quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Capítulo 5 - Montando o Time do Campeonato - 2ª Parte


    Tinha acabado a primeira aula, quando a senhorita Kobi apareceu na sala, assustando a todos com a sua aparência horrível.
    - Aula vaga! – avisou, com seu tom ignorante.
    Todos pularam de alegria e fizeram bastante barulho.
    Kobi ficou terrivelmente furiosa:
    - SILÊNCIO!!! – gritou; imediatamente, a sala estava quieta. Todos assustados e com medo. – Assim é melhor!
    Então a velha rabugenta saiu.
    Um grupo de meninos se reuniu no fundo da sala, enquanto outro, mas de meninas, se reunia em outra parte.
    - Vamos montar nosso time – falou Masao, líder do grupo dos populares.
    - Mas um time forte – lembrou outro garoto –, eu vi que as outras salas não estão para brincadeira não!
    - Nós precisaremos de pelo menos vinte e três meninos na primeira fase – acrescentou Natsuno. - Assim nossos treinos coletivos serão mais normais e também no caso de algum jogador se machucar.
    Todos concordaram.  
    Eu era o único que não falara nada ainda.
    - 1, 2, 3, 4,… - contou Masao, para ver quantos tinham no grupo.
    Ele não contou comigo, o que me deixou frustrado.
    No final deu exatamente 19 garotos.
    - Precisamos de mais quatro pessoas – falou Yuuki.
    - Mas quem? – questionou um menino baixinho.
    Natsuno olhou para mim, como se quisesse me dizer: “Peça para eles te aceitarem no time.” Eu entendi a mensagem e falei ao grupo:
    - Eu quero fazer parte desse time.
    Todos olharam para mim. Pensei que iam me dizer um NÃO bem grande, mas apenas recebi um:
    - Está bem.
    Quase não acreditei, pois eu não fizera amizade com ninguém dali, nem mesmo falava com eles.
    - Você joga em que posição? – perguntou Masao, com seu tom arrogante.
    - Eu… - gaguejei – sou… é… meio-campo. Eu sou um meia-atacante, aquele que auxilia o ataque o tempo todo.
    Ninguém ligou muito para a minha resposta.
    - Agora precisamos de mais três pessoas – lembrou alguém.
    - Ah – lembrou-se o baixinho –, o Tashima disse para não se esquecerem dele.
    Tashima era o cara que havia faltado. Nunca reparei nele, mas Natsuno me contara que era um ótimo lateral esquerdo.
    - Eu também vou – disse alguém que estava fora do grupo.
    Eu me surpreendi quando vi que era Riku, que ainda estava no lugar dele, no fundo da minha fileira. Todos assentiram, surpresos. Riku era aquele tipo de cara que não é de fazer amigos, mas, de alguma forma, era respeitado.
    Ele não falou mais nada, apenas ficou olhando para o lado de fora pela janela, com seu rosto sem expressão.
    - Já temos vinte e dois – observou um garoto.
    - Está faltando apenas uma pessoa – concordou outro.
    - Mas quem?
    Olhamos em volta da sala, mas não havia mais ninguém. Todos já tinham seus grupos, a não ser um garoto que estava mexendo no celular. Mas ignoraram.
    - Vamos chamá-lo – sugeri.
    O grupo inteiro – menos Yuuki – olhou para mim com cara de: “Você está falando sério?”.
    - Que foi? – perguntei – Isso foi apenas um palpite.
    - Por que chamaríamos um nerd? – advertiu Masao.
    - Qual o problema? – protestei.
    - Qual o problema? – repetiu Masao – Ele é o problema!
    - Masao tem razão – concordou Natsuno. – Ele – apontou para Kai (o nerd), que nem prestava atenção em nós – não ajudará nosso time.
    Eu não acreditava que Natsuno poderia dizer aquilo. Logo o Natsuno?
    - Vocês estão o deixando de fora só porque ele é muito tímido – repliquei.
    - Fubuki tem toda razão – concordou Yuuki –, todos daqui, creio eu, nunca viu o Kai jogar futebol.
    Todos ficaram pensativos, sem palavras.
    - Vocês dois tem razão – admitiu Masao, quebrando o silêncio. – Quem sabe ele nos ajude – ironizou.
    Os outros ficaram surpresos com a atitude dele. Mas apenas tiveram que assentir.
    Fiquei feliz. Consegui colocar Kai no time. Mas agora só havia um problema a se resolver: ele aceitaria?
    Masao o chamou:
    - Ei, Kai. Vem assinar a lista.
    Kai se mostrou surpreso:
    - Eu? – perguntou timidamente, guardando o celular num dos bolsos de sua calça. – É alguma pegadinha?
    - Não – falei –, queremos você aqui.
    - Mas por que iriam querer alguém como eu?… – gaguejou.
    - Você vem ou não? – apressou Natsuno olhando para o garoto ironicamente.
    - Eu… hã… preciso pensar.
    Vi que ele estava inseguro de si. Kai não tinha coragem de responder, como se estivesse com medo de ser zombado. Era pressão demais para ele.
    - Está bem – falei afinal, tentando ajudá-lo a não ficar nervoso.
    - Amanhã você nos dá sua resposta – completou Masao.
    O restante assinou a lista. Só faltava Kai e o Tashima, que faltou.
    Depois voltamos para nossos lugares.

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