival…
- Acho que ele é diferente dos outros membros do seu clã.
Que por sinal não era um clã que agradava muito aos outros. O clã Masaki era malvado, segundo Natsuno, então certamente um deles não ajudaria Natsuno e eu, a não ser Riku. Este era diferente, só não sei porquê.
- Bom, tenho que ir – disse eu. Olhei para o relógio e vi que eram seis e meia. Me despedi de Natsuno e voltei para casa, mas agora mais atento ao perigo.
- Cheguei! – avisei minha mãe.
- Chegou cedo, Fubuki – disse ela, terminando de aprontar o jantar.
Subi ao meu quarto e deitei na minha cama. A sensação de estar descansando depois de uma batalha era ótima, porém algo ainda me abalava, e muito. Como eu faria para me desculpar com a Shimizu. Nem sei seu número, muito menos seu endereço. Aquele era o encontro mais importante da minha vida, e foi estragado graças àqueles vampiros! Se eu pudesse voltar no tempo, e ter pego outro caminho… Mas e se aqueles vampiros me atacassem enquanto eu estivesse com ela? Bom, então foi melhor assim. Posso até ter perdido o encontro, mas o mais importante era que a Shimizu estava bem.
Shimizu, como é linda…
Desabei.
Uma armadilha! E diretamente para mim!! Ah, tem alguma coisa aí... O que será que eu tenho que atrai tanto os vampiros? E como vou conseguir me desculpar com a Shimizu? Descubra nos próximos capítulos de "O Caçador de Vampiros".
Você não pode perder!
Acompanhem ^^
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