segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Capítulo 4 - Eu me Chamo Zoe - 1ª Parte
Cheguei em casa.
Minha mãe não estava lá porque ontem sugeri que ela passeasse um pouco pelo parque daqui do bairro. Eu varreria a casa e arrumaria minha cama.
Mas tive uma pequena surpresa quando cheguei ao meu quarto, pois já estava arrumadinho, tudo no seu devido lugar.
Deitei.
Hoje foi um dia difícil… e estranho também. Na verdade desde quando me mudei para cá tudo era estranho. Não um estranho normal, mas um estranho bem estranho mesmo!
Tudo começou quando vi alguma coisa se mexendo entre os matos na entrada da floresta, enquanto voltava do meu primeiro dia de aula; então na mesma noite tive um pesadelo muito estranho. Já no segundo dia conheci Yuuki que, no nosso primeiro olhar, me provocou uma sensação estranha, a mesma sensação que senti quando o novo professor de História entrou na sala, olhando diretamente para mim, com seus olhos vermelhos. Mas ele não foi o único que vi que estava com olhos vermelhos, pois no mesmo dia vi esses olhos em dois dos três valentões, enquanto descíamos para o intervalo. Já em casa, de noite, tive outro pesadelo, alguma coisa a ver com uma sombra de olhos avermelhados correndo atrás de mim, uma sombra semelhante a do primeiro pesadelo.
No terceiro dia, hoje, “conheci” Riku, que, quando passou por mim lá na sala de aula, senti um arrepio, além de perceber algo diferente em seus olhos, mas nada comparado com o que senti ao ver os olhos do Yuuki, do professor Mishito e dos três valentões da escola, sem mencionar ainda no Diretor do colégio!
Será que olhos vermelhos estão na moda?
Ah, e desde quando me mudei para Tóquio senti que era vigiado o tempo todo, tanto em casa quanto no caminho da escola e na escola! Isso realmente era muito suspeito.
Troquei de roupa e desci.
Varri minha casa.
Depois assisti um pouco de TV, onde passava meu programa de comédia favorito, que servia para me distrair.
De repente, o programa foi interrompido por um noticiário – sempre acontecia isso quando eles tinham uma notícia muito importante para dar.
- Agora à pouco – começou o repórter – foram encontradas cerca de 26 tumbas abertas no cemitério de Tóquio. Ninguém viu nada de suspeito nos últimos dias, mas o porteiro que tinha turno noturno foi encontrado morto no gramado, aparentemente com mordidas de animais no pescoço. Ninguém entende por que isso aconteceu, mas a polícia já começou as investigações. O governo diz que vai reforçar a segurança do cemitério e, quem sabe, prender esses bandidos. Mais notícias a qualquer momento. Aguarde.
Então o programa voltou.
Tumbas abertas no cemitério de Tóquio.
Que tipo de bandido roubaria cadáveres?
Isso com certeza era muito esquisito.
Voltei a assistir ao programa.
Assim que acabou minha mãe chegou em casa.
- Cheguei, filho – me avisou.
- Como foi, mãe? – perguntei me levantando do sofá, muito curioso.
Ela estava indo à cozinha para preparar o almoço:
- Foi ótimo – senti que ela estava feliz –, pois conheci algumas mulheres, e viramos amigas.
- Legal – respondi satisfeito.
Conversamos mais um pouco, enquanto ela fazia a comida.
Quando já estava tudo preparado eu decidi perguntar:
- Mãe, ontem você abriu a janela do meu quarto enquanto eu dormia?
- Eu não! – ela respondeu, estranhando. – Por quê?
- Ah, nada – respondi.
Eu agora estava muito surpreso com a resposta. Se não foi minha mãe quem abriu a janela, quem foi então?
Me estremeci.
Mais uma coisa estranha para a coleção.
Eu estava agora em completo desespero. Isso já passara dos limites! Alguma coisa estranha estava acontecendo, ou pelo menos estava para acontecer. E o alvo com certeza seria eu.
Terminei de almoçar e falei:
- Mãe, vou dar uma volta pelo parque, tá bom?
- Claro, filho. Pode ir – ela começara a lavar a louça. – Mas volte antes que anoiteça, hein?
- Está bem – eu sai.
Precisava dar uma volta para pensar um pouco, pensar no que fazer.
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