sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Capítulo 31 - O Primeiro Desafio: 1°B vs. 3°A, a Abertura do Campeonato! - 1ª Parte

    Acordei todo dolorido.
    Quem me acordou? Billy.
    Quando eu já estava tomando café, meu tio apareceu na cozinha, dizendo:
    - Esse cachorro é atormentado? Sete horas da manhã e já está latindo!
    - É o meu novo despertador – brinquei.
    Já na escola, encontrei os mesmos garotos. Na sala, sem Shimizu.
    Estranhei.
    Mais um dia sem ela. Mas por quê? O que estava acontecendo? Shimizu realmente estava me evitando? Ou estaria passando por outros problemas?
    Quando todos já estavam em seus lugares, Shin entrou na sala. A primeira pessoa que ele olhou foi eu. Shin me olhava estranho, como se estivesse me provocando. Mas eu nem ligava. Tinha problemas demais para pensar. Quer dizer, não ‘demais’ em quantidade, mas ‘demais’ em importância. Shimizu era o problema.

    Depois que bateu o sinal da saída, todos descemos para o campo, pois enfrentaríamos o 3° A. Chegando lá o time adversário já estava uniformizado e todos aquecendo. Fomos ao vestiário para nos trocar. Lá:
    - Bom, já montei a escalação – afirmou o treinador Moshio Takahara, se sentando num dos bancos.
    Todos fomos até ele.
    - Koboshi no gol – começou –, Joe e Nakata na defesa – fiquei feliz, pois Nakata era lateral esquerdo e, graças àquele jogo coletivo que tivemos no nosso segundo treino, sua posição foi encontrada, e agora ele era titular –, juntos de Akira e Tashima nas laterais. Yuuki como volante, os dois alas serão Ozoki e Kasai – Kasai era outro do time reserva, que foi muito importante no coletivo – e Masao será o meia – este não se mostrava surpreso. – Os atacantes serão Natsuno e Riku – terminou Takahara.
    Fiquei até um pouco decepcionado por não fazer parte do time titular, pois eu tinha muita vontade de jogar. No coletivo, joguei como goleiro, o que era chato. Mas, para ser titular, eu teria que lutar bastante para conseguir, pois Masao era muito bom jogador, sem falar em Kasai, Ozoki e até nos dois atacantes: Riku e Natsuno.
    - Espere um pouco – protestou Shin. – Eu tenho que ser titular! Sou goleador – Takahara olhou com certa raiva para o garoto, que continuou: - Não acredito que sou reserva do Kogori e do Masaki!
    - Quem monta o time sou eu – advertiu o treinador. – Fique quieto, se não quiser sair fora daqui – Shin, mesmo explodindo de raiva, assentiu. Os outros garotos gostaram da bronca do treinador, inclusive eu.
    Fomos para o gramado.
    Aquecemos um pouco, até o treinador avisar:
    - Time, o jogo já vai começar. Vão para o campo.
    Os onze titulares foram para lá, enquanto o restante ia para o banco de reservas. O adversário também já estava preparado e, como eram dois anos mais velhos que nós, eram maiores, o que assustava muito os jogadores do time da nossa sala, principalmente Akira, que era baixinho. Até Natsuno parecia meio com medo, ao contrário de Joe e Riku.
    No banco estava eu, Shin, Mike e Kubisha (ambos eram titulares), Inoha, Goto, Sasaki, Aoki, Tatsuiya, Akahoshi, Kaji, Kubo e, por último, Kai. Com certeza, o número de reservas teria que diminuir, eu só não sabia quando. Decidi perguntar:
    - Treinador, qual é o máximo de jogadores reservas?
    - Como é um campeonato de escola não tem isso – respondeu ele, sem olhar para mim.
    Finalmente eu havia entendido. Eram muitos jogadores, por isso as oportunidades eram pequenas. Eu teria que me esforçar ao máximo se quisesse ser titular. Neste exato momento o juiz apitou: o jogo começava.
    Riku tocou para Natsuno, que recuou para Yuuki. Este deu um passe na direita para Akira que, marcado pelo adversário, tocou atrás para Nakata. Este, graças à pressão de dois jogadores inimigos, deu um chutão para a lateral.
    - Mais calma! – gritou o treinador ao time.
    Nakata pediu desculpas, e o time adversário cobrou o arremesso lateral. Assim que recebeu a bola, o meio-campo deu um passe para um outro que penetrava a nossa área. Este dominou no peito e, assim que ia chutar para o gol, Joe tentou chutar a bola (que estava no alto), mas acabou acertando a perna do atacante, que caiu.
    Pênalti.
    Ninguém reclamou porque o pênalti foi muito claro. Mas claramente todos estavam com cara de lamentação. Nem um minuto de jogo havia se passado ainda!
    O mesmo atacante que sofrera o pênalti ajeitou a bola na marca certa, enquanto Koboshi se preparava.
    O juiz apitou.
    Bola para um lado, goleiro pro outro: gol. O time adversário inteiro comemorou, enquanto um desânimo tomava conta do rosto de todos nós.
    - Vamos levar uma sacolada – comentou Sasaki, um dos reservas. O treinador imediatamente o olhou com certa fúria.
    - Vamos time!! – gritou ele aos titulares.

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