- Kai, preciso de uma ajudinha sua.
- Minha? - estranhou ele, com o seu jeito tímido.
- Sim - sorri. - Preciso de um mapa do esgoto da cidade.
Ele estranhou na hora!
- Mapa do esgoto? Pra quê?
Decidi contar-lhe tudo sobre caçadores e vampiros. Kai não se mostrou tão surpreso como eu esperava - acho que ele já desconfiava de algo estranho em mim, Natsuno e Riku - e falou:
- Moleza! - e abriu um grande sorriso.
Ele fuçou seu celular tão rápido que não acreditei. O professor chegou na sala, mas ele continuava ali. Até que:
- Achei! - falou ele, me mostrando um mapa no celular; fiquei espantando.
- Nossa... Como...?
- Agora só falta passar para o papel - disse ele. - Olha, vou fazer uma cópia numa folha aí na hora da saída te entrego.
- Certo - falei, feliz.
Chegou a noite e, como combinado, esperei Riku e Natsuno no parque do meu bairro. Coloquei a bandana que meu pai usava, pois quando a usei ontem na escola eu me sentia mais seguro.
Natsuno e Riku chegaram juntos.
- Vocês estão prontos? - perguntei, entusiasmado.
- Com certeza! - respondeu Natsuno; Riku só assentiu.
- Está com o mapa? - perguntou o Masaki.
- Está aqui - mostrei a folha que Kai me entregara depois que saímos da escola:
***
- Pronto, Fubuki - disse Kai, quando já estávamos no corredor indo embora; ele me entregou uma folha de caderno com um mapa desenhado perfeitamente.
- Caramba - falei, de boca aberta.
Ele apenas sorriu e falou:
- Quero que você me conte os detalhes da missão amanhã - assenti e fui embora.
***
- O Kai é incrível - disse Natsuno, surpreso.
- É - concordei - E aí, vamos ou não?
Se não fosse o treinamento no Rio das Águas Pesadas, eu com certeza não conseguiria acompanhar Riku e Natsuno nos saltos. Nós três estávamos rumando ao nosso objetivo de um jeito diferente: pulávamos de uma casa para outra, assim chegaríamos mais rápido e não chamaríamos a atenção de outras pessoas.
- Então entraremos pelo leste do nosso objetivo - falei. - É um ponto que não há muitas pessoas e que também tem o caminho mais fácil.
- Mas e se entrássemos pelo norte? - perguntou Natsuno - Seria muito mais rápido do que pelo leste.
- Isso é verdade - disse eu -, mas acontece que a entrada do esgoto fica numa rua movimentada.
- Atah!
- Podemos entrar pelo sul também, se vocês quiserem - continuei -, mas é num córrego. Ou seja, molharíamos nossos pés - Natsuno fez cara de quem preferia a minha primeira opção; já Riku não falara nada.
Pulávamos de casa em casa na bela noite estrelada de lua cheia. Estávamos quase chegando ao centro da cidade, provavelmente mais rápidos do que um ônibus. E admito: eu sentia um friozinho na barriga de vez em quando.
Depois de vários minutos estávamos numa rua muito vazia.
Fui até o bueiro no meio da rua e puxei a tampa. Logo que abri subiu um fedor insuportável de esgoto, e isso deixou Natsuno com menos vontade de entrar ali.
Desci primeiro ao esgoto pela escada de mão, seguido de Natsuno (que ficou com ânsia de vômito) e, por último, Riku. Este último fechou a tampa, mas o lugar não ficou escuro porque havia lâmpadas acesas ali.
O esgoto, obviamente, fedia muito, pois havia pequenos córregos infestados de fezes e urinas. As paredes úmidas eram repletas de sujeiras e morfo. Muita água suja era despejada no lugar através de canos, e eu nem imaginava o destino do líquido todo.
Havia muitos caminhos a se seguir, todos em forma de túneis. Nunca imaginei que no subsolo teria tantas passagens assim, mas a nossa sorte era que tínhamos um mapa em mão.
- Sejam bem-vindos ao subterrâneo de Tóquio – falei, brincando; Natsuno não gostou nadinha da brincadeira.
- Vamos ou não? - disse Riku; sorri, entusiasmado.
Estamos numa missão! Invadiremos o prédio pelo esgoto e mataremos os vampiros um por um. Será que o nosso simples plano dará certo? Ou acontecerá algo que irá nos atrapalhar? Não perca o próximo capítulo de "O Caçador de Vampiros".
Você não pode perder!
Acompanhem ^^
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